23 dezembro 2009

DESPACHO AUTORIZA VIDEOVIGILÂNCIA

Ministério da Administração Interna - Gabinete da Secretária de Estado da Administração Interna
Quarta-feira, 23 de Dezembro de 2009
247 SÉRIE II ( páginas 51759 a 51759 )

TEXTO :
Despacho n.º 27484/2009
Autoriza a instalação e a utilização de um sistema de videovigilância no Bairro Alto, Lisboa

1 - Nos termos e para os efeitos do n.º 1 do artigo 3.º da Lei n.º 1/2005, de 10 de Janeiro, aprovo o Plano de Videovigilância do Bairro Alto, Lisboa, que foi proposto pelo director nacional da Polícia de Segurança Pública, o qual poderá ser de imediato executado e deve, no mais curto prazo, ser activado em todas as componentes autorizadas, nos termos seguidamente delimitados.
2 - Tendo o Plano sido submetido, nos termos da lei, à Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD), foi por esta emitido parecer parcialmente positivo, no qual a CNPD considerou que os meios a utilizar são adequados e necessários para a prossecução de relevantes finalidades de prevenção criminal e reforço da segurança, não se mostrando excessivos (parecer n.º 68/2009, de 26 de Outubro).
3 - Tendo a CNPD precisado os termos e condições em que a actividade de videovigilância pode ser desenvolvida, que pelo presente despacho acolho na íntegra, o sistema deve observar as seguintes condições:
a) Apenas poderá estar em funcionamento entre as 22 e as 7 horas;
b) Não é admitida nem a recolha, nem a gravação de som;
c) Garanta dos direitos de acesso e eliminação, em conformidade com o disposto no n.º 1 do artigo 10.º da Lei n.º 1/2005, de 10 de Janeiro;
d) Apenas se permite a utilização de câmaras fixas;
e) Deverá prever o barramento dos locais privados, de molde a não focar locais privados (portas, janelas, varandas, etc.);
f) Não se permite a utilização de câmaras ocultas;
g) Não se admite a utilização de capacidade técnica de busca inteligente para identificação de pessoas;
h) Os procedimentos de segurança a adoptar pela entidade responsável devem incluir seguranças lógicas de acesso ao sistema;
i) Apenas poderá ser utilizado pelo período de seis meses, findo o qual deverá ser feita uma nova reavaliação dos pressupostos que determinaram a concessão do parecer pela CNPD;
j) A CNPD deverá ser notificada da data do início do funcionamento do sistema.
4 - Dê-se conhecimento do presente despacho ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa, ao director nacional da PSP e aos presidentes das juntas de freguesia da Encarnação, Mártires, Mercês, Sacramento, Santa Catarina, São José e São Paulo.

4 de Dezembro de 2009. - A Secretária de Estado da Administração Interna, Maria Dalila Correia Araújo Teixeira.

ANTES E DEPOIS: BRINQUEDOS


Brinquedos do passado alargam oferta natalícia em lojas de Lisboa

Por Sara Picareta

«As prendas de Natal para as crianças podem não ser os objectos feitos em série dos shoppings. No Bairro Alto ainda há brinquedos feitos à mão

Bonecos que começaram por ser desenhos de um blogue

Quem entrar no Antes e Depois, no Bairro Alto, vai sentir-se numa viagem ao passado dos brinquedos. Móveis e candeeiros antigos, recolhidos na rua, e uma carpete vermelha, que remete para os anos 70, contribuem para essa percepção. É um dos sítios de Lisboa em que se encontram prendas que não são obrigatoriamente fabricadas em série para as crianças.

Paulo Rebelo, um dos responsáveis da loja, revela que a ideia surgiu por acaso. "Começámos quase por brincadeira", afirma. "Eu e o meu sócio, Carlos Ferreira, gostamos muito das coisas antigas. Às vezes íamos às feiras e começámos a falar dos brinquedos que já não existem."

A partir daí tudo foi mais fácil. Pegando numa onda de revivalismo dos anos 80, os dois criaram uma loja de brinquedos antigos [Travessa da Espera 47]. Mas não só. A Antes e Depois vende também brinquedos novos. "Podem ser brinquedos novos, desde que tenham o espírito dos antigos. Não são certamente os brinquedos que se encontram nos hipermercados", explica. No fundo, a ideia foi a de "abrir uma loja com alguma quantidade de brinquedos e preços acessíveis, desde um euro até cerca de vinte euros".

Os brinquedos ali vendidos são como que transportados no tempo, pois estão como novos. Alguns não foram usados, vêm de armazéns, de stocks antigos das fábricas. "Vendemos com as embalagens originais."

Mas os brinquedos não vêm só de armazéns. Visitas a papelarias e o método porta a porta também funcionam. Às vezes "é uma questão de sorte", pois esta tarefa de recolha não é fácil e junta-se à pouca disponibilidade dos dois sócios, que têm outros empregos. Paulo salienta: "Já não há muita coisa e não há muita informação sobre o brinquedo português."

Manter uma grande diversidade não é fácil. Por isso, só agora, um ano depois, é que vão começar a ser vendidos brinquedos de corda, como robots ou esquilos. "Tínhamos esta ideia desde o início, mas só agora começou a ser concretizada", confessa. Para além disso, a Antes e Depois está a começar a adquirir mais trabalhos de artesãos, feitos à mão.

"Cada vez temos mais brinquedos diferentes. Há já um problema em expor tudo", explica. Isso acontece também pelo facto de a loja não vender só brinquedos portugueses. Carros e motos em chapa, de origem africana, também estão disponíveis.

"Há brinquedos que são um sucesso e isso é uma surpresa. É o caso das gaiolas de plástico para grilos ,que têm esgotado constantemente." Mas a lista continua: os tambores pequeninos e os trapezistas em madeira, as pandeiretas, os peões e as ardósias também ocupam um lugar cimeiro. Aliás, a loja conta com brinquedos em chapa tradicionais, como o fogão, que são feitos da mesma forma desde os anos 20. A fábrica já fechou há anos, mas ainda há algum stock.

"Já tive raparigas histéricas a gritar porque descobriram um telefone. E uma pessoa a chorar na loja, porque viu um brinquedo que já não se lembrava", revela Paulo. Este profissional de cinema considera que estas situações ocorrem porque "os brinquedos têm uma ligação muito forte à infância e mexem muito com os sentimentos mais profundos".

Não é só no produto em si que a Antes e Depois inova. O horário da loja, das 14h às 20h, pode causar estranheza. "O Bairro Alto funciona muito bem à tarde e à noite", explica.»

Fonte: Público (23/12/2009)

16 dezembro 2009

GALERIA: SER PORTUGUÊS










          

Na Travessa da Queimada nº 28, no mesmo local onde José Maria da Costa e Silva (Almarjão) fundou, em 1956, a Livraria Histórica e Ultramarina, abriu no passado dia 14 uma galeria que se expande por vários pisos e inclui um jardim interior. “Ser Português” é o nome do novo espaço que se oferece, exclusivamente,a artistas e produtos portugueses.
Quatro artistas, ALS, Francisco Ramos, Laranjeira Santos e Paulo Braga, partilham uma única designação, “Intimidades”. As propostas são diversas, ainda que a escultura tenha papel primordial nesta mostra inaugural.




01 dezembro 2009

Adega Machado: 72 anos de Fado






Marisa, com sete anos


Florinda Maria, Amália e Alfredo Duarte Jr


Dia de Reis, o célebre bolo com a prensa de um machadinho em ouro. Frente ao bolo Beatriz Costa, á dtª Maria de Lourdes Machado, Ada de Castro e Florinda Maria, atrás Alfredo Duarte Júnior e os músicos da casa. (fonte)


Século Ilustrado, 15 de Março de 1952







ADEGA MACHADO : OS FUNDADORES

Por Vítor Duarte Marceneiro

O violista Armando Machado nasceu em Lisboa, em 1899, cidade onde veio a falecer em 1974. Começou a tocar viola nos solares e nas festas em Lisboa e arredores. Em 1924 profissionaliza-se, tendo tocado praticamente em todos os recintos com Fado da época.


Em 1937 fundou a Adega Machado no Bairro Alto, que foi a segunda casa do género no bairro, mas a primeira a dar espectáculos diários.
Foi autor de vários temas musicais para Fado, tais como, Fado Súplica, Fado Cunha e Silva, Fado Licas, Fado Maria Rita, Fado Lourdes e o celebre Bolero Cigano da Fronteira.
Conheceu e casou-se com uma linda moça, Maria de Lourdes, de profissão enfermeira, natural de Lisboa, onde nasceu em 1915, na freguesia do Socorro, tendo falecido também em Lisboa em 1999.
Maria de Lourdes Machado e Armando Machado, tiveram 5 filhos, 4 rapazes e uma rapariga, o Armando José (Licas) que era afilhado do Gonçalves dono do “ O Ginjal” a Maria Rita, era afilhada da Amália, o Filipe teve como padrinho Filipe Nogueira (pai) e o Carlos Manuel foi apadrinhado por Adelina Ramos e seu marido, o António Tomaz Machado, (o Tricas para a família e amigos) era afilhado do artista plástico Tomaz de Melo (TOM) e também da Amália.

