UMA PROPOSTA DESASTRADA
A Câmara Municipal de Lisboa colocou em discussão pública uma proposta de redução de horários para a zona do Bairro Alto. Esta proposta, apresentada sem qualquer diálogo prévio com as forças vivas do bairro, surge avulso e é contrária aos interesses do Bairro Alto e da cidade de Lisboa. Irá provocar um enorme desapontamento entre os moradores pela sua ineficácia e irá colocar em risco actividades comerciais que são, há décadas, uma referência e um factor de progresso e identidade do bairro.
O Bairro Alto regenerou-se, aliou a tradição à modernidade e, em três décadas, transformou-se numa referência da cultura jovem da cidade, num dos símbolos da Lisboa moderna e cosmopolita, na sala de visitas da capital. Ao contrário de outras zonas da cidade em vez de se desertificar o Bairro Alto ganhou novos atractivos atraindo novos moradores. De acordo com o censo de 2001 (fonte INE) a freguesia da Encarnação ganhou 4,2 por cento de moradores, enquanto Santa Catarina perdia 19,4%, Sacramento perdia 12,2%, os Mártires 16,5% e a generalidade do concelho de Lisboa perdia 16% de habitantes…
Haverá melhor prova de que o Bairro Alto, o seu comércio e as suas actividades culturais não são um problema?
Há no entanto problemas, muitos e graves, mas estes são, essencialmente, decorrentes da falta de policiamento e da inexistência de fiscalização camarária. As ruas do Bairro Alto são hoje controladas por vendedores de droga, mas isso não parece preocupar as autoridades!
Considera esta Associação ser urgente, ser vital ordenar a actividade comercial de toda a zona, combater as actividades ilegais e as práticas comerciais não autorizadas. Pensamos que isso não se faz discriminando negativamente os estabelecimentos que cumprem as exigências legais, que têm sido factores de afirmação e desenvolvimento do Bairro Alto. Pode ser fácil, mas não faz sentido. Pelo contrário, põe em causa a sustentabilidade futura do Bairro Alto e do seu tecido empresarial. Afastará, definitivamente, actividades comerciais diversificadas e de qualidade, promoverá a ilegalidade e um comércio vivendo de expedientes, tendo de recorrer à prática de baixos preços o que terá implicações muito negativas na qualidade de vida no bairro, porque continuará a apelar à massificação e a públicos com baixo poder de compra.
Ao atacar os sectores âncora do comércio local como os restaurantes e as casas de fado, sectores de referência turística internacional, a CML de Lisboa estará a dar um contributo decisivo para a crescente degradação da única zona da “cidade histórica” que foi capaz de se auto regenerar e captar novos moradores.
Face aos problemas existentes a CML propõe, por exemplo, que, de domingo a quarta-feira, os restaurantes estejam encerrados à meia-noite, o que implica o fecho das cozinhas às 22h30. Nós, respeitosamente, abrimos a boca de espanto. E discordamos. E estamos contra.
E se querem que acreditemos que é fechando as casas de fado mais cedo que se salvaguarda “a qualidade de vida dos moradores” respondemos, ainda mais respeitosamente, que ao invés, afastar os turistas só ajudará à desqualificação e degradação do bairro. E discordamos. E estamos contra.
E porquê?
O Bairro Alto está em risco desertificação comercial diurna. O comércio da Rua do Norte sobrevive com dificuldades, é quase uma ilha no contexto do bairro. Os cafés, as pequenas tascas, os restaurantes têm vindo a fechar durante o dia por falta de clientes. O comércio de proximidade está agonizante e a necessitar de reconversão ou requalificação. Dos jornais ficou “A Bola”, das pequenas indústrias restam escassos resistentes.
A noite é agora essencial à sobrevivência dos sectores mais tradicionais e modestos como a generalidade das tascas, cafés e restaurantes. Criar novas limitações a este sector terá um impacto negativo e irá colocar em causa a diversidade de oferta, atacando o que há de mais profundo, específico e enraizado no tecido comercial do BA.
A Câmara Municipal de Lisboa colocou em discussão pública uma proposta de redução de horários para a zona do Bairro Alto. Esta proposta, apresentada sem qualquer diálogo prévio com as forças vivas do bairro, surge avulso e é contrária aos interesses do Bairro Alto e da cidade de Lisboa. Irá provocar um enorme desapontamento entre os moradores pela sua ineficácia e irá colocar em risco actividades comerciais que são, há décadas, uma referência e um factor de progresso e identidade do bairro.
