28 fevereiro 2008

CML disponível para acordo com comerciantes do Bairro Alto

O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, afirmou hoje que está disposto a chegar a acordo com os comerciantes do Bairro Alto que contestam a proposta da autarquia de reduzir os horários de funcionamento.
O autarca socialista afirmou que a julgar pelos protestos, os comerciantes «não terão compreendido» o processo de discussão pública que termina sexta-feira: «foram notificados para se pronunciarem sobre os horários e vamos ouvir o que eles têm para dizer», referiu.
Mais fiscalização de estabelecimentos, mais polícia e horários controlados são os eixos principais do plano da Câmara de Lisboa para o Bairro Alto, destacou.
«Há diferentes interesses e usos contraditórios que temos que conciliar» entre residentes e comerciantes, referiu António Costa, acrescentando que o Bairro Alto é «uma importantíssima zona de animação nocturna, não pode ser um deserto, mas queremos também que as pessoas lá vivem, que apareçam mais hotéis».
Depois do fim da consulta pública, a Câmara combinará o «formato final» da intervenção no Bairro Alto com as Juntas de Freguesia.
A Associação de Comerciantes do Bairro Alto reúne-se hoje à tarde com a Câmara para apresentar o seu ponto de vista sobre a regulamentação de horários.
Além da regulamentação de horários, António Costa destacou a necessidade de haver «mais policiamento, mais fiscalização de estabelecimentos não licenciados que fazem concorrência desleal aos licenciados e uma acção de limpeza de graffitis numa parte do bairro».
A proposta da autarquia lisboeta pretende que cafés, restaurantes e lojas encerrem todos os dias às 00:00, os bares e casas de fado passem a encerrar às 02:00 e as discotecas ou estabelecimentos com pistas de dança encerrem à mesma hora durante a semana, podendo nas noites de quinta-feira a sábado, inclusive, encerrar às 04:00.
Vários proprietários ouvidos pela Agência Lusa criticaram a proposta de novos horários, apontando o aumento de policiamento como necessidade principal da zona.
Diário Digital / Lusa
28-02-2008 15:01:00

ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA


Com a presença de 75 comerciantes realizou-se, pelas 15 horas do passado dia 26, terça-feira, a Assembleia Geral Extraordinária da ACB no salão do Clube Rio de Janeiro. Depois da introdução feita pelo presidente da direcção, Belino Costa, que relatou a actividade desenvolvida pela Associação ao longo dos últimos meses na tentativa de sensibilizar entidades políticas e policiais para os problemas do Bairro Alto, e explicou depois, em detalhe, a proposta de alteração de horários apresentada pela CML.

Seguiu-se um período de debate durante o qual todos os que o desejaram exprimiram a sua opinião e falaram da sua experiência. As várias intervenções foram sendo aplaudidas e, curiosamente, todas elas apontaram na necessidade de regulação, de fiscalização e policiamento.
Os comerciantes ligados à restauração afirmaram-se espantados com uma proposta que põe em causa a viabilidade de um sector âncora do bairro, o que dá mais empregos, o que mais ajuda à dinamização de outras actividades comercias locais, o que não tem qualquer responsabilidade no desregramento que se instalou no Bairro Alto. E pela assembleia perpassou o sentimento de injustiça.

Por fim a assembleia, numa inequívoca e demonstração de interesse e boa vontade, votou favoravelmente a proposta apresentada pela direcção aprovando, sem votos contra ou abstenções, o seguinte texto:

Os direitos adquiridos pelos comerciantes ao longo de décadas devem ser respeitados, aplicando o princípio de que apenas os estabelecimentos que cumprem todas as exigências legais poderão estar abertos depois das duas horas, e estes cumprindo a exigência de funcionamento com a porta fechada.



25 fevereiro 2008

AS NOSSAS PROPOSTAS

Novo comunicado da ACBA

IDENTIFICAR PROBLEMAS, PROCURAR SOLUÇÕES

Apesar das críticas quanto ao conteúdo da proposta da CML para alterar os horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais nocturnos do Bairro Alto a ACBA considera a iniciativa meritória. Porque é uma oportunidade para falar e debater o que está a acontecer num bairro histórico que é uma referência de Lisboa. Ainda bem que o município quer intervir e alterar o actual estado de coisas.