Maria de Lourdes Machado abandona a sua carreira de enfermeira para cuidar dos filhos e fica também, ao lado do marido na gerência da Adega Machado, tendo começado a cantar Fado, logo com grande sucesso, pois tinha uma bonita voz, presença e cantava muito bem.
Quando o seu filho mais velho o Armando José (apelidado carinhosamente como Licas), foi mobilizado para o Ultramar, Maria de Lourdes pede a João Linhares Barbosa, que lhe escreva um poema que exprima a sua dor de mãe, que teve o título de (Fé e Coragem Meu Filho). O pai Armando Machado faz a música já referida, Fado Licas.

Armando Machado e Maria de Lourdes foram grandes amigos de meu avô, tendo sido padrinhos de baptizado do meu tio mais velho, Rodrigo Duarte.
Na Adega Machado cantaram todas as gerações de Marceneiro. Houve muitas noites que chegámos a cantar os três, eu, o meu pai, e o meu avô, o dueto “A Lucinda Camareira”, com grande agrado dos presentes, que nos distinguia com calorosas ovações.
A Adega Machado foi a última casa onde meu pai cantou contratado e lá se reformou.

Pela Adega Machado, passaram praticamente todos os grandes nomes do Fado, quer fadistas quer tocadores.

Eu desde muito miúdo que conheço a Adega Machado, fui sempre muito acarinhado por toda a família, que dedicava também grande carinho a meu avô, que era visita diária da casa.
Estive contratado cerca de um ano como segunda ocupação, e era uma das casas que mais frequentava com os meus amigos.
A Adega Machado que tem as suas paredes praticamente forradas com fotos das figuras de relevo de Portugal e de todo o mundo que por lá passaram, o que a torna num autêntico museu de recordações de Fado. Este trabalho iniciou-se pelas mãos de Maria de Lourdes, que possuía um grande sentir iconográfico.

Vitor Duarte Marceneiro
Fonte: http://lisboanoguiness.blogs.sapo.pt/186123.html



30 novembro 2009

Fado de luto por Adega Machado

De lágrimas nos olhos, a fadista Argentina Santos solta um desabafo: "Foi como se tivesse morrido uma pessoa." Apesar de ser gerente da casa Parreirinha de Alfama há 60 anos, viu com tristeza o fim da concorrente Adega Machado, símbolo das casas de fado lisboetas, que fechou portas há uma semana.



Entre Alfama e o Bairro Alto, a reacção é a mesma: espanto e já saudade por um espaço aberto há 72 anos e que deixou agora 28 pessoas no desemprego.

Na mais antiga de todas, a quase já centenária Adega Mesquita, a crise também se sente e só a paixão do gerente Paulo Gomes, 70 anos, mantém a casa de portas abertas e aspecto renovado: "Há subsídios para tudo, mas para a canção nacional não há. A Adega Machado era badalada, mas aqui já vi várias outras fecharem", contou ao CM.

Com casa cheia, o gerente de O Faia, António Ramos, vê também com pena o encerramento da casa de fado fundada em 1937 e lembra que a fórmula do sucesso passa por perceber as mudanças: "Temos de nos ir actualizando. As casas de fado não podem envelhecer", diz.

Com uma clientela essencialmente estrangeira, a maioria dos espaços do centro de Lisboa sentiu a crise global. No caso do Clube de Fado, em Alfama, apesar de alguns clientes reduzirem no consumo, o sentimento é de optimismo: "A depressão existe, mas tenho uma casa feliz. Num país onde toda a gente gosta de se vitimizar, vou bem de saúde", diz o guitarrista e gerente Manuel Pacheco.

"ERA O NOSSO GANHA-PÃO"

Dídia Pereira, 44 anos, estava de férias no Algarve com o marido, Diamantino, quando soube do encerramento do espaço onde ela servia à mesa e ele tratava da contabilidade: "Sempre sentimos esta casa como nossa. Era o nosso ganha-pão", conta ao CM. O fecho da Adega Machado por dívidas à Segurança Social, ao Fisco e a fornecedores, apanhou de surpresa os 28 trabalhadores, agora no desemprego. "Há casas aí a funcionar com muito menos condições do que esta e estão de portas abertas", conta a fadista Maria Portugal. Fundada em 1937 na rua do Norte, pelos artistas Armando e Maria de Lourdes Machado, era um símbolo das casas de fado do Bairro Alto.

REACÇÕES

"Estou desempregada e quando soube julguei que não estava a ouvir bem. Onde vou arranjar emprego agora? Quem tem gente em casas de fado não os vai despedir.": ANA CARVALHO Fadista

"Fiquei espantada com o fim da Adega Machado. Nunca pensei que uma sala com aquela categoria fechasse. Era um símbolo e passou por lá muita gente importante.": ANITA GUERREIRO Fadista


Rui Pedro Vieira

26 novembro 2009

Câmaras vão vigiar zona durante seis meses

Comerciantes congratulam-se com videovigilância no Bairro Alto

A Associação de Comerciantes do Bairro Alto, em Lisboa, congratulou-se hoje com a utilização do sistema de videovigilância na zona, defendendo o seu enquadramento num “esquema de policiamento” global dissuasor de actos criminais.


A associação de comerciantes reclamou a videovigilância há cerca de ano e meio, dois anos. Foi na sequência desse pedido que se iniciou todo este processo”, sublinhou o presidente da associação, Belino Costa, à agência Lusa.
A Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) autorizou a utilização do sistema de videovigilância na zona do Bairro Alto, em Lisboa, apenas por seis meses, impondo várias restrições à proposta apresentada, segundo um parecer de Outubro.
Para Belino Costa, “tendo em vista as características” do Bairro Alto, com “milhares de visitantes todas as noites”, a videovigilância “poderá servir um esquema de segurança” que proteja os “visitantes, comerciantes e moradores” do bairro.
O responsável da Associação de Comerciantes do Bairro Alto assinala que o sistema de captação de imagens vídeo deve funcionar integrado num esquema de policiamento “de proximidade” e enquanto “medida preventiva” de crime e violência. “Muitas vezes a questão não é de crime, é de violência gratuita, e nessa perspectiva pode ser muito importante a videovigilância”, nota.
Belino Costa ressalva, contudo, que se o objectivo da colocação de câmaras for “meramente gravar imagens”, o efeito da medida será “muito diminuto”. “Só por si a videovigilância não resolve nada. Tem de ser um instrumento ao serviço de uma política de segurança. É apenas mais um meio que pode melhorar a situação”, frisou o presidente da associação.

No parecer relativo ao Bairro Alto, a CNDP restringe o funcionamento do sistema de videovigilância ao período entre as 22h00 e as 07h00, recusa a recolha e gravação de som e permite apenas a utilização de câmaras fixas.
O funcionamento de 27 câmaras no Bairro Alto é autorizado apenas por seis meses, findos os quais “deve ser feita uma nova reavaliação dos pressupostos que determinaram a concessão deste parecer” e a CNPD deve ser notificada do início do funcionamento deste sistema.
Para o parecer “parcialmente positivo” contribuiu a fundamentação da proposta apresentada, que levou a CNPD a concluir que a “criminalidade vem registando aumentos progressivos” naquela zona da cidade, caracterizada por inúmeros estabelecimentos de restauração e bebida.

VEM AÍ A VIDEOVIGILÂNCIA

A  instalação de  videovigilância, no Bairro Alto, recebeu o parecer positivo da Comissão Nacional de Protecção de Dados, em resposta ao pedido que lhe foi enviado pelo Ministério da Administração Interna. A partir de agora será apenas uma questão de tempo para que o sistema fique operacional.