O Bairro Alto regenerou-se, aliou a tradição à modernidade e, em três décadas, transformou-se numa referência da cultura jovem da cidade, num dos símbolos da Lisboa moderna e cosmopolita, na sala de visitas da capital. Ao contrário de outras zonas da cidade em vez de se desertificar o Bairro Alto ganhou novos atractivos atraindo novos moradores. De acordo com o censo de 2001 (fonte INE) a freguesia da Encarnação ganhou 4,2 por cento de moradores, enquanto Santa Catarina perdia 19,4%, Sacramento perdia 12,2%, os Mártires 16,5% e a generalidade do concelho de Lisboa perdia 16% de habitantes…
Haverá melhor prova de que o Bairro Alto, o seu comércio e as suas actividades culturais não são um problema?
Há no entanto problemas, muitos e graves, mas estes são, essencialmente, decorrentes da falta de policiamento e da inexistência de fiscalização camarária. As ruas do Bairro Alto são hoje controladas por vendedores de droga, mas isso não parece preocupar as autoridades!
Considera esta Associação ser urgente, ser vital ordenar a actividade comercial de toda a zona, combater as actividades ilegais e as práticas comerciais não autorizadas. Pensamos que isso não se faz discriminando negativamente os estabelecimentos que cumprem as exigências legais, que têm sido factores de afirmação e desenvolvimento do Bairro Alto. Pode ser fácil, mas não faz sentido. Pelo contrário, põe em causa a sustentabilidade futura do Bairro Alto e do seu tecido empresarial. Afastará, definitivamente, actividades comerciais diversificadas e de qualidade, promoverá a ilegalidade e um comércio vivendo de expedientes, tendo de recorrer à prática de baixos preços o que terá implicações muito negativas na qualidade de vida no bairro, porque continuará a apelar à massificação e a públicos com baixo poder de compra.
Ao atacar os sectores âncora do comércio local como os restaurantes e as casas de fado, sectores de referência turística internacional, a CML de Lisboa estará a dar um contributo decisivo para a crescente degradação da única zona da “cidade histórica” que foi capaz de se auto regenerar e captar novos moradores.
Face aos problemas existentes a CML propõe, por exemplo, que, de domingo a quarta-feira, os restaurantes estejam encerrados à meia-noite, o que implica o fecho das cozinhas às 22h30. Nós, respeitosamente, abrimos a boca de espanto. E discordamos. E estamos contra.
E se querem que acreditemos que é fechando as casas de fado mais cedo que se salvaguarda “a qualidade de vida dos moradores” respondemos, ainda mais respeitosamente, que ao invés, afastar os turistas só ajudará à desqualificação e degradação do bairro. E discordamos. E estamos contra.
E porquê?
O Bairro Alto está em risco desertificação comercial diurna. O comércio da Rua do Norte sobrevive com dificuldades, é quase uma ilha no contexto do bairro. Os cafés, as pequenas tascas, os restaurantes têm vindo a fechar durante o dia por falta de clientes. O comércio de proximidade está agonizante e a necessitar de reconversão ou requalificação. Dos jornais ficou “A Bola”, das pequenas indústrias restam escassos resistentes.
A noite é agora essencial à sobrevivência dos sectores mais tradicionais e modestos como a generalidade das tascas, cafés e restaurantes. Criar novas limitações a este sector terá um impacto negativo e irá colocar em causa a diversidade de oferta, atacando o que há de mais profundo, específico e enraizado no tecido comercial do BA.
Ainda que motivada por boas razões esta proposta é contrária aos interesses dos consumidores, contrária aos interesses dos moradores, contrária aos interesses dos comerciantes, contrária aos interesses e necessidades de Lisboa.
Por isso apelamos ao diálogo e à concertação. O Bairro Alto precisa de ordem e de ordenamento, e isso só será possível mobilizando e envolvendo toda a comunidade em torno de um projecto que potencie o futuro, em vez de o comprometer.
A direcção da ACBA
Fev 2008
Concordo com o que está escrito acima. é preciso mobilizar toda a comunidade.