Dizemo-lo porque temos uma relação com o Bairro Alto de décadas e nunca assistimos a uma tão rápida degradação como a que está em curso. A actual situação começa a pôr em causa a sustentabilidade do Bairro Alto e afecta a qualidade de vida de moradores, comerciantes e frequentadores.

OS PROBLEMAS

1- Falta de controlo de horários e licenças

Hoje, com especial incidência durante o fim-de-semana, o Bairro Alto tem demasiada gente. A actual fase de massificação está a colocar em causa a sustentabilidade do bairro e a sua própria identidade. Perguntar-se-á: Como foi possível isto ter acontecido num bairro sobre o qual pende a decisão camarária de não permitir a abertura de novos estabelecimentos?
Perversamente foi essa postura “proibicionista” que acabou por originar os actuais problemas. Porque estimulou o improviso e as soluções à margem da lei, afastando investidores que poderiam trazer para o bairro projectos de futuro, devidamente estruturados e enquadrados no meio.
A postura “proibicionista” e o fim das licenças de Porta Aberta, aliados ao crescer das teias burocráticas mais a indefinição de competências quanto à fiscalização, propiciaram o crescimento de uma realidade comercial paralela, em vias de licenciamento ou independente de qualquer licenciamento. Não só se multiplicaram os estabelecimentos sem alvará/licença de utilização como se começaram a surgir actividades comerciais à margem da lei.
Sem certezas quanto ao futuro, sem grandes investimentos ou custos, estes negócios acabaram, inevitavelmente, por apostar numa estratégia de preços baixos e venda para a rua. Atraídos pela cerveja a 60 cêntimos novos públicos, cada vez mais jovens, numerosos e irrequietos, começaram a chegar ao Bairro Alto. Atrás deles vieram os traficantes de droga.


2- Policiamento mínimo

Numa noite de fim-de-semana circulam largos milhares de pessoas nas apertadas ruas do bairro. Esta realidade justificaria que a cidade dispusesse de um dispositivo policial pensado e adaptado à especificidade da zona, o que não acontece. E entregar essa tarefa a uma esquadra de bairro onde a polícia de proximidade encerra a actividade às 22 horas é ambicionar o impossível.
A ausência de autoridade originou uma impunidade crescente, transformando o bairro no palco ideal para demonstrações de violência atingindo pessoas e edifícios. Paralelamente permitiu a multiplicação de dealers que oferecem, descaradamente, as mais variadas substâncias.


AS SOLUÇÕES


1-Planear a segurança

É essencial e determinante ter um plano concertado para a segurança nocturna da zona. É preciso recuperar o sentido e presença da autoridade, voltar a transmitir confiança, acabar com o comércio e o incentivo ao consumo de drogas. É necessário combater o pequeno furto (em especial depois das 2 horas) e criar rotinas preventivas que impeçam a acção de grupos de jovens que escolhem o bairro para testar o poder de intimidação do grupo/gangue e mostrar a sua força. Uma tarefa destas dimensões exige o envolvimento diário da polícia municipal e do comando central da PSP.
Nenhuma medida resultará sem um plano concertado visando a manutenção da segurança e da legalidade. É preciso começar pelas ruas. Urgentemente!


2-Ordenar comercialmente a zona

É necessário que a CML tome medidas quanto às actividades comerciais ilegais e não licenciadas, porque não é aceitável que se pretenda sacrificar os que cumprem e nada se faça contra os infractores.
Não é boa política permitir a existência de uma bolsa crescente de actividades não licenciadas e simultaneamente restringir os horários dos que cumprem as suas obrigações legais. Seria imoral e ineficaz.
Em 1996 estavam recenseados 71 estabelecimentos a funcionar sem alvará. Quantos serão hoje? Quantos processos de licenciamento estão pendentes nas gavetas do município?

Os direitos adquiridos dos comerciantes devem ser respeitados, aplicando, o princípio de que apenas os estabelecimentos que cumprem todas as exigências legais poderão estar abertos depois das duas horas, e estes cumprindo a exigência de funcionamento com a porta fechada.