24 novembro 2009

HOJE HÁ ELEIÇÕES

Lista concorrente à eleição dos corpos gerentes da Associação de Comerciantes do Bairro Alto




LISTA A



Comissão Administrativa

Presidente - Belino Costa (Ulitro)

Vice-Presidente -Vitor Castro (Sinal Vermelho)

Vogal – João Pedro (Luso)



Assembleia Geral

Presidente - João Gonzalez (Maria Caxuxa)

Vice-Presidente – Carlota Carneiro (Mercearia da Atalaia)

Vogal – Rui Paulo (Groove)



Conselho Fiscal

Presidente – Rita Galveias (Galveias, Cont. e Gestão)

Vice-Presidente – Hilário Prego de Castro (Alfaia)

Vogal – Paulo Cassiano (Bota Alta)



ASSOCIAÇÃO DE COMERCIANTES DO BAIRRO ALTO

(DINAMIZADORES DE SECTOR)


Álvaro Roquete (Antiquários)

Anselmo Ortega (Roupa e acessórios)

Carlota Carneiro (Alimentar)

Cátia Lourenço (Bares/discotecas)

Dino Alves (Moda)

Pedro Castro e Silva (Livreiros/alfarrabistas)

Rita Galveias (Galerias)

Ricardo Tavares (Marketing)

Vitor Castro (Restauração)

18 novembro 2009

ASSEMBLEIA GERAL ELEITORAL

Convocatória


Assembleia Geral Eleitoral



Nos termos legais e estatutários, o Presidente do Conselho de Administração, convoca os associados da Associação de Comerciantes do Bairro Alto, para se reunirem em Assembleia Geral Eleitoral no dia 24 de Novembro, entre as 15H00 e as 17H00, nas instalações do Clube Rio de Janeiro, à rua da Atalaia, para a eleição dos novos órgãos sociais.


Lisboa, 16 de Novembro de 2009

O Presidente do Conselho de Administração

Belino Costa

13 novembro 2009

VENDE-SE IGREJA

Quem quer comprar uma igreja?


Lisboa, 13 Nov (Lusa) - Mais de 30 anos depois de ter sido desafecta ao culto, uma antiga igreja do Bairro Alto (Lisboa), actualmente licenciada para comércio e serviços, está agora à venda por dois milhões de euros - e já há interessados.

Integrada no denominado Convento dos Inglesinhos, construído no século XVII para acolher um seminário inglês, a Igreja de São Pedro e São Paulo possui uma única nave com área de coro, altares laterais, tecto em abóbada e um órgão barroco e ganhou nos últimos anos uma cozinha, aquecimento central, estacionamento e arrecadações.

O espaço foi desactivado pela Igreja Católica em 1976 (três anos após o encerramento do convento e o regresso dos seus habitantes a Inglaterra) e foi adquirido na década de 1990 pela Chamartín Imobiliária, então denominada Amorim Imobiliária, que transformou todo o complexo num empreendimento de luxo.

09 novembro 2009

"BOTELHÃO" COMEÇA A TOMAR CONTA DO BAIRRO ALTO


Comerciantes dizem que o fenómeno se deve à redução dos horários e à crise


TELMA ROQUE

Moradores e comerciantes do Bairro Alto, em Lisboa, garantem que o consumo de bebidas na rua aumentou de forma assustadora. Atribuem o fenómeno ao facto de os bares fecharem mais cedo e ao contexto de crise económica.
Há um ano que os bares e discotecas do Bairro Alto - espaço boémio que junta anónimos, figuras públicas e muitos turistas - deixaram de estar abertos até às quatro horas da madrugada. Por determinação da Câmara, ordenou-se o encerramento duas horas mais cedo, mas perante o coro de críticas, a medida acabou por ser revogada oito meses depois.

Em Julho passado, chegou-se a uma "solução de consenso" que se traduziu no fecho dos estabelecimentos de diversão pelas três horas, às sextas, sábados e véspera de feriados. Os moradores continuam a queixar-se do ruído, das drogas, dos grafitos e da falta de segurança. Quem tem comércio garante que o sector está na ruas da amargura e que os horários e a crise fizeram disparar os negócios de "vão de escada" e o chamado fenómeno do "Botelhão", ou seja, o consumo de álcool na rua.

"De manhã, nem à rua consigo sair. A soleira da porta está cheia de copos e garrafas. Nem o parapeito da janela escapa. Limito-me a abrir a janela e a atirar tudo para o chão", confessa Maria Helena Silva, que habita um rés-do-chão na Rua da Barroca.
Quando se pergunta à idosa se o Bairro Alto mudou neste último ano, a mulher solta um longo suspiro e desfia um rol de queixas. "O ruído é uma calamidade. Os bares fecham e a rapaziada fica na rua até às tantas. As paredes são limpas e voltam os rabiscos", afirma.
António Dias, outro morador opta por destacar "o triste espectáculo" e do consumo de bebidas " a metro" na rua e o tráfico de droga "à descarada". Na sua óptica, o problema é complexo e combate-se com "mais polícias".
Para Belino Costa, presidente da Associação de Comerciantes do Bairro Alto, há o risco de o "Botelhão" se tornar "num negócio dominante". Em Espanha, o fenómeno atingiu tal dimensão que foi proibido em certas zonas residenciais e turísticas. Este será uma das preocupações que levará à Câmara de Lisboa, em Maio de 2010, data em que as medidas serão reavaliadas. A segurança será outro tema a debater.
Paulo Cassiano, proprietário de um restaurante, junta-se aos protestos. Revela que, quando se aproxima o fecho dos bares, os jovens compram bebidas em larga escala para beberem na rua. Aponta ainda para a degradação crescente no Jardim de São Pedro de Alcântara, que se transformou "num espaço de consumo", e de depósito de garrafas e copos.

Jornal de Notícias
2009-10-31

04 novembro 2009

THE HOOD COM NOVA AMBIÊNCIA

Na próxima sexta-feira, dia 6 de Novembro, entre as 24h00 e as 02h00, o Bairro Alto, em Lisboa, vai encher-se de ténis. Mantendo a temática da renovação, revolução e inovação constante, a The Hood apresenta a sua nova ambiência inspirada na inovação, na tecnologia e no design.


Em Junho de 2008, inaugurou no Bairro Alto um espaço de vanguarda que desde então faz as delícias dos fãs de sneakers e seguidores de novas tendências artísticas e de moda. The Hood (abreviatura para neighbourhood) abriu portas no nº 65 da Rua do Norte, com o objectivo de conciliar a arte urbana com os modelos exclusivos da Nike.
Mais do que uma loja, a The Hood propõe-se a ser uma galeria. As suas paredes funcionam como telas que de três em três ou de quatro em quatro meses servem de base às intervenções de diferentes artistas. A última intervenção esteve a cargo de Fill & Bill – os famosos Cortez Brothers, e dos Cortez de 1972. Nesta estação, o mote é dado pelos Air Max1, e pela jornada “Max to Maxim. Evolution of the revolution”.
Criados em 1987, com o intuito de oferecer aos praticantes de atletismo mais estabilidade e amortecimento, através das revolucionárias unidades de ar visível integradas na sola, os Air Max1 representam a inovação e o nascimento de uma nova silhueta no universo dos ténis. Revolução que parte não só das “caixas-de-ar visíveis”, mas também da introdução do vermelho como principal cor num modelo de ténis, criando-se então mais um ícone da história do footwear.
Além da reedição da primeira versão do modelo Air Max1, nesta estação a Nike Sportswear lança os Air Maxim 1. O mesmo design, mas com mais qualidade e conforto graças à redução de 30% ao peso original, conseguida através da substituição do tradicional mesh pelo Acespan Mesh e pelo Flywire, e da tradicional borracha da sola pelo Phylon.

Para celebrar a nova imagem da The Hood e os novos lançamentos da Nike Sportswear, na noite de 6 de Novembro os Air Max1 e os Air Maxim1 vão invadir o Bairro Alto.

Publicada por ASSOCIAÇÃO MODALISBOA

05 agosto 2009

NOVOS HORÁRIOS A PARTIR DE SEXTA-FEIRA

Na próxima sexta-feira, dia 7 de Agosto, os “, pubs, bares e estabelecimentos análogos” do Bairro Alto já poderão laborar entre as 12 e as 3 horas, o mesmo passando a acontecer nas noites de sábado e vésperas de feriado.

Passará a aplicar-se um novo Despacho que transcrevemos na íntegra:

Despacho nº113/P/2009
[Limites de Horários de funcionamento do Bairro Alto, (altera o despacho n.º 151/P/2008, na redacção do despacho n.º 165/P/2008)]


No dia 1 de Novembro de 2008, no âmbito de um programa integrado de revalorização do Bairro Alto e na sequência de um período de debate público em que foram auscultadas diversas entidades públicas e privadas, entrou em vigor um novo regime de horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais situados no Bairro Alto.

À data da implementação desta medida foi assumido o compromisso de, em Julho de 2009, proceder-se à avaliação dos impactos do novo regime, tendo, desde a sua entrada em vigor, sido acompanhado pela Câmara Municipal, pelas Juntas de Freguesia da zona, bem como por outras entidades públicas e privadas.

Chegado o momento de avaliar a medida verifica-se que a limitação dos horários para as duas da manhã nas noites de Domingo a Quinta-Feira – a que se seguem dias de trabalho – revelou-se positiva, salvaguardando um efectivo direito ao repouso dos moradores, importando por isso manter-se como regra para estes dias.

