29 janeiro 2010

BAIRRO ALTO SITIADO (2)

Comerciantes acusam EMEL de "sitiar" o Bairro Alto ao dificultar cargas e descargas
29.01.2010 - 10:48 Por Inês Boaventura

O presidente da Associação de Comerciantes do Bairro Alto acusa a Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL) de promover a desertificação desta zona e a morte do comércio tradicional, ao obrigar os fornecedores a adquirir um cartão que lhes permita o acesso ao bairro, mesmo que seja apenas para cargas e descargas.


Belino Costa garante que desde a semana passada, "sem sequer anunciar que seria assim", a EMEL começou a "barrar a entrada dos fornecedores em todos os bairros históricos", com o argumento de que não o podiam fazer sem terem o cartão Viva Viagem Bairros Históricos. Segundo o porta-voz dos comerciantes, esse cartão teria um custo de 25 euros, valor que, em seu entender, é incomportável para pequenos comerciantes ou para quem faz entregas pontualmente. "É mais um contributo oficial para a desertificação comercial diurna do