3-Envolver a comunidade

Envolver a comunidade no levantamento dos problemas e na procura das soluções é a terceira medida essencial e aquela que pode garantir o êxito de qualquer estratégia. A direcção da ACBA aproveita para saudar os moradores do Bairro Alto que são verdadeiros heróis e têm demonstrado uma tolerância e uma capacidade de resistência admiráveis. Temos de devolver ao Bairro Alto as relações de vizinhança, devolver o equilíbrio entre o comércio e a habitação. Para tanto são necessárias soluções eficazes e abrangentes, o que não acontece com a proposta agora em discussão pública.

A Direcção da Associação de Comerciantes do Bairro Alto
25 de Fevereiro de 2008

20 fevereiro 2008

COMUNICADO DA DIRECÇÃO

UMA PROPOSTA DESASTRADA

A Câmara Municipal de Lisboa colocou em discussão pública uma proposta de redução de horários para a zona do Bairro Alto. Esta proposta, apresentada sem qualquer diálogo prévio com as forças vivas do bairro, surge avulso e é contrária aos interesses do Bairro Alto e da cidade de Lisboa. Irá provocar um enorme desapontamento entre os moradores pela sua ineficácia e irá colocar em risco actividades comerciais que são, há décadas, uma referência e um factor de progresso e identidade do bairro.
O Bairro Alto regenerou-se, aliou a tradição à modernidade e, em três décadas, transformou-se numa referência da cultura jovem da cidade, num dos símbolos da Lisboa moderna e cosmopolita, na sala de visitas da capital. Ao contrário de outras zonas da cidade em vez de se desertificar o Bairro Alto ganhou novos atractivos atraindo novos moradores. De acordo com o censo de 2001 (fonte INE) a freguesia da Encarnação ganhou 4,2 por cento de moradores, enquanto Santa Catarina perdia 19,4%, Sacramento perdia 12,2%, os Mártires 16,5% e a generalidade do concelho de Lisboa perdia 16% de habitantes…

Haverá melhor prova de que o Bairro Alto, o seu comércio e as suas actividades culturais não são um problema?

Há no entanto problemas, muitos e graves, mas estes são, essencialmente, decorrentes da falta de policiamento e da inexistência de fiscalização camarária. As ruas do Bairro Alto são hoje controladas por vendedores de droga, mas isso não parece preocupar as autoridades!

Considera esta Associação ser urgente, ser vital ordenar a actividade comercial de toda a zona, combater as actividades ilegais e as práticas comerciais não autorizadas. Pensamos que isso não se faz discriminando negativamente os estabelecimentos que cumprem as exigências legais, que têm sido factores de afirmação e desenvolvimento do Bairro Alto. Pode ser fácil, mas não faz sentido. Pelo contrário, põe em causa a sustentabilidade futura do Bairro Alto e do seu tecido empresarial. Afastará, definitivamente, actividades comerciais diversificadas e de qualidade, promoverá a ilegalidade e um comércio vivendo de expedientes, tendo de recorrer à prática de baixos preços o que terá implicações muito negativas na qualidade de vida no bairro, porque continuará a apelar à massificação e a públicos com baixo poder de compra.

Ao atacar os sectores âncora do comércio local como os restaurantes e as casas de fado, sectores de referência turística internacional, a CML de Lisboa estará a dar um contributo decisivo para a crescente degradação da única zona da “cidade histórica” que foi capaz de se auto regenerar e captar novos moradores.

Face aos problemas existentes a CML propõe, por exemplo, que, de domingo a quarta-feira, os restaurantes estejam encerrados à meia-noite, o que implica o fecho das cozinhas às 22h30. Nós, respeitosamente, abrimos a boca de espanto. E discordamos. E estamos contra.
E se querem que acreditemos que é fechando as casas de fado mais cedo que se salvaguarda “a qualidade de vida dos moradores” respondemos, ainda mais respeitosamente, que ao invés, afastar os turistas só ajudará à desqualificação e degradação do bairro. E discordamos. E estamos contra.

E porquê?

O Bairro Alto está em risco desertificação comercial diurna. O comércio da Rua do Norte sobrevive com dificuldades, é quase uma ilha no contexto do bairro. Os cafés, as pequenas tascas, os restaurantes têm vindo a fechar durante o dia por falta de clientes. O comércio de proximidade está agonizante e a necessitar de reconversão ou requalificação. Dos jornais ficou “A Bola”, das pequenas indústrias restam escassos resistentes.
A noite é agora essencial à sobrevivência dos sectores mais tradicionais e modestos como a generalidade das tascas, cafés e restaurantes. Criar novas limitações a este sector terá um impacto negativo e irá colocar em causa a diversidade de oferta, atacando o que há de mais profundo, específico e enraizado no tecido comercial do BA.
Ainda que motivada por boas razões esta proposta é contrária aos interesses dos consumidores, contrária aos interesses dos moradores, contrária aos interesses dos comerciantes, contrária aos interesses e necessidades de Lisboa.

