26 fevereiro 2009

TIME OUT: COMPRAS NO BAIRRO

(clique sobre a imagem para a ampliar)


A oferta específica e os horários tardios das lojas fazem do Bairro Alto uma zona de compras particular, diz Ana Garcia Martins
Se lhe dissermos que o Bairro Alto tem 110 restaurantes, 75 bares e 32 cafés, é muito provável que não ache estranho. E que até conheça a maior parte destes sítios. As áreas de restauração e animação nocturna são o ponto forte do Bairro, é certo, mas a oferta vai muito para além disso. Há cerca de 150 estabelecimentos comerciais não alimentares, entre lojas de roupa, de decoração, de música, papelarias, livrarias, ourivesarias, sapatarias, ou floristas. O suficiente para fazer do Bairro Alto uma zona de compras por excelência? Ainda não, mas é para lá que se caminha.
A regularidade com que abrem novas lojas é a melhor prova disso. Porta sim, porta não, surgem espaços que complementam a oferta singular que caracteriza o Bairro, voltada para um público apreciador da cultura urbana e da street wear. “O Bairro Alto é uma zona de compras com características muito específicas”, confirma Belino Costa, presidente da Associação de Comerciantes do Bairro Alto. “Tem uma identidade própria, e isso deve ser olhado como uma vantagem. Ainda bem que temos um comércio alternativo”, acrescenta.
Os comerciantes reconhecem e assumem o lado alternativo, e apesar de acharem que as pessoas ainda não vão ao Bairro só para fazer compras, acreditam que já se começa a criar uma rotina própria.
“Nota-se que as pessoas fazem este circuito das lojas. Há muita gente que sai dos restaurantes e dá uma volta pelo Bairro, para ver as montras. Mesmo que não comprem na altura, porque vão sair à noite e não lhes dá jeito, acabam por voltar noutro dia”, diz Paulo Rebelo, da loja de brinquedos Antes e Depois.
E os horários, tão alternativos quanto tudo o resto no Bairro Alto, até resultam numa mais-valia para quem tem pouco tempo. É assumido que a dinâmica comercial do Bairro arranca ao início da tarde e que as lojas só fecham as portas quando o Sol já se pôs há muito. “Tenho experimentando abrir cada vez mais cedo, mas não resulta. Vende-se mais mais perto da noite do que durante o dia”, diz Marta Godinho, da You Shoes. “As pessoas sentem-se mais descansadas, não têm de correr de um lado para o outro, porque sabem que as lojas aqui fecham tarde”, confirma, por sua vez, Paulo Rebelo.
Para a crescente divulgação do Bairro Alto enquanto zona de diversão, lazer e comércio, a Associação de Comerciantes apresentou recentemente um projecto com vista à criação de uma marca própria e um logótipo que ajudem a identificar e promover a nova imagem do zona (ver pág.11). “É preciso criar novas dinâmicas que tragam mais pessoas”, diz Belino Costa.
Os lojistas concordam. Fátima Guerra, da Rosa 78, diz que “ falta publicidade, e mais condições para as pessoas, como o estacionamento”. Marta Godinho, acrescenta que é preciso “apostar mais no comércio tradicional, porque as pessoas vão sempre aos centros comerciais”. Mas o Bairro já começa a dar cartas.



Time Out Lisboa ,25 de Fevereiro 2009

10 fevereiro 2009

UM PROJECTO DE FUTURO


Decorreu ontem, no Cine Theatro Gymnásio do Chiado (Rua da Misericórdia, 14-2º andar), a apresentação de um projecto para o Bairro Alto segundo proposta da Wanted Brand, “uma agência especialista na criação gestão e produção de experiências de entretenimento”.
Depois de inventariar os problemas que afectam o Bairro Alto, como a insegurança, o lixo, os tags que sujam os imóveis, a falta de vida vespertina, e a redução de horários, a Wanted Brand propõe um conjunto de desafios que ajudem a mudar o actual estado de coisas. A saber:
Melhorar a imagem do Bairro;
Melhorar a limpeza e segurança;
Melhorar a frequência e a dinâmica;
Melhorar a relação com a comunidade.
Para tanto propõe a criação de uma marca (“eu sou do bairro”) e um logótipo que ajudem a identificar e promover a nova imagem do Bairro Alto. Propõe também a criação de um sítio na Internet, acções de relações públicas para que o Bairro Alto seja notícia por boas razões e a criação de eventos culturais e comerciais e lúdicos que ajudem à dinamização e promoção da zona.

A sessão de ontem assinalou a apresentação deste projecto que se encontra em divulgação e discussão junto de todos os interessados. Para uma informação mais detalhada poderão consultar o essencial da proposta em: http://web.mac.com/falabeda/bairro/

A ACBA agradece a colaboração da Wanted Brand assim como da Genius y Meios pela cedência da sala.

01 fevereiro 2009

NEM SÓ DE CHARME VIVE O HOMEM

Hotel 'low cost' vai ser inaugurado no Bairro Alto
KÁTIA CATULO JOÃO GIRÃO

Lisboa. O primeiro hotel low cost da capital vai chegar em Abril - o Santa Catarina Light Hotel, do grupo Evidência, ficará no Bairro Alto e destina-se sobretudo aos turistas mais jovens e com pouco dinheiro. A futura unidade terá 17 quatros e a diária custará 27 euros. O conceito foi inaugurado no Porto.

Primeiro foi o Porto. Agora é a vez de Lisboa. O conceito de hotel low cost vai finalmente chegar à capital em finais de Abril. A Pensão Residencial Santa Catarina, próximo do miradouro do Adamastor, no Bairro Alto, irá desaparecer em breve para dar lugar a uma unidade hoteleira direccionada aos turistas mais jovens e com pouco dinheiro. O conceito do Santa Catarina Light Hotel, do grupo Evidência, é simples - eliminar o luxo e manter apenas o que é essencial. Há pequenas extravagâncias, portanto, que vão ficar excluídas do pacote turístico. Quem entrar na recepção recebe um kit de boas-vindas com lençóis e fronhas para fazer a cama e ainda as toalhas de banho. Só assim se consegue reduzir os custos para o cliente: futuro hotel low cost do Bairro Alto terá 17 quartos e a diária está fixada em 27 euros. A unidade vai envolver um investimento de dois milhões de euros do grupo Evidência.O novo projecto implica, contudo, o fim da Residencial de Santa Catarina que, durante 57 anos, esteve na Rua Doutor Luís de Almeida e Albuquerque. Ao longo do dia de ontem, os funcionários fizeram as últimas arrumações e fecharam as portas. "Até finais de Abril, o edifício estará em obras", conta Carlos Figueiredo, proprietário da pensão.
O espaço junto ao miradouro de Santa Catarina, porém, não foi vendido à cadeia de hotéis do grupo Evidência: "Será apenas arrendado durante os próximos dois anos". Se a experiência resultar, explica Carlos Figueredo, o contracto de arrendamento será estendido por tempo indeterminado.Os hotéis low cost chegaram a Portugal no fim de 2008 com a inauguração de uma unidade hoteleira no Porto (ver caixa). O seu conceito é muito semelhante ao das companhias aéreas de baixo custo - todos os serviços são considerados extra e pagos à parte. A receita parece estar a resultar. O grupo Evidência já anunciou que quer construir, até 2011, mais 10 unidades low cost no País e o grupo Mini Price Hotels promete outras cinco em Lisboa, Coimbra ou Aveiro.

Com LEONOR MATIAS
In Diário de Notícias
http://dn.sapo.pt/2009/02/01/cidades/hotel_low_cost_ser_inaugurado_bairro.html