Já no que respeita ao regime aplicável aos bares às Sextas-feiras e Sábados foi possível, em diálogo com a Associação de Comerciantes do Bairro Alto, estabelecer condições efectivas para um alargamento nestes dias para as três horas – maior segurança e melhores práticas comerciais – minorando também os impactos da crise económica para os empresários da zona.

Assim, desde logo será publicado um Guia de Boas Práticas para o comércio, elaborado em conjunto pela Câmara Municipal, Juntas de Freguesia da zona e Associação de Comerciantes do Bairro Alto. Por outro lado foi igualmente acordado com a Polícia de Segurança Pública um aumento do número de efectivos, assegurando-se que os moradores e comerciantes disporão de um número de contacto directo para os agentes que se encontram em patrulha. Do mesmo modo a Polícia Municipal incrementará a sua presença no Bairro.

Merece ainda referência, neste quadro, o acordo relativo ao prazo para emissão dos pareceres por parte das Juntas de Freguesia relativamente aos pedidos de alargamento para alem dos limites fixados, que se fixou em 10 dias úteis (a fim de assegurar uma tramitação célere dos pedidos), bem como o esclarecimento dos efeitos da não emissão do mesmo.

Deste modo, com esta estratégia integrada, preservam-se os princípios que fundaram a decisão de limitação dos horários, e um equilíbrio entre o direito ao repouso dos moradores e o desenvolvimento da actividade comercial naquela área.

Assim, nos termos do n.º 5 do artigo 5.º do Regulamento dos Horários de Funcionamento dos Estabelecimentos de Venda ao Público e de Prestação de Serviços no Concelho de Lisboa, aprovado pela Deliberação n.º 87/AM/1997, publicado no Boletim Municipal n.º 191 de 1997/10/14, determino o seguinte:

1. A alínea a) do número 1.2 do artigo 2.º do despacho n.º 151/P/2008, publicado no 2.º Suplemento ao Boletim Municipal n.º 765, passa a ter a seguinte redacção:

“a) Os cabarets, pubs, bares e estabelecimentos análogos:
- Sextas-feiras, Sábados e vésperas de feriado: entre as 12 horas e as 3 horas
- Domingo, Segunda-feira, Terça-feira, Quarta-feira e Quinta-feira, quando não vésperas de feriado: entre as 12 horas e as 2 horas”

2. Adito um número 4 ao artigo 2.º do despacho n.º 151/P/2008, publicado no 2.º Suplemento ao Boletim Municipal n.º 765, alterado pelo despacho n.º 165/P/2008, com a seguinte redacção:

“4 - O parecer referido no número anterior deverá ser emitido no prazo de 10 dias úteis contados a partir da recepção do respectivo pedido pela Junta de Freguesia, e, caso não seja emitido nesse prazo, considerar-se-á que nada há a opor ao solicitado.”

3. O presente despacho entra em vigor na data da sua publicação em Boletim Municipal.

Paços do Concelho de Lisboa, 3 de Agosto de 2009

O Presidente
António Costa

DIÁLOGO

"Diálogo frutuoso" permitiu alargamento do horário nocturno no Bairro Alto, António Costa

De Sandra Santiago (LUSA)


Lisboa, 01 Ago (Lusa) – O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, congratulou-se hoje com o "diálogo frutuoso" entre a autarquia, Juntas de Freguesia e comerciantes relativamente ao alargamento do horário de funcionamento dos bares do Bairro Alto até às 03:00.
"Acho que este diálogo foi frutuoso (..) agora, é fundamental que tudo corra bem", declarou António Costa à Lusa à margem de uma visita aos Terraços do Carmo, que serão demolidos na próxima segunda-feira.
António Costa explicou que aquando da alteração dos horários de encerramento das 04:00 para as 02:00 da manhã ficara estabelecido que no início do Verão haveria "uma avaliação do processo".

© 2009 LUSA – Agência de Notícias de Portugal, S.A.

01 agosto 2009

ALARGAMENTO DE HORÁRIOS

Bares do Bairro Alto até às 03.00 e com esplanada

por RUI PEDRO ANTUNES

Quinze novas esplanadas, bares abertos até às 03.00 e um reforço do policiamento sem a necessidade de pagar gratificados são as várias conquistas que os comerciantes do Bairro Alto conseguiram ontem junto da autarquia.
Os bares do Bairro Alto vão voltar a estar abertos até mais tarde a partir já do próximo fim-de-semana. Segundo um comunicado conjunto da Câmara Municipal de Lisboa (CML), comerciantes e juntas de freguesia a que o DN teve acesso, os bares vão poder ter as portas abertas até às 03.00, às sextas, sábados e vésperas de feriado. A abertura dos estabelecimentos também será antecipada para o meio-dia.
Depois de em Novembro a CML ter decretado que os bares do Bairro Alto teriam de fechar às 02.00, os comerciantes conseguiram voltar a alargar o horário de funcionamento. Agora com "15 novas esplanadas (...) sem prejuízo dos lugares de estacionamento existentes", refere o texto. Por outro lado, é ainda garantida "a melhoria da segurança do Bairro através do aumento do número de efectivos da Polícia de Segurança Pública (PSP) e da Polícia Municipal (PM)". Esta medida será também abonatória para os comerciantes que até aqui pagavam o reforço da segurança (ver caixa).
Ao que o DN apurou alguns comerciantes haviam, inicialmente, pedido um alargamento ligeiramente maior que o conseguido para a época de Verão, solicitando a abertura para as 04.00. Porém, esta não deixa de ser uma vitória em larga escala para os comerciantes, que podem abrir até mais tarde durante todo o ano. Além de tudo isto,as juntas de freguesia (que podem propor novos horários) "terão de ser respondidos em 10 dias".
Na reunião que terminou ontem ao início da noite estiveram presentes o presidente da CML, António Costa, o presidente da Associação de Comerciantes do Bairro Alto, Belino Costa, e os comandantes da PSP e da PM.

O proprietário do bar Jurgens, situado no Bairro Alto, disse ao DN que estas medidas "são necessárias para ajudar os comerciantes a minimizar as perdas". O alargamento do horário será no entender de António Baieta "fundamental" para inverter a quebra de vendas, que no seu caso se situou nos 40 %.
"Estou aqui há dez anos e nunca vi um verão tão mau. É certo que a gripe afectou o turismo e que com a crise as pessoas têm menos possibilidades, mas os horários pioraram tudo", lamenta o proprietário do Jurgens.
António Baieta confessa que em Dezembro não sentiu logo a quebra "por ser um mês forte", mas que "desde Janeiro tem sido o descalabro total". Porém, mostra-se "optimista" de que a situação agora melhore com as mudanças ontem anunciadas.

Em:
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1322877

COMUNICADO


Hoje, 31 de Julho de 2009, reuniram-se nos Paços do Concelho da Câmara Municipal de Lisboa o Presidente da Câmara Municipal, as Presidentes das Juntas de Freguesia da Encarnação e de Santa Catarina e representantes da Associação de Comerciantes do Bairro Alto, designadamente o seu Presidente, numa reunião em que estiveram presentes também os Comandante da Primeira Divisão da PSP bem como o Comandante da Polícia Municipal.

Nesta reunião, que teve como objectivo fazer uma avaliação das medidas implementadas no Bairro Alto ao nível da ordem pública, dinâmica comercial, iluminação e limpeza, bem como planear novas medidas com o objectivo de dinamizar o Bairro Alto, estas entidades chegaram um acordo abrangente, que inclui os seguintes pontos:

a) Valorização do espaço público do Bairro Alto, através da abertura à implementação de 15 novas esplanadas, sem prejuízo para os lugares de estacionamento existentes;

b) Melhoria da segurança do Bairro Alto, através do incremento do número de efectivos policiais da Polícia de Segurança Pública e da Polícia Municipal, e da disponibilização de um número de contacto directo para população e comerciantes para as forças que se encontram em patrulha;

c) Publicação de um Guia de Boas Práticas Comerciais, dirigido aos comerciantes;

d) Possibilitar a antecipação da hora de abertura dos bares localizados no Bairro Alto para as 12 horas, e possibilitar o alargamento, às Sextas-feiras, Sábados, e vésperas de feriado, dos horários dos bares do Bairro Alto para as três da manhã;

e) Assegurar a emissão dos pareceres das Juntas de Freguesia relativamente aos pedidos de alargamento dos horários de funcionamento no prazo de 10 dias.

Comprometeram-se ainda, em Maio de 2010, a proceder a nova avaliação das medidas acordadas.