Por isso apelamos ao diálogo e à concertação. O Bairro Alto precisa de ordem e de ordenamento, e isso só será possível mobilizando e envolvendo toda a comunidade em torno de um projecto que potencie o futuro, em vez de o comprometer.

A direcção da ACBA
Fev 2008

19 fevereiro 2008

CML PRETENDE LIMITAR HORÁRIOS

Segundo edital nº9/2008, publicado no Boletim Municipal de 14 de Fevereiro, está aberto até ao dia 29 de Fevereiro de 2008 um período de discussão pública relativo a uma “proposta de limitação do horário máximo de funcionamento dos estabelecimentos comerciais de restauração e bebidas do Bairro Alto, com fundamento na necessidade de salvaguardar a qualidade de vida dos moradores daquela zona da cidade.”

Clique na imagem para a ampliar

A direcção da ACBA convoca os associados, e aqueles que se queiram associar, para uma ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA, a realizar no próximo dia 26 de Fevereiro, terça-feira, pelas 15 horas, no Clube Rio de Janeiro.
***
Notas:
O grupo 1 inclui cafés, cervejarias, casas de chá, restaurantes, snack bares, estabelecimentos de produtos de artesanato, recordações, tabacos e afins de outros artigos de interesse turistico. Segundo o regime geral podem funcionar até às 2 horas, todos os dias da semana.
O grupo 2 inclui, clubes, cabarets, boîtes, dancings, pubs, bares, casas de fado e estabelecimentos análogos. Segundo o regime geral pode funcionar até às 4 horas, todos os dias da semana.
O grupo 3 inclui os estabelecimentos de venda ao público ou de prestação de serviços não incluidos nos grupos anteriores. Segundo o regime geral pode funcionar até às 24 horas, todos os dias da semana.

17 fevereiro 2008

VANDALISMO ASSOMBRA AS PAREDES


Vandalismo invade «Bairro Alto»
PortugalDiário 2008/02/16 12:27



Onda assombra as paredes com pinturas que ultrapassam primeiros andares

A «animada» vida nocturna do Bairro Alto, em Lisboa, tem atraído para além de várias centenas de pessoas nas «habituais» noites de fim-de-semana, uma onda de vandalismo que assombra as paredes com pinturas que ultrapassam primeiros andares, informa a agência Lusa.
Do mais antigo ao mais recentemente renovado, são poucas as fachadas dos prédios que não apresentam «tags» (assinaturas dos autores da «obra»), frases decorativas ou simples rabiscos realizados com tintas de spray disponíveis em qualquer loja do género.
«Se não pintar a parede por mim mesmo, também ninguém vem cá limpar. Já estou velho e cansado para tanto trabalho», desabafou à Lusa João Fernandes, morador do Bairro «há mais de 20 anos».
As principais ruas e travessas visitadas por mais jovens, graúdos e turistas apresentam-se cobertas de pinturas e cartazes publicitários que afectam para além dos moradores, muitos comerciantes. «Todas as noites por volta das 06h00 começam a pintar e a rabiscar as paredes. Eu continuo a pintar por cima, porque eles são teimosos mas eu sou mais que eles», afirmou um comerciante que preferiu não deixar o nome com medo de represálias contra as suas paredes.
A trabalhar no bairro há mais de 30 anos, proprietário de um bar há cerca de seis, o comerciante Jaime Santos contou à Lusa como mantém as suas paredes limpas. «Tenho de pintar a parede e até a pedra tenho de picotar porque isto está sempre pintado, e se não limpo ainda pintam mais», explicava à Lusa o comerciante.
Segundo Belino Costa, da Associação de Comerciantes do Bairro Alto, existem conversações com a Junta de Freguesia da Encarnação sobre este problema e «parece haver alguma vontade de se fazer alguma coisa», apesar de considerar que o Bairro Alto «foi nos últimos anos abandonado pela Câmara Municipal e os seus governantes».
Contactada pela Lusa, a Presidente da Junta de Freguesia da Encarnação, Maria Alexandra Dias Figueira, assegurou a existência de conversações com a autarquia lisboeta para resolver o problema: «Na reabertura do jardim de S.Pedro de Alcântara e do novo miradouro, o presidente da Câmara de Lisboa assegurou-me que foi contemplada uma verba significativa no orçamento camarário de 2008 destinada para a limpeza destes tags».

