Documentos para a História de uma Revolução
Até 2 de Maio a Galeria Zé dos Bois, em colaboração com a LembrAbril, apresenta um núcleo documental que percorre organizações politizadas, informais e partidárias, emergentes das movimentações revolucionárias que inauguraram a democracia portuguesa. Esta mostra inédita e diferenciada por se focar no quadro ideológico da extrema-esquerda, reúne material iconográfico original produzido pelas diferentes forças políticas no momento máximo da sua proliferação.
A exposição que pretende contribuir a uma diferenciação ideológica dessas forças sociais, mostra, por um lado, jornais, panfletos e cartazes, por outro, fotografias capturadas por José Marques documentando inscrições murais anónimas e ainda, ‘Revolução’ um filme paradigmático realizado em 1975 por Ana Hatherly que reforça, desde um ponto de vista artístico, o sentido de urgência e vontade colectiva de posicionamento político.
Para além do material original apresentado, que se constitui como uma resenha incompleta, optou-se pelo recurso a estratégias de revisitação desta imagética que recuperam o seu sentido efémero. Como tal, as paredes da galeria cobrem-se de pinturas que reproduzem cartazes em tamanho ampliado; de palavras de ordem grafitadas; e de 3 intervenções murais de grande escala.
Em suma, reuniu-se um conjunto de objectos no intuito de melhor definir um discurso em torno de organismos partidários e forças políticas, que hoje confundimos com a intensidade das suas propostas.
OBRAS em EXPOSIÇÃO:
Os cartazes apresentados ou representados pertenceram às seguintes organizações:
AOC; PRP - BR; FEC ml; FUR; GDUP; Grito do Povo; LCI prt; LUAR; MES; MRPP; OCMLP; ORPC ml; OUT; PCP ml; PCP R; PUP; UDP; UJECML; JC ml; GAAFs; MPAC; Associação da Amizade Portugal - China; FEML; UMC; O Tempo e o Modo; Spartacus.
Partindo do conjunto de fotografias do livro ‘Paredes em Liberdade’, recolhidas entre Abril e Maio de ’74, nas quais José Marques retrata palavras de ordem, exigências e provocações, inscritas de forma anónima pelas paredes de Lisboa, apresentamos uma edição fac-similada de 20 postais representativos não apenas da publicação, como do clima de liberdade discursiva característica desse período.
O filme ‘Revolução’ (1975), simultaneamente objecto artístico e documental, de Ana Hatherly, no qual se fixa o sentido de urgência e da disseminação generalizada do discurso social e político, após o 25 de Abril, e, sobretudo, da sobreposição da expressão popular num momento central da política portuguesa.
Para além do material original apresentado, que se constitui como uma resenha incompleta, optou-se pelo recurso a estratégias de revisitação desta imagética que recuperam o seu sentido efémero. Como tal, as paredes da galeria cobrem-se de pinturas que reproduzem cartazes em tamanho ampliado; de palavras de ordem grafitadas; e de 3 intervenções murais de grande escala.
Em suma, reuniu-se um conjunto de objectos no intuito de melhor definir um discurso em torno de organismos partidários e forças políticas, que hoje confundimos com a intensidade das suas propostas.
OBRAS em EXPOSIÇÃO:
Os cartazes apresentados ou representados pertenceram às seguintes organizações:
AOC; PRP - BR; FEC ml; FUR; GDUP; Grito do Povo; LCI prt; LUAR; MES; MRPP; OCMLP; ORPC ml; OUT; PCP ml; PCP R; PUP; UDP; UJECML; JC ml; GAAFs; MPAC; Associação da Amizade Portugal - China; FEML; UMC; O Tempo e o Modo; Spartacus.
Partindo do conjunto de fotografias do livro ‘Paredes em Liberdade’, recolhidas entre Abril e Maio de ’74, nas quais José Marques retrata palavras de ordem, exigências e provocações, inscritas de forma anónima pelas paredes de Lisboa, apresentamos uma edição fac-similada de 20 postais representativos não apenas da publicação, como do clima de liberdade discursiva característica desse período.
O filme ‘Revolução’ (1975), simultaneamente objecto artístico e documental, de Ana Hatherly, no qual se fixa o sentido de urgência e da disseminação generalizada do discurso social e político, após o 25 de Abril, e, sobretudo, da sobreposição da expressão popular num momento central da política portuguesa.
Reconhecendo o papel fundamental do mural, no âmbito da comunicação político-partidária, foi proposto a António Alves (que participou da concepção e execução de diversos murais partidários) e ao artista RIGO (que detém uma produção muralista ímpar), uma composição na parede lateral exterior do edifício da ZDB, na linha dos grandes murais populares e maoístas.
Neste sentido, recuperou-se ainda o mural de entrada da ZDB, concebido pelo designer António Gomes para a comemoração do 25º aniversário da Revolução de Abril. Este mural, que durante cinco anos esteve coberto, apresenta uma re-interpretação contemporânea do célebre cartaz de Abel Manta, ‘MFA - Sentinela do Povo’ (1975).
Apresenta-se também um Organograma inédito que partindo de um centro ideológico radicado no comunismo, explicita as filiações e ramificações de grupos informais, organizações e partidos mais à esquerda do PCP.
Se os cartazes originais e as reproduções, feitas propositadamente para a mostra, constituem um núcleo gráfico institucional de diversas organizações políticas, inestimável para a reflexão em torno da evolução político-social decorrente do processo revolucionário de Abril; pretende-se que as fotografias e o filme, bem como os murais, funcionem como um contraponto: permeando uma amplitude discursiva francamente diversificada, onde se reflecte a reivindicação da necessidade absoluta de expressão de cada indivíduo, anónimo, reprimida durante quatro décadas.
À ESQUERDA DA ESQUERDA
Neste sentido, recuperou-se ainda o mural de entrada da ZDB, concebido pelo designer António Gomes para a comemoração do 25º aniversário da Revolução de Abril. Este mural, que durante cinco anos esteve coberto, apresenta uma re-interpretação contemporânea do célebre cartaz de Abel Manta, ‘MFA - Sentinela do Povo’ (1975).
Apresenta-se também um Organograma inédito que partindo de um centro ideológico radicado no comunismo, explicita as filiações e ramificações de grupos informais, organizações e partidos mais à esquerda do PCP.
Se os cartazes originais e as reproduções, feitas propositadamente para a mostra, constituem um núcleo gráfico institucional de diversas organizações políticas, inestimável para a reflexão em torno da evolução político-social decorrente do processo revolucionário de Abril; pretende-se que as fotografias e o filme, bem como os murais, funcionem como um contraponto: permeando uma amplitude discursiva francamente diversificada, onde se reflecte a reivindicação da necessidade absoluta de expressão de cada indivíduo, anónimo, reprimida durante quatro décadas.
À ESQUERDA DA ESQUERDA
18 de Abril a 2 de Maio
de quarta a sábado
das 14h às 23h
Galeria Zé dos Bois
http://www.zedosbois.org/indexzdb.htm