Câmara Municipal de Lisboa
Junta de Freguesia da Encarnação
Junta de Freguesia de Santa Catarina
Associação de Comerciantes do Bairro Alto

23 julho 2009

CRISE NO BAIRRO ALTO









Os contornos da crise que atravessa o Bairro Alto poderão não ser imediatamente visíveis para o comum dos visitantes, mas marcam de forma clara a vida comercial do Bairro. Até quem fique pela análise superficial do movimento nas ruas se apercebe da existência de uma certa degradação. O actual fenómeno de consumo de garrafas na via pública (“litradas”na gíria ) é disso um claro exemplo.

A verdade é que os despedimentos se vão sucedendo e só a estrutura familiar de muitas empresas permite uma resistência maior às dificuldades. As quebras de receitas são, em muitos casos, superiores a 40% e o Verão, para quem ansiava pela chegada de turistas, começa a transformar-se numa enorme frustração.

A verdade é que o Bairro Alto parece ter perdido atracção. E quando passa o interesse e a procura, começa a multiplicar-se a oferta. Deslocalizam-se umas empresas enquanto outras vão fechando portas.
A verdade é que pela primeira vez, desde os “regeneradores” anos oitenta, se encontram cartazes promovendo vendas, alugueres e trespasses.

Sinais da crise que com a actual redução de horários muito se amplia. Sinais que nos fazem temer pelo futuro.
24 de Julho, 2009
A direcção da
Associação de Comerciantes do Bairro Alto

24 junho 2009

23 junho 2009

QUER INSTALAR UMA ESPLANADA?

Tem condições para instalar uma esplanada? Já entregou nos serviços competentes o projecto para a instalação de uma esplanada e ainda não recebeu qualquer resposta? Requereu a instalação de uma esplanada mas o seu projecto foi recusado?


Seja qual for a sua situação informe a ACBA, até ao fim da corrente semana, do seu desejo ou da situação do seu requerimento. Iremos tentar junto dos serviços competentes resolver todas as situações pendentes a apresentar novos projectos.

Colabore na defesa dos seus direitos e interesses. A união faz a força!

A direcção da ACBA
23 de Junho de 2009

COMISSÃO REJEITA VENDA DE PALÁCIOS

Lisboa, 21 Jun (Lusa) -- A Comissão de Habitação vai recomendar à Assembleia Municipal de Lisboa que recuse a venda dos palácios que a autarquia quer alienar para serem transformados em hotéis de charme, disse à Lusa fonte daquela estrutura.
"A nossa posição mantém-se na defesa de que os edifícios não precisariam de deixar de ser propriedade municipal e que a autarquia poderia concessioná-los para que fossem recuperados e usados como hotéis de charme, por exemplo", disse o presidente da comissão, Pedro Portugal Gaspar.
A proposta inicial de venda em bloco de seis edifícios apresentada pela autarquia acabou por ser chumbada pela Comissão em Janeiro e a Câmara reformulou a ideia, optando por excluir o edifício do Passo da Procissão do Senhor dos Passos da Graça, no Largo Rodrigues de Freitas (Socorro) e apresentar propostas de alienação separadas para cada um dos restantes.
Para a próxima Assembleia Municipal, está agendada a discussão de duas propostas de alienação, relativas aos palácios Benagazil, junto ao aeroporto, e Visconde do Rio Seco, no Bairro Alto.
"Como o vereador, na reunião que manteve com a Comissão, assumiu que não são estas vendas que vão resolver os problemas financeiros da autarquia, apenas libertaria a câmara das despesas de recuperação dos imóveis, consideramos que havia outras opções", disse Pedro Portugal Gaspar.
Nos casos do palácio Visconde do Rio Seco, a Comissão propunha que o imóvel fosse recuperado, com o custo a ser englobado no empréstimo de 120 milhões de euros para reabilitação urbana que a autarquia pretende contrair junto do Banco Europeu de Investimento.
"O custo estimado dessa recuperação é cerca de um milhão de euros", avançou o responsável, adiantando que o edifício poderia depois ser transformado em residência universitária.
"Até ajudaria a dar vida ao Bairro Alto", realçou.
SO
Lusa

16 junho 2009

12º ANIVERSÁRIO


12 ANOS A SERVIR O BAIRRO ALTO


Parece que foi ontem, mas já lá vão doze anos. Apesar de algumas intermitências foram muitas as iniciativas da ACBA em defesa dos comerciantes e do Bairro Alto. Por exemplo em múltiplas reuniões com as mais diversas entidades e autoridades, sugerindo, protestando, colaborando, ou desenvolvendo actividades como os cursos de valorização profissional.

Hoje recordamos a sua fundação.

A Associação de Comerciantes do Bairro Alto foi formalmente constituída no dia 17 de Junho de 1997. A data assinala o culminar de um processo que, entre outras iniciativas, envolveu a constituição de uma Comissão Instaladora, presidida por Vítor Castro (restaurante Sinal Vermelho) e constituída por: Jorge Coelho (Café Suave); Rui Pavão (loja da Atalaia); José António (restaurante Fiéis ao Tacho); Luc Gautier (Loja Karnak); Maria Lurdes Lopes (Loja da Mãe); Filipe Machado (Adega Machado); Belino Costa (bar Os Três Pastorinhos); Armando (O Queijeiro).

Três dias depois da oficialização notarial, na sexta-feira dia 20 de Junho de 1997, realizou-se no Lisboa Clube Rio de Janeiro a primeira Assembleia-geral da Associação. Na convocatória escrevia-se:

“Vamos realizar a 1ª Assembleia-geral da nossa Associação, que foi recentemente constituída, após o processo de legalização conduzido pela comissão instaladora, mandatada pelos comerciantes presentes na reunião efectuada no Clube Rio de Janeiro, em Outubro do ano passado.
Queremos participar activamente na resolução de várias carências com que nos deparamos no nosso dia-a-dia de vivência e trabalho, e também contribuir para que o Bairro Alto seja um local de referência da cidade de Lisboa com a qualidade e importância que lhe é devida. Com a ajuda de todos pudemos construir um futuro melhor.”


Ali foram eleitos os órgãos sociais e decidido que a quota mensal a pagar pelos associados seria de mil e quinhentos escudos (cerca de 90 euros por ano).

Os órgãos sociais, eleitos por unanimidade, ficaram assim constituídos:

Direcção
Presidente: Vítor Castro (Sinal Vermelho)
Vice-Presidente: José António (Fiéis ao Tacho)
Vogal: Maria Odete Gomes (Moldura do BA)

Assembleia Geral
Presidente: Júlio Barros (Severa)
Vogal: Fernando Lopes (Tavares Rico)
Secretário:Luís Matias (Farmácia Véritas)

Conselho Fiscal
Presidente: Armindo Correia Carvalho (Panificação S. Roque)
Vice-Presidente: Luís Gomes (Alfarrabista)
Vogal: Sabina Tique (Decoração)

09 junho 2009

ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

Convocatória

Nos termos legais e estatutários, convocam-se os associados da Associação de Comerciantes do Bairro Alto, para se reunirem em Assembleia Geral Extraordinária no dia 16 de Junho, terça-feira, às 15H30, nas instalações do Lisboa Clube Rio de Janeiro, na Rua da Atalaia, com a seguinte ordem de trabalhos:

1-Informações prévias

2- Horários de funcionamento – discussão e aprovação de proposta a apresentar à CML.

06 junho 2009

PETIÇÃO

Numa iniciativa da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto está a decorrer uma petição pedindo “a clarificação e regulamentação da Lei que prevê os direitos conexos ao direito de autor. Em nome do rigor, da transparência e da Cultura!”

A petição pode ser consultada e assinada em www.ab-zhp.pt/

MERCEARIA DA ATALAIA




QUALIDADE E BOM PREÇO

Já foi uma tasca e uma mercearia tradicional até que em Dezembro de 2003 deu lugar à Mercearia da Atalaia, “uma loja especializada em produtos alimentares de alta qualidade”. A sua oferta inclui doçaria conventual e tradicional, uma selecção de chás e cafés, chocolates, compotas, pão artesanal, charcutaria, especiarias, vinhos, entre outras. A diversidade e qualidade de produtos tem sido motivo de elogio na imprensa nacional. Aqui ficam dois registos:

“Apetece tudo desde os vinhos que recheiam a garrafeira e envergam notas de prova (em inglês e português) para que qualquer um perceba o que está a comprar, aos sabonetes Claus do Porto, aos chás vendidos avulso (nomeadamente chá branco)o pão de arroz que ali chega quente todos os dias, a alheira de Montalegre (meu Deus, a alheira!), o exclusivíssimo mel de tília da Guarda, a marmelada de maçã reineta de Alcobaça e tantas, outras coisas… No essencial, a filosofia é ter bom e, já agora, português e, se possível biológico. O que não quer dizer que não tenham as mostardas francesas, as massas italianas, o vinagre de Modena, os bombons belgas e tantas outras maravilhas com assinatura internacional.” (in Evasões, Dezembro 2004)

“A loja foi totalmente remodelada e o resultado está à vista: tornou-se um espaço amplo, moderno, actual. Uma das salas é dedicada, maioritariamente à comercialização de vinhos (nacionais e estrangeiros) com alguns exemplares premiados(…)Mas há outros agradáveis motivos para frequentar esta mercearia: as geleias e compotas de vários sabores, bolachas e biscoitos variados (de cerveja, vinho do porto, canela, natas), os queijos, as massas italianas artesanais, o pão, e os bombons. Aqui, os chás, infusões, e o café são vendidos a peso.(…)” (in Visão, Secção Gourmet, 14-20/10/2004).