In PortugalDiário

16 fevereiro 2008

ACABAR COM OS GRAFFITI


Jornal “Público”
1 de Março, 2005, 12:27 AM


O presidente da Câmara de Lisboa manifestou hoje a intenção de acabar com os "grafittis" que proliferam pelas paredes do Bairro Alto, durante uma visita pela zona histórica lisboeta."Vamos lançar uma campanha de sensibilização para as pessoas não sujarem constantemente as paredes com estas pinturas que só estragam", disse Carmona Rodrigues.Com a colaboração da Junta de Freguesia da Encarnação, da Unidade de Projecto do Bairro Alto e Bica e dos comerciantes e residentes, "haverá de certeza vontade para acabar com isto, que só deteriora a imagem desta zona, que tem muita vida e muito espírito de bairro", salientou.Durante a visita, o autarca inteirou-se das obras que estão a decorrer no Bairro Alto e, no final, disse ter ficado com "uma imagem bastante positiva e optimista sobre o trabalho que está a ser feito" e que resulta do "espírito de parceria e de cooperação entre a Junta de Freguesia e a Unidade de Projecto".


Carmona Rodrigues anunciou ainda a transferência da Hemeroteca municipal para o Palácio dos Condes da Atalaia, antiga sede do jornal "Record", também no Bairro Alto.A Câmara está a reabilitar o edifício, para onde será reinstalado, a título definitivo, o acervo da Hemeroteca, prevendo-se que as obras estejam concluídas no final do Verão.O espaço actualmente ocupado pela Hemeroteca, o Palácio do Marquês de Tomar, na Rua de São Pedro de Alcântara, será também recuperado após a saída do arquivo.Também a escola numero 12, do primeiro ciclo, situada num edifício da segunda metade do século XVIII na Rua da Rosa, deverá reabrir já no próximo ano lectivo, adiantou a autarquia.O espaço "está a ser objecto de uma intervenção profunda que visa travar o processo de degradação em que se encontrava e dotá-lo de condições de segurança, conforto e acessibilidade".Também o palácio seiscentista localizado na Rua da Atalaia está a ser alvo de reabilitação, prevendo-se que venha a acolher um edifício administrativo da Unidade de Projecto do Bairro Alto e Bica, ficando parte do piso térreo destinado a comércio e um espaço afecto à Junta de Freguesia.


O bairro da Encarnação, com mais de 400 anos, encontra-se em vias de classificação pelo Instituto Português de Património Arquitectónico (IPPAR).Na freguesia estão actualmente a decorrer obras, da responsabilidade da Câmara ou com comparticipação municipal, em 25 edifícios, correspondendo a um investimento da autarquia na ordem dos 3,7 milhões de euros.Com estas obras, serão recuperadas 104 casas, 18 lojas e quatro equipamentos, adiantou fonte da autarquia.Outras 13 habitações e quatro lojas foram recentemente recuperadas, com um investimento de 560 mil euros, segundo números da Câmara de Lisboa. Em fase de adjudicação estão seis empreitadas coercivas (em que o município se substitui ao proprietário na realização das obras), no valor de um milhão de euros, estando outras nove em preparação, que permitirão reabilitar edifícios degradados como o Palácio Marquês de Tomar, o Centro de Artes da Capital e sete prédios de habitação.


