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A oferta específica e os horários tardios das lojas fazem do Bairro Alto uma zona de compras particular, diz Ana Garcia Martins
Se lhe dissermos que o Bairro Alto tem 110 restaurantes, 75 bares e 32 cafés, é muito provável que não ache estranho. E que até conheça a maior parte destes sítios. As áreas de restauração e animação nocturna são o ponto forte do Bairro, é certo, mas a oferta vai muito para além disso. Há cerca de 150 estabelecimentos comerciais não alimentares, entre lojas de roupa, de decoração, de música, papelarias, livrarias, ourivesarias, sapatarias, ou floristas. O suficiente para fazer do Bairro Alto uma zona de compras por excelência? Ainda não, mas é para lá que se caminha.
A regularidade com que abrem novas lojas é a melhor prova disso. Porta sim, porta não, surgem espaços que complementam a oferta singular que caracteriza o Bairro, voltada para um público apreciador da cultura urbana e da street wear. “O Bairro Alto é uma zona de compras com características muito específicas”, confirma Belino Costa, presidente da Associação de Comerciantes do Bairro Alto. “Tem uma identidade própria, e isso deve ser olhado como uma vantagem. Ainda bem que temos um comércio alternativo”, acrescenta.
Os comerciantes reconhecem e assumem o lado alternativo, e apesar de acharem que as pessoas ainda não vão ao Bairro só para fazer compras, acreditam que já se começa a criar uma rotina própria.
“Nota-se que as pessoas fazem este circuito das lojas. Há muita gente que sai dos restaurantes e dá uma volta pelo Bairro, para ver as montras. Mesmo que não comprem na altura, porque vão sair à noite e não lhes dá jeito, acabam por voltar noutro dia”, diz Paulo Rebelo, da loja de brinquedos Antes e Depois.
E os horários, tão alternativos quanto tudo o resto no Bairro Alto, até resultam numa mais-valia para quem tem pouco tempo. É assumido que a dinâmica comercial do Bairro arranca ao início da tarde e que as lojas só fecham as portas quando o Sol já se pôs há muito. “Tenho experimentando abrir cada vez mais cedo, mas não resulta. Vende-se mais mais perto da noite do que durante o dia”, diz Marta Godinho, da You Shoes. “As pessoas sentem-se mais descansadas, não têm de correr de um lado para o outro, porque sabem que as lojas aqui fecham tarde”, confirma, por sua vez, Paulo Rebelo.
Para a crescente divulgação do Bairro Alto enquanto zona de diversão, lazer e comércio, a Associação de Comerciantes apresentou recentemente um projecto com vista à criação de uma marca própria e um logótipo que ajudem a identificar e promover a nova imagem do zona (ver pág.11). “É preciso criar novas dinâmicas que tragam mais pessoas”, diz Belino Costa.
Os lojistas concordam. Fátima Guerra, da Rosa 78, diz que “ falta publicidade, e mais condições para as pessoas, como o estacionamento”. Marta Godinho, acrescenta que é preciso “apostar mais no comércio tradicional, porque as pessoas vão sempre aos centros comerciais”. Mas o Bairro já começa a dar cartas.
Se lhe dissermos que o Bairro Alto tem 110 restaurantes, 75 bares e 32 cafés, é muito provável que não ache estranho. E que até conheça a maior parte destes sítios. As áreas de restauração e animação nocturna são o ponto forte do Bairro, é certo, mas a oferta vai muito para além disso. Há cerca de 150 estabelecimentos comerciais não alimentares, entre lojas de roupa, de decoração, de música, papelarias, livrarias, ourivesarias, sapatarias, ou floristas. O suficiente para fazer do Bairro Alto uma zona de compras por excelência? Ainda não, mas é para lá que se caminha.
A regularidade com que abrem novas lojas é a melhor prova disso. Porta sim, porta não, surgem espaços que complementam a oferta singular que caracteriza o Bairro, voltada para um público apreciador da cultura urbana e da street wear. “O Bairro Alto é uma zona de compras com características muito específicas”, confirma Belino Costa, presidente da Associação de Comerciantes do Bairro Alto. “Tem uma identidade própria, e isso deve ser olhado como uma vantagem. Ainda bem que temos um comércio alternativo”, acrescenta.
Os comerciantes reconhecem e assumem o lado alternativo, e apesar de acharem que as pessoas ainda não vão ao Bairro só para fazer compras, acreditam que já se começa a criar uma rotina própria.
“Nota-se que as pessoas fazem este circuito das lojas. Há muita gente que sai dos restaurantes e dá uma volta pelo Bairro, para ver as montras. Mesmo que não comprem na altura, porque vão sair à noite e não lhes dá jeito, acabam por voltar noutro dia”, diz Paulo Rebelo, da loja de brinquedos Antes e Depois.
E os horários, tão alternativos quanto tudo o resto no Bairro Alto, até resultam numa mais-valia para quem tem pouco tempo. É assumido que a dinâmica comercial do Bairro arranca ao início da tarde e que as lojas só fecham as portas quando o Sol já se pôs há muito. “Tenho experimentando abrir cada vez mais cedo, mas não resulta. Vende-se mais mais perto da noite do que durante o dia”, diz Marta Godinho, da You Shoes. “As pessoas sentem-se mais descansadas, não têm de correr de um lado para o outro, porque sabem que as lojas aqui fecham tarde”, confirma, por sua vez, Paulo Rebelo.
Para a crescente divulgação do Bairro Alto enquanto zona de diversão, lazer e comércio, a Associação de Comerciantes apresentou recentemente um projecto com vista à criação de uma marca própria e um logótipo que ajudem a identificar e promover a nova imagem do zona (ver pág.11). “É preciso criar novas dinâmicas que tragam mais pessoas”, diz Belino Costa.
Os lojistas concordam. Fátima Guerra, da Rosa 78, diz que “ falta publicidade, e mais condições para as pessoas, como o estacionamento”. Marta Godinho, acrescenta que é preciso “apostar mais no comércio tradicional, porque as pessoas vão sempre aos centros comerciais”. Mas o Bairro já começa a dar cartas.
Time Out Lisboa ,25 de Fevereiro 2009
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