Mercearia da Atalaia
Rua da Atalaia 64 A
Todos os dias da semana das 12h às 21h.
Encerra aos Domingos e feriados.
Telf 21 342 1104
m.atalaia@mail.telepac.pt
http://www.blogger.com/www.merceariadaatalaia.com

31 maio 2009

RESTAURANTE SINAL VERMELHO

Respeitar o sinal

Boa cozinha portuguesa num sinal onde é obrigatório parar e abancar.

José Quitério

Paralela à Rua da Misericórdia (entre esta e a Rua do Norte), ligando a Travessa da Queimada com a Praça Luís de Camões, a Rua das Gáveas foi das primeiras a ser rasgada (século XVI) no que viria a ser o Bairro Alto, em Lisboa. É possível que deva o nome a esse termo naval que designa a plataforma do mastro donde o gajeiro espiava o mar, pois os primeiros residentes foram marítimos da Ribeira das Naus. Nem a antiguidade nem a origem a salvam de um certo ar bisonho, longe do pitoresco das vizinhas. Tem direito, todavia a ser evocada por um dos autores anónimos da colectânea setecentista "Anatómico Jocoso" (1752): "Ah Bairro! Quem te conhecer que te compre; mas tu já estás vendido, porque a todos trazes vendados; (...) tens a Rua da Trombeta, por onde a fama as tuas proezas publica; (...) tens a do Norte, onde se vê se ele corre direito; tens a das Gáveas, onde o gajeiro do apetite ferra o velame do desejo", etc. Com que então, apetite e desejo?!

Não venho trombetear novidade nem desvendar o norte, pois o que encontramos no nº 89 (a fazer esquina com a Travessa do Poço da Cidade, nome este o da tasca que lá houve anteriormente), o Restaurante Sinal Vermelho, foi fundado em Setembro de 1986. Pouco a pouco, os seus obreiros, Victor Castro e César Gil (haviam sido empregados n'A Severa), conseguiram ir aumentando o espaço e fazendo as obras de remodelação até à configuração actual (quase inalterada desde 1993): duas salas praticamente lado a lado, onde os 65 mastigantes gozam de instalação aprazível e amesendação correcta.

A lista fixa regista 13 Entradas, 2 pratos de Ovos, 4 Vegetarianos, 9 Peixes, 2 Bacalhaus, 5 Carnes e 4 Bifes (de vitela barrosã). Variáveis são as 12 Recomendações do Dia, divididas entre peixe e carne, às vezes a irem socorrer-se da parte firme. No conjunto, uma carta de comidas variada e muito apelativa para quem procura cozinha portuguesa tradicional e regional, sem rodriguinhos.
A provar é que a gente se entende. O "dueto de chouriço e alheira de Valpaços com azeitonas" (€6,90), ainda com finas rodelinhas de linguiça, demonstrou, e basta, a elevada categoria das matérias-primas. Bem os "peixinhos da horta" (€5,90), em canudinhos de polme farto mas de feijão verde em presença forte. Sobre o comprido e altura dum dedo magro, equilibradas no bacalhau e na farinha, fritura certa, fofas, deliciaram as três unidades do "prato de pataniscas de bacalhau" (€5,90). Adoptados para a função entradeiras, os "pastéis de massa tenra" (com acompanhamento de arroz de feijão e couve lombarda teriam custado 9,90) mostraram-se de cabal massa exterior e recheio competente, granulado e temperado a contento.
Passando das entradas para os pratos principais, no "magusto de bacalhau assado com migas de broa e couve portuguesa" (€11,90), muito boas estas, a posta de gadídeo a necessitar de menos demolha e mais grelha. Com a reserva de o arroz estar pouco atomatado e algo aguado, excelentes os "filetes de peixe-galo com arroz de tomate" (€12,90), mais uma especiosa salada de canónigos, beterraba, tomate e rebentos de soja. Com o senão da carne a tender para o rijo, comeu-se com suficiente agrado o "ensopado de borrego com pão frito" (€9,90). Igualmente com cenoura e carnes de porco, nem o facto de o chouriço ser de qualidade muito inferior ao da entrada afectou o saboroso teor geral da "feijoada com entrecosto de vitela, lombardo e enchidos regionais à moda de Ponte de Lima" (€9,90). Forte e gostoso, com batatas chips e lombardo cozido por companhia, o "coelho em vinha-d'alhos frito com amêijoas e coentros" (€10,90).
Há queijos, não testados. Os doces andam pela dúzia e os experimentados não desiludiram. Carta de vinhos pujante, dividida por regiões, tudo datado, alguns com descrição e notas de prova: 109 tintos, 34 brancos, 8 verdes brancos, 1 verde tinto, 7 champanhes e 13 espumantes. Serviço atento e amável.
Sem que se possa deixar de mencionar Amélia Rodrigues, cozinheira da casa há 22 anos, neste Sinal Vermelho é gratificante parar, entrar e abancar.

Sinal Vermelho
Rua das Gáveas, Nº 89 Lisboa
Tel. 213 461 252
(fecha Sábados e segundas ao almoço, Domingos e feridos todo o dia)
9:00 Sexta-feira, 20 de Mar de 2009

http://aeiou.expresso.pt/respeitar-o-sinal=f503772

26 maio 2009

BAIRRO ALTO: O BOM EXEMPLO


Dia Europeu dos Vizinhos

“Já não existem laços”

É hoje festejado, um pouco por toda a Europa, do Dia Europeu dos Vizinhos, com o objectivo de cultivar o convívio e desenvolver laços de amizade, rompendo com o isolamento cada vez mais frequente nas cidades.

Maria do Carmo “foi nascida e criada na freguesia do Castelo”, em Lisboa. Apesar de garantir que tem uma boa relação com os vizinhos, lamenta a falta de comunicação que os tempos modernos trouxeram. “Há muita gente aqui que já não conhecemos. As pessoas hoje em dia comunicam menos. Cada um tem o conforto do seu lar e, por isso, já não convive tanto. Antigamente os vizinhos eram mais unidos. Agora o único tempinho que estamos juntos é à hora do almoço quando vamos tomar café”, garante.

O seu vizinho, Alfredo Veloso, partilha a mesma opinião. “As pessoas não gozam nada. Saem do stress do trabalho e, em vez de irem conviver um pouco , para se distraírem, vão para casa. Antigamente havia mais união. Mas hoje até se acabaram os tascos. À medida que os mais velhos morrem, aparece gente que não conhecemos. Não há guerras nem discussões, mas também já não existem laços”. Alfredo Veloso recorda como, há cerca de um ano, foi tão importante a ajuda de uma vizinha. “Fez um ano em Janeiro que tive uma aflição e quem me valeu foi a minha vizinha. Estava a tomar banho na casa de banho e de repente ouço um grande estrondo na sala. A minha mulher tinha desmaiado. Sou um bocado nervoso e fraco nessas situações. Gritei pela minha vizinha de baixo e lá se chamou o 112”.

Já no Bairro Alto ainda existe uma réstia do espírito de familiaridade tão característico dos bairros mais pequenos. A entreajuda ainda impera, assim como o facto de se ‘facilitar’ os vizinhos e os mais conhecidos aquando o pagamento das despesas. Fernando Santos, de 58 anos, é dono de uma mercearia no Bairro Alto hà 29 anos. “Conheço quase todos os meus vizinhos e, de uma maneira geral, dou-me bem com todos. Tenho alguns vizinhos com aos quais sei que posso contar. Ajudam a descarregar o carro com as mercearias. Como diz o ditado, precisamos uns dos outros”, disse. Fernando Santos é viúvo e relembra o apoio incondicional prestado pelos vizinhos na altura em que perdeu a esposa. “Quando faleceu a minha mulher tive um grande ajuda dos meus vizinhos. Em termos de apoio, foram muito importantes”.