Fonte: Público (http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1217023&idCanal=10)

10 fevereiro 2008

RESTAURANTES NA “VISÃO”

Lisboa à Noite

NOVAS DA CIDADE ANTIGA
Antigo espaço onde (en)cantou a fadista Fernanda Maria

Foi ali o palco da grande fadista Fernanda Maria, durante muitos anos, no Bairro Alto. Casa antiga, onde há curiosos vestígios do passado, que se harmonizam com mobiliário e alguns elementos decorativos modernos, elegantes e sóbrios, criando uma atmosfera fresca e arejada. Este ambiente convidativo, aliado à cozinha de raiz portuguesa, à boa garrafeira e ao serviço simpático e atento honram os pergaminhos da casa. A ementa tem uma base fixa com pratos que são referências da casa, e é enriquecida duas vezes por ano com outros que se adequam aos diferentes períodos do ano – Primavera/Verão/Outono /Inverno – e aos produtos da época. Por exemplo, nas entradas, o queijo de cabra em massa
folhada com doce de abóbora e a alheira de Vinhais com peixinhos da horta são
inamovíveis, por exigência de muitos clientes, enquanto a alheira com ovos mexidos e grelos foi testada este ano, com muito bons resultados, por ser também excelente. O mesmo se diga, nos pratos principais, dos filetes de peixe-galo com arroz de lingueirão, da cataplana de peixe, do polvo à lagareiro ou salteado com batatas novas e amêijoas, dos bacalhaus à Zé do Pipa e à Brás, das pataniscas de camarão com arroz de lingueirão servido à parte, da perninha de cordeiro de leite no forno à portuguesa (a carne do anho desfaz-se na boca e as batatinhas do acompanhamento também) ou dos medalhões de lombelo (que é o lombinho do porco) enrolados em bacon com migas de espargos. PM€30

MANUEL GONÇALVES DA SILVA

Lisboa à Noite – R. das Gáveas, 69, Lisboa-T. 21346 1557 19h às 24h, Sex-Sáb até 1h. Enc. Domingo.


O FIDALGO

Os produtos são de primeira escolha e confeccionados com muito cuidado, mas sem devaneios, resultando uma cozinha simples e sápida, ao bom gosto tradicional. Sobre a mesa, oferecendo-se como entradas, há pão de mistura, queijo de Niza e presunto serrano, mas se a opção for pela sopa, que venha a alentejana. Depois, talvez apeteça um daqueles pratos típicos lisboetas que já pouco se fazem, como os rins de porco salteados, as iscas com elas, a caldeirada (ou arroz, ou massa) de bacalhau, o arroz de polvo com feijão, os pastéis de massa tenra com arroz e salada, as pataniscas com salada e arroz, podendo este ser de grelos, feijão ou tomate, conforme a disposição da cozinheira (Eugénia, mulher de Eugénio), o arroz de pato à antiga.PM €25

M.G.S.

O Fidalgo – R. da Barroca, 27-31 T.21 342 2900. 12h-15h, 19h-23h. Enc. Dom e Fer

07 fevereiro 2008

IMOBILIÁRIO


Imobiliário: Empreendimentos escapam à crise

Nas últimas semanas muito se tem falado de crise, principalmente da crise que afecta o sector imobiliário. Contudo, há prédios de luxo que não são afectados por estas dificuldades. Estoril Sol Residence, Convento dos Inglesinhos e Edifício do Campo Pequeno são três luxuosos empreendimentos entre Cascais e Lisboa onde um apartamento pode custar até quatro milhões de euros e que estão praticamente vendidos.
(…)
No coração do Bairro Alto, o Convento dos Inglesinhos é o empreendimento que apresenta, comparativamente, os preços mais modestos: entre os 417 mil euros para um T1 e os 1,99 milhões de euros para os T6. A reabilitação do edifício do século XVI foi dividida em duas fases, sendo que a primeira, que vai estar pronta a habitar no final deste ano, está totalmente vendida desde Dezembro de 2005, quando terminou a fase de comercialização. A segunda fase começa agora a ser negociada.As imobiliárias responsáveis pela venda dos três empreendimentos foram unânimes em afirmar ao Correio da Manhã que “o arrefecimento do sector imobiliário não afecta directamente” a classe que procura este tipo de apartamentos. “Estes empreendimentos não estão ligados a ciclos de mercados, nem sujeitos às flutuações do mercado”, referiu Rafael Ascenso, da Porta da Frente, empresa responsável pela comercialização do Estoril Sol Residence.


Já Graciano Garcia, da Chamartín Imobiliária, que comercializa o Convento dos Inglesinhos e o Edifício do Campo Grande, afirma que embora este segmento escape à crise o facto de existir mais oferta no mercado “faz com que o potencial cliente eleve o seu nível de exigência quando à qualidade e à exclusividade do produto”. Os clientes que procuram este tipo de casas pertencem à classe média-alta/alta e são normalmente empresários ou gestores do topo. A avaliar pelo nível dos salários destes últimos em Portugal, não será difícil imaginar qual o mercado alvo.O segmento também é procurado por estrangeiros de várias nacionalidades que se dedicam ao investimento imobiliário. A promoção é feita a pensar em mercados como o inglês, o irlandês e, mais recentemente, o espanhol.


in http://www.correiomanha.pt:80/noticia.asp?id=276313&idselect=181&idCanal=181&p=0

Miradouro no JN


"Engonharam, engonharam, mas agora está bonito", comentava Eugénia Carvalho enquanto percorria o novo miradouro e jardim de São Pedro de Alcântara, ao Bairro Alto, que ontem reabriu de "cara lavada" após mais de dois anos de atribuladas obras de requalificação. A idosa, que vive paredes-meias com aquela importante varanda sobre a capital, foi uma entre largas dezenas de curiosos que ontem acorreram à cerimónia de reabertura daquele espaço público, com direito a banda de música (do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa) e a crianças com máscaras e vestes de Carnaval, provenientes das escolas primárias da freguesia. "Vou fazer como os caracóis. Quando o dia estiver bonito, venho para cá passear", acrescentou a moradora.



Novo mobiliário urbano, calçada portuguesa, áreas de repouso, iluminação pública, valorização do lago e zonas verdes na parte inferior do jardim são os aspectos mais notórios da reconversão, orçada em mais de um milhão de euros. Até 10 de Março deverão surgir duas cafetarias (uma na zona inferior), consideradas pelo autarca António Costa "fundamentais para dar vida e segurança ao jardim".

Ana Sara Brito, actual vereadora da Habitação, e ex-presidente da Junta de Freguesia da Encarnação, não escondeu a sua satisfação pela reabertura do jardim, recordando a luta que travou em defesa de uma intervenção. "Foi uma batalha da junta e da assembleia de freguesia que durou nove anos", frisou. Muita areia entrou na engrenagem da renovação. Primeiro foi necessário afinar o projecto e ultrapassar os diferendos com o extinto IPPAR (Instituto Português do Património Arquitectónico).

Beijos às claras, sem pudor.

"Queriam uma iluminação mais romântica para manter aquele aspecto do século XIX mas o romantismo passa pela segurança", referiu Ana Sara Brito, sublinhando que "hoje os jovens já não se inibem" de dar beijos com mais claridade.


O miradouro e jardim foram vedados para obras em Novembro de 2005. À empreitada inicial, orçada em 976 mil euros e adjudicada à empresa XIX, Construção, Projectos e Gestão, juntaram-se trabalhos a mais na ordem dos 90 mil euros. Descobriu-se que o muro que separa as duas plataformas do jardim apresentava sinais alarmantes de degradação. Mais tarde e durante cerca de um ano os trabalhos caíram num impasse. Os problemas financeiros da Câmara e a falta de pagamento ao empreiteiro levou a empresa a ordenar a retirada de trabalhadores e máquinas.A ausência de "verde" no patamar superior do jardim, notada por muitos dos populares acontece por obrigação. "São as normas e instruções do IPPAR. O projecto tinha que buscar o design original", explicou o presidente António Costa.


in http://jn.sapo.pt/2008/02/02/pais/miradouro_devolvido_a_lisboetas_e_tu.html

01 fevereiro 2008

TEMOS MIRADOURO!


O presidente do município lisboeta, António Costa, reabriu esta manhã o miradouro de S. Pedro de Alcântara, devolvendo à cidade um dos seus espaços públicos mais emblemáticos. Na ocasião o edil falou da sua ligação afectiva à zona Bairro Alto, referindo ter vivido sete anos na Rua da Vinha. Mais sublinhou a importância do miradouro/jardim afirmando a intenção de ali permitir a instalação de duas cafetarias (uma em cada piso) que ajudarão a dinamizar a área.

Esteve presente uma delegação da Associação de Comerciantes, tendo o presidente da direcção, Belino Costa, aproveitado a ocasião para entregar a António Costa uma carta versando as questões de insegurança que assolam o bairro, apelando à colaboração da edilidade na resolução de tais problemas.