13 abril 2012

ENTRADAS NO BAIRRO: 2- LIXO E AUTOMÓVEIS

São muitos os turistas que diariamente visitam o Jardim de S. Pedro de Alcântara. Seria natural que alguns continuassem o passeio pelo Bairro Alto, ajudando a animar o comércio diurno. Mas tal não acontece. Os visitantes não são convidados a entrar no bairro bem pelo contrário, são afastados daqui. 

Já referimos o que se passa nas Travessas da Boa Hora e Água Flor, mas vale a pena prosseguir viagem em busca de uma entrada convidativa. A Rua do Grémio Lusitano tem todas as condições para “chamar” os transeuntes a entrar. É espaçosa, tem belos edifícios e condições para se instalar, por exemplo, painéis informativos. Mas com o que deparamos nós? Com aquilo que mais parece ser uma rua das traseiras, com lixo e veículos mal estacionados, num ambiente que afasta visitantes.

Prosseguimos  até chegar à  Travessa da Queimada, mas esta perde toda a relevância  perante a graciosidade do  largo em frente e a imponência da Igreja de S.Roque. A Queimada é uma das principais entradas do  Bairro, mas está pensada para os automóveis, não para os peões. Ali até os passeios são um fingimento. É por isso que ninguém os usa.

Continuando a descer a Rua da Misericórdia, duas novas oportunidades se oferecem para entrar no Bairro Alto, mas nenhuma delas é convidativa. Na Travessa do Poço da Cidade, apesar do espaço o permitir, não há qualquer informação. Nem mapa, nem sugestão de percurso. Ali, como depois na Travessa da Espera, dá-se prioridade ao automóvel pelo que se desenhou um lugar de estacionamento no topo da rua. Carros e camionetas a taparem entradas de um bairro histórico é coisa que não se consegue justificar. Só se compreende se for entendida como uma originalidade portuguesa! 

E assim se fecha e isola o Bairro Alto.