Mas nem todos os vizinhos cultivam um bom relacionamento, como é o caso de Francisca Gomes, reformada de 66 anos, que mora há nove anos no primeiro andar da Torre 1 do Bairro do Alto da Eira, na freguesia da Penha de França. Devido a desavenças com o vizinho do andar de cima, há três anos que luta para mudar para outro apartamento no mesmo prédio. “O meu vizinho faz barulho durante toda a noite, grita, arreda coisas. Percebo que ele tem que se movimentar e fazer algum barulho mas também há um horário para isso. Estou a viver um inferno, em desespero porque não durmo”, desabafou. A sexagenária vive ainda sob o medo das constantes ameaças por parte do vizinho, temendo mesmo que estas se tornem realidade. “Ele ameaça matar-me. Tenho medo que ele não descanse enquanto não o fizer. Mas eu não incomodo o senhor. Já dormi muitas vezes na paragem do autocarro para não incomodar os vizinhos todos os dias. Até já pedi acolhimento na esquadra da polícia”, garantiu, visivelmente abalada.

A situação tornou-se tão insuportável que Francisca Gomes pediu ajuda à Câmara Municipal de Lisboa. A solução foi atribuir-lhe um apartamento vago no 10º andar. Contudo, e apesar de ter provido a casa com água e luz, deparou-se com uma realidade bem diferente do que esperava. A casa tem infiltrações, as janelas estão partidas e não abrem e as paredes estão cheias de brechas que ameaçam fazer ruir a habitação. “É a maior das misérias da vida. A minha casa era boa e agora aceitei esta. Com o desespero que andava nem me apercebi das condições em que ela se encontrava. Só no outro dia é que me apercebi. Já não sei o que fazer porque não me dão outra. E também tenho medo de me morar aqui”, lamentou.

Joana Nogueira

DIAS DE MARIA CAXUXA


Todos os dias são dias de Caxuxa


Bruno Horta explica porque é que, de repente, o Maria Caxuxa se tornou o bar mais concorrido do Bairro Alto.

Não é apenas uma opinião. É um facto e toda a gente o pode comprovar. Qualquer que seja o dia da semana, o Maria Caxuxa está sempre composto. E se for sexta ou sábado à noite... passa de composto a estrondosamente cheio. Em três anos e meio de vida, este bar tornou-se um dos mais concorridos do Bairro Alto e sítio de passagem obrigatória para todo o género de pessoas.
Quando se pergunta “porque é que gosta do Maria Caxuxa”, a resposta dos clientes nunca é muito elaborada. Porque é giro, porque tem bom ambiente, porque sim... E quando se pergunta a um dos donos do espaço o porquê do êxito, ficamos quase na mesma: “Não há grandes receitas”, responde.
Talvez não valesse a pena esperar outra coisa. Na cena nocturna, talvez não exista uma razão especial para isto ou para aquilo. As pessoas vão porque gostam de ir e quando vai um português, vão sempre dois ou três.
Ainda assim, insistimos com Paulo Reis, sócio do Maria Caxuxa juntamente com João Gonzalez. Têm os dois 43 anos e há muito tempo que trabalham na noite. Durante vários anos, João dirigiu o Clube da Esquina, outro bar da Rua da Barroca com igual popularidade. E Paulo, que era amigo da casa, passou a ser braço direito da gerência – além de designer gráfico, que era e é a sua profissão principal.
“Quando abrimos o Caxuxa trouxemos alguns clientes do Clube, é certo, mas também soubemos criar o nosso próprio público”, explica Paulo Reis. E que público é esse? De todas as idades e de todos os estilos e tendências, diz. Caras conhecidas não faltam, de gente do teatro, da dança, da música ou da televisão. E que isso também funciona como chamariz, não temos nenhuma dúvida.
O Caxuxa, como é conhecido pelos frequentadores, tem cerca de 100 metros quadrados, o que, não sendo muito, o torna um dos maiores da zona – pois, como se sabe, no Bairro qualquer centímetro de chão com telha dá um bar.
Até Junho de 2005, data da inauguração, funcionava ali uma espécie de tasca com ar pouco recomendável. E antes, ainda, uma fábrica de bolos que fornecia restaurantes da zona – desde 1947, assegura Paulo Reis. Os fornos a lenha e a traça antiga sobreviveram e ainda bem.
Quanto à decoração, admite Paulo Reis, “é incoerente”, com todos os móveis em segunda mão e de estilos muito diferentes. Mas a ideia é mesmo essa. “Sempre quisemos ser uma extensão do próprio Bairro, isto é, ter um ar popular, mas não popularucho”. A música (com DJs ora mais electrónicos, ora mais jazzísticos), as maravilhosas tostas que são servidas até à uma da manhã e a rapidez do serviço (não se fica três quartos de hora à espera que o empregado de balcão se digne olhar para nós) – são outras das razões que explicam o êxito.
Mais: ao contrário de outros bares recentes, o Caxuxa nunca apareceu muito na imprensa. Os donos não dão muitas entrevistas nem apregoam aos sete ventos as festas que de vez em quando organizam.
E isso, ao criar mistério, atrai sempre mais pessoas, pois claro. Não acreditamos que nunca tenha passado para lá. Mas se é esse o imperdoável caso, ainda vai muito a tempo.


Maria Caxuxa. R da Barroca, 6-12. Seg-Sáb, 17h-02h; Dom, 21h-02h.

20 maio 2009

PALÁCIO BRAAMCAMP SERÁ HOTEL DE CHARME


Palácio Braamcamp
300 mil euros de obras em cada quarto do hotel


por MARINA ALMEIDA


Três concorrentes licitaram ontem o palacete do século XIX. A Alutel ofereceu 2,4 milhões de euros e ganhou. Vai investir 5,5 milhões no futuro hotel de charme e pode vir a tentar comprar outro palacete.
Os representantes das três empresas interessadas na compra do Palácio Braamcamp, no Bairro Alto, em Lisboa, viveram ontem momentos de grande ansiedade na sessão pública para alienação do palacete. Entre eles, José Teixeira, gerente da Alutel que acabou por comprar o edifício dos antigos serviços sociais da autarquia por 2,413 milhões de euros - 500 mil euros acima do valor-base de licitação. A obra em cada quarto deverá custar cerca de 300 mil euros, disse ao DN José Teixeira. "Um quarto de um hotel cinco estrelas não custa tanto!", referiu.
O palacete do século XIX será transformado em hotel de charme pela empresa Alutel. Terá entre 20 e 25 quartos e deverá estar a funcionar dentro de ano e meio, referiu o gerente da empresa que estima investir no palácio 5,5 milhões de euros e não põe de parte a hipótese de concorrer a outro palacete (ver alegações finais).
Concorreram à compra do edifício, com 131 anos de história, três empresas do ramo da hotelaria. Uma comissão nomeada pelo vereador das finanças da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Cardoso da Silva, presidiu ao acto público. Após apresentação do concurso aos presentes, durante cerca de 20 minutos a comissão analisou em privado as propostas e considerou-as admitidas ao concurso.
O valor de licitação mais alto apresentado nas propostas foi de 2,112 milhões de euros. As outras duas empresas licitaram o palacete por 1,885 milhões de euros. Ontem de manhã, foram feitos oito lanços de licitações, no valor de 37.860 euros. Cada lanço era acompanhado pelos olhares atentos dos representantes das empresas de hotelaria interessadas no edifício. O último a levantar a placa foi José Teixeira quando a licitação estava nos 2,413 milhões de euros. Ninguém mais licitou. O palacete foi então adquirido pela empresa Alutel Limitada, especializada no ramo da hotelaria.
José Teixeira sorria enquanto era felicitado pelos representantes das outras empresas. De seguida pagou uma caução de 10% do valor da compra.
Cardoso da Silva mostrou-se bastante agradado com a venda do palácio. "No orçamento temos um conjunto de investimentos que dependem da alienação do património e, portanto, estas vendas permitem que se repavimentem ruas, que se façam novas ruas e que se faça requalificação do espaço público", disse o vereador.
O Palácio Braamcamp foi o primeiro de cinco espaços que a autarquia entendeu alienar para transformar em hotéis de charme: Palácios Machadinho, Benagazil, Pancas Palha e do Visconde do Rio Seco. Um edifício do Largo Rodrigues de Freitas foi retirado deste pacote, a pedido da Assembleia Municipal de Lisboa, que entendeu que este edifício não deveria ir a hasta pública.
O presidente da autarquia lisboeta, António Costa, considerou que a alienação do palácio por mais 25% da base de licitação demonstrou que "há mercado" para hotéis de charme na capital.
Localizado no coração do Bairro Alto, o palácio onde funcionou a escola francesa e viveu Fontes Pereira de Melo, albergou até 2007, durante mais de 40 anos os serviços sociais da CML. Jorge Trigo, historiador, funcionário da câmara e autor do livro "O Palácio Braamcamp e os seus ocupantes" interrogava-se sobre o destino a dar à placa que indica que ali viveu Fontes Pereira de Melo , que está na fachada. José Teixeira respondeu ontem:"será preservada, evidentemente."