ResponderEliminarNo entanto, o comércio local só se poderá dinamizar com a vinda de moradores para o bairro. Neste momento, as noites de quem lá vive são um verdadeiro inferno!
(um casal de jovens amigos meus está deseperadamente a tentar vender a casa que compraram à 3 anos, pois tiveram um bébé e não conseguem viver ali.)
E as multidões só lá estão por causa dos bares, tascas e restaurantes.
É óbvio que qualquer requalificação do biarro vai ter de passar por disciplinar os horários dos estabelecimentos.~
Não é viável ter uma multidão na rua às 3 da manhã porque há uma tasca que ainda avia umas imperiais!
Mas os estabelecimentos de diversão nocturna são uma característica histórica que o Bairro Alto não pode perder.
É preciso encontrar aqui uma conciliação que, suspeito, terá sempre de passar pela redução do número de estabelecimentos.
Estou de acordo, mas nada se conseguirá sem pôr ordem nas ruas. Aí é que reside o GRANDE problema.
ResponderEliminarSem policiamento e sem fiscalização nada se conseguirá a não ser MATAR o bairro.
A pergunta a fazer a CML é simples e curta: Afinal por quanto tempo querem que o Bairro Alto perdure?? Precisamos sim de fiscalização e policiamento!!!
ResponderEliminarJC
Esta proposta fiz aos moradores. Bem, vamos lá ver se vocês conseguem dormir alguma coisa de seguanda a quarta.
ResponderEliminarEsta proposta diz aos comerciantes:
Como é preciso fazer alguma coisa pagam os que estão na base da pirâmide, pagam os restaurantes e as casas de fado e degrada-se comercialmente a zona.
Aos ilegais, aos incupridores esta proposta diz: Continuem que a vida é de quem se desenrasca...
Assim não vamos lá!
O BA tem de mudar. As autoridades não resolvem qualquer problema com medidas cegas que só prejudicam e não resolvem.
ResponderEliminarÉ preciso acabar com o negócio para a rua depois das 2 horas. Todos os dias da semana! Este terá de ser o primeiro passo e tal não será possivel sem fiscalização e sem policiamento.
Concordo!
ResponderEliminarTambém concordo. Acabem com os bares ilegais sem instalações adequadas e deixem os restaurantes em paz. E também concordo que depois das 2 horas ninguém pode trabalhar de porta aberta. É precido controlar o ruido todos os dias e não só de segunda a quarta.
ResponderEliminarAcho Hilariante que até agora quase tudo o que li gira á volta dos restaurantes(será por causa dos membros da direcção serem proprietários dos mesmos?) ou porventura dos bares que estejam ilegais.Então não há restaurantes e lojas ilegais tambem?
ResponderEliminarTodos tem direito ao negócio(com regras,claro),agora qual o critério de fechar este ou aquele estabelecimento?Por um estar aqui há 15/20anos tem mais direito do que está há um ano?
Nada mais ridiculo,deixem o mercado funcionar com regras iguais para todos,que certamente os que náo terão viabilidade económica encerrarão por si só!
Aproveito para questionar-me do seguinte;se a ASAE,foi ao bar "Avião",não entendo como o mesmo e não só insiste em vender garrafas de litro de cerveja,vinho e outras mistelas,agora envolto nuns saquinhos laranja,não há vergonha na cara meus senhores?
Vamos começar a denúnciar e a chamar os "bois pelos nomes".
AO Sr. Tiago R...os seus amigos concerteza quando compraram a casa e na rua que era sabiam que não vinham morar no Paraiso,não?
Enquanto a hipocrisia não acabar entre os comerciantes e cada um defender o seu quintalinho,não chegamos lá meus amigos!
Já agora,só se fala em bares ilegais,O Bairro Alto tem lojas,restaurantes,bares,Pensões, quartos alugados!
Ou isto muda ou começarei a publicar,nomes,factos,fotografias e outros que tal que sei e que gira em volta dos interesses de muita gente,aqui ou noutro blog quando no mesmo não for mais possivel!
Já agora quando os habitantes do Bairro se queixam do barulho porque não se queixam tambem dos filhos que vendem droga cá tambem? Não lhes convém?
Apelo e dou força á direcção,mas por favor sejam objectivos e isentos,voces são capazes pois tem ai pessoas de valor e com vontade de fazer algo!