27 abril 2012

FESTIVAL “ARTE MAIS”




A Associação Mais Cidadania organiza uma nova edição do Festival Arte Mais entre 3 e 6 de maio.
O Festival Arte Mais, “arte com valor acrescentado”, mantém um programa rico de ideias e propostas: workshops, concertos, teatro, dança, artes plásticas, poesia, exposições, feira de artesanato e troca sustentável de livros. Todos os eventos são gratuitos.
De acordo com os organizadores, “o objectivo principal deste evento é juntar as realidades locais acreditando nas parcerias e reforçar a participação das pessoas e instituições que compõem a comunidade”.

22 abril 2012

ENTRADAS NO BAIRRO: 3- MAIS LIXO E MAIS AUTOMÓVEIS


Chegados à Praça Luís de Camões, vejamos o que nos reserva a zona sul do Bairro Alto.

 
A Rua das Gáveas é um dos canais de entrada de automóveis. O sistema de controlo de acessos foi alterado obrigando agora à passagem de um cartão num sensor. O problema é que as máquinas não são adequadas à situação e, faça chuva ou faça sol, seja de dia ou de noite o condutor tem sempre de sair da viatura para acionar o mecanismo de entrada. Desconfortável e perigoso, especialmente a certas horas. O lixo, uma presença constante no canto esquerdo da rua, e o respetivo mau cheiro são outras características desta entrada no bairro.


A Rua do Norte, pela diversidade das suas atividades comerciais e pela localização estratégica é uma das entradas no bairro mais utilizadas pelos peões, servindo a Praça de Camões como uma espécie de hall de entrada, ou ponto de encontro. Esta é uma das ruas que deveria ser urgentemente pedonizada. Seguramente que tal teria um impacto muito positivo na dinamização do comércio diurno. Atualmente  a Rua do Norte privilegia a circulação automóvel sendo  um dos seus canais de saída.  Mais um erro estratégico.



A Rua da Atalaia, junto ao Largo do Calhariz, bem poderia ser o canal de saída em substituição da Rua do Norte. As condições e equipamentos técnicos existem, só que não se encontram em utilização. A própria entrada da rua não está em utilização encontrando-se habitualmente tapada por veículos de quatro rodas parados de ambos os lados.
Em síntese:
1-No Bairro Alto, mesmo na zona de trânsito condicionado, predomina a lógica e os interesses dos automóveis, dando-se até o caso de atualmente se permitirem cargas e descargas, com veículos pesados, até às 20 horas (situação que se prolonga até horas mais tardias).
2-O potencial turístico do bairro está a ser desvalorizado e desaproveitado.
3-Ao nível do espaço público ressalta a imagem de degradação e lixo. 

E assim se fecha e isola o Bairro Alto.  Assim se desperdiçam recursos em tempo de crise.

13 abril 2012

ENTRADAS NO BAIRRO: 2- LIXO E AUTOMÓVEIS

São muitos os turistas que diariamente visitam o Jardim de S. Pedro de Alcântara. Seria natural que alguns continuassem o passeio pelo Bairro Alto, ajudando a animar o comércio diurno. Mas tal não acontece. Os visitantes não são convidados a entrar no bairro bem pelo contrário, são afastados daqui. 

Já referimos o que se passa nas Travessas da Boa Hora e Água Flor, mas vale a pena prosseguir viagem em busca de uma entrada convidativa. A Rua do Grémio Lusitano tem todas as condições para “chamar” os transeuntes a entrar. É espaçosa, tem belos edifícios e condições para se instalar, por exemplo, painéis informativos. Mas com o que deparamos nós? Com aquilo que mais parece ser uma rua das traseiras, com lixo e veículos mal estacionados, num ambiente que afasta visitantes.

Prosseguimos  até chegar à  Travessa da Queimada, mas esta perde toda a relevância  perante a graciosidade do  largo em frente e a imponência da Igreja de S.Roque. A Queimada é uma das principais entradas do  Bairro, mas está pensada para os automóveis, não para os peões. Ali até os passeios são um fingimento. É por isso que ninguém os usa.

Continuando a descer a Rua da Misericórdia, duas novas oportunidades se oferecem para entrar no Bairro Alto, mas nenhuma delas é convidativa. Na Travessa do Poço da Cidade, apesar do espaço o permitir, não há qualquer informação. Nem mapa, nem sugestão de percurso. Ali, como depois na Travessa da Espera, dá-se prioridade ao automóvel pelo que se desenhou um lugar de estacionamento no topo da rua. Carros e camionetas a taparem entradas de um bairro histórico é coisa que não se consegue justificar. Só se compreende se for entendida como uma originalidade portuguesa! 

E assim se fecha e isola o Bairro Alto.

08 abril 2012

ENTRADAS NO BAIRRO: 1- UMA CHAGA A CÉU ABERTO



Quando um visitante chega ao Bairro Alto subindo pelo ascensor da Glória, começa por ser agredido pela visão de um prédio suportado por vigas de ferro, rodeado  por uma chaparia suja e desconchavada.  Há anos que esta mancha na paisagem recebe os milhares de turistas que demandam esta parte da cidade.  
Não se pense que estamos perante um local e um edifício sem interesse ou História, bem pelo contrário. É, por exemplo, reconhecido  por olisipógrafos  como Norberto de Araújo que  na Rua de S. Pedro de Alcântara,  nº25 a 37, o antigo Palácio Lumiares, é “o prédio que assenta no sítio do solar Andrade, directo avoengo do Bairro Alto.”( Peregrinações Em Lisboa- Livro V).
Às razões do passado há que acrescentar as razões do presente. É sabido que o Elevador da Glória, assim como o Bairro Alto e o Jardim de S. Pedro de Alcântara, são referências de qualquer roteiro turístico de Lisboa. Pena é que, entre mudanças de promotores imobiliários e escavações arqueológicas o esventrado edifício se tenha transformado numa chaga, afastando visitantes e dando uma péssima imagem da cidade. Toda a envolvência do prédio, que bem poderia estar escondido entre lonas devidamente decoradas, é digna de um bairro de lata e não de uma cidade que se quer afirmar como destino turístico.
As imagens que publicamos, nomeadamente das passagens laterais nas Travessas da Boa Hora e da Água Flor, são reveladoras de uma situação que só nos envergonha. Por ali até os locais evitam passar, quanto mais os visitantes.  
E assim se fecha e isola o Bairro Alto.