Diário de Notícias, 20 de Maio
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1237852

16 maio 2009

INDIE ROCK CAFÉ


Condomínio privado, rockalhadas públicas

Chama-se Indie Rock Café e é o sítio onde todos os sons pesados se concentram. João Macdonald vestiu uma t-shirt preta e foi até lá.



O Bairro Alto lá se vai transformando devagar em zona de habitação de luxo, mas nem o famoso condomínio privado do Convento dos Inglesinhos consegue espantar a caça e os caçadores. Até aconteceu que quando as obras do polémico empreendimento se aproximavam do fim, começava Carlos Moreira a tratar da decoração de um velho café de esquina, convertendo-o num bar para – usando as imortais palavras de Júlio Isidro -a malta da pesada. O IndieRockCafé, ei-lo hoje em pleno vigor, é um bom vizinho do condomínio privado.
E são todos amigos.
O lugar funciona como uma rádio-pirata que só emite dentro de quatro paredes. As colunas de som estão dominadas pelo rock das últimas três decadas (Carlos declarou o espaço, para os estrangeiros perceberem, como um "Iegendary alternative sound, gallery and snack bar") e, quando não são os consagrados reverberando as cores vermelhas e pretas (mais anarquista a decoração não poderia ser) que embelezam o lndie, é porque se está a ouvir a maquete de alguma banda nova. O bar alcançou o estatuto de posto de escuta público das novas produções rock de Lisboa e arredores. Não poucas vezes acontecem mini-concertos, dos mesmos neófitos musicais, e exposições. Até 14 de Maio está lá, por exemplo, "Fuga", uma vídeo instalação de João Cáceres Costa que diz no subtítulo "não aconselhável a pessoas sensíveis" (não contamos mais, é melhor confirmar no local).

A grande aranha e respectiva teia que ocupa o tecto vigia sinistramente a agitação. Em torno das mesas, cujos tampos trazem­-nos visões fanzinescas da história da música - uns Clash e uns Madness ali, uns Rádio Macau e uma Patti Smith aqui, uns Ramones e uns Sex Pistols acolá-, a mais novel geração de tribo rock consome cervejas, exibe moicanos e t-shirts dos Alien Sex Fiend e dos Motorhead (e, não podia deixar de ser, dos Joy Division). Carlos observa e dá assistência ao povo com bonomia e dedicação. Ele sabe que está no caminho certo.
O caminho arrancou quando ele tinha 18 anos e organizava festas alternativas na Linha de Cascais. Dar música à malta estava -lhe já muito na natureza, tal como as artes visuais. Saído da Escola António Arroio para o curso de restauro das oficinas da Fundação Ricardo Espírito Santo, o homem activou os seus talentos plásticos na altura em que os concertos e os bares multiplicavam-se em Lisboa. Vejam lá: serigrafista, executante de ti-shirts para as grandes bandas estrangeiras que vinham a Portugal e vitrinista, da Warner, Valentim de Carvalho e BMG, entre outras, trabalhou com os Mler Ife Dada e os More República Masónica. Fez de tudo um pouco em sítios que já não existem mas que fizeram história no Bairro Alto, como o La Folie ou o Rookie. E agora aqui está ele, por fim com o seu próprio bar e dedicado agente cultural.
Agente cultural mesmo: o rock agita -se no Indie, mas Carlos está a tratar de lançar este ano ainda uma extensão, também junto aos Inglesinhos. Vai reabrir o outrora intitulado BA, um magnífico e amplo espaço ao lado do convento. Haverá cinema, actividades para criança, música, stand-up, exposições, restauração. O rock'n'roll dá ideias para tudo.


lndie Rock Café. Travessa dos Inglesinhos, 49. Aberto todos os dias do ano das 22.00 às 02.00.

13 -19 Maio 2009 Time Out Lisboa

10 maio 2009

RESTAURANTE AS SALGADEIRAS

A força do destino

José Quitério

Destino atractivo e compensador com lista diversificada.

Quase no limite sul do Bairro Alto, a Rua das Salgadeiras liga a Rua da Atalaia e a Rua do Norte nos respectivos começos. Quanto à origem do nome, entre os olissipógrafos a doutrina não é pacífica (expressão muito acarinhada nas antigas sebentas jurídicas coimbrãs). Norberto de Araújo (1889-1952) aponta vagamente "ainda uma evocação da borda de água" (tal como no caso, segundo ele, da Rua das Gáveas, por terem sido os marítimos da Ribeira das naus os primeiros a habitar o que viria a ser o Bairro Alto). Diversa é a opinião de Gustavo de Matos Sequeira (1880-1962), para quem se trata mesmo das plantas chamadas salgadeiras, "comummente empregadas para fixar terras movediças em barrancos", como aqui acontecia então. Seja como for, a "serventia transversal, curta e inexpressiva" do tempo de mestre Norberto tem hoje galerias de arte, lojas de culto, paredes alarvemente borradas por falsos grafitos e este restaurante aonde vamos, chamado também ele As Salgadeiras.

Inaugurado há cinco anos, ocupando o espaço do que foi uma padaria, pode gabar-se da recuperação do tijolo-burro e da pedra de arcos e paredes, bem como dos dois fornos, um transformado em salinha ideal para casais arrulharem. Mesas de aparelhamento muito cuidado, cadeiras de couro onde se podem sentar 40 dentaduras, ambiente desafectadamente distinto.
A lista é suficientemente diversificada e está assim dividida e quantificada: 12 Entradas, 6 Pratos do Fiel Amigo, 10 Pratos de Peixe, 8 Pratos de Carne e 5 Bifes do Lombo. Ainda antes de entrar por elas, referência aos "pastéis de bacalhau" (mencionados na alínea do couvert, €2 a unidade), de competentes doseamento, textura e fritura. Propriamente das Entradas, que abrangem sopas e saladas, passaram-se quatro umbrais. A "sopa de peixe à Salgadeiras" (€11,50), daquelas que vêm tapadas por massa folhada, aliás louvável, exibiu-se em creme espesso, com abundantes filamentos de cherne e de tamboril e camarão esparso, bem temperada e saborosa, no género nutritivo. Assente em pão frito, de miscigenação feliz, frio, o "tártaro de polvo" (€7,15) foi bom trato do povo. Simplesmente salpicado por fragmentos de pimentos vermelho e amarelo, mais um fio de azeite e hortelã ornamental, o "carpaccio de bacalhau" (€7,25) atingiu o desiderato. Interessantes os "mexilhões salteados" (€10,25), conquanto sobressaíssem alho e azeite.

Dos Bacalhaus, onde também figura uma sopa, colheu-se o "bacalhau à Zé do Pipo" (€18,75): executado consoante a receita canónica e como tal de resultado e aspecto apetitosos, apenas a junção duns pickles com o respectivo avinagrado lhe macularam o brilhantismo total. Extraíram-se dois números dos Pratos do Peixe. De recheio estimável e genuíno puré de batata, deram boa conta de si as "lulas recheadas à Salgadeiras" (€14,95). No "filete de linguado em massa folhada com espinafres" (€17,95) reconheceu-se a correcta feitura e a companhia exquise (pétalas de rosa verdadeira), verificando-se, todavia, que o linguado em si (talvez sim com outro peixe) não é favorecido com este acomodamento. Dos Pratos de Carne, em que há outros preparados de porco, de vitela e borreguinho, abordaram-se "migas de espargos bravos com lombinhos de porco" (€13,95), conjunto agradável, e "cabrito à moda de Monção" (€19,75), assado no forno, vencedor em todos os aspectos, incluindo o acompanhamento de batatinhas e castanhas assadas e esparregado. Deixaram-se os bifes de lombo em sossego, como a linda Inês.
A doçaria apresenta-se em octeto apreciável, com variação no chamado "doce de ovos conventual" (€6,25) e que num dos dias calhou ser o "fidalgo", primoroso. Carta de vinhos por regiões, sem datas, registando 68 tintos, mais 16 ditos da Garrafeira (estes datados), 19 brancos, 6 verdes brancos, 4 champanhes e 2 espumantes, com muitos a copo e excelente serviço vínico. Igualmente competente e amável o restante serviço.
Cozinha-se bem por aqui e o envolvimento contribui para o bem-estar (não obstante o preçário um bocadinho salgado), pelo que As Salgadeiras é destino atractivo e compensador.

As Salgadeiras
Rua das Salgadeiras, 18LisboaTel. 213 421 157 (Só serve jantares; fecha às segundas)

8 de Mai de 2009
http://aeiou.expresso.pt/a-forca-do-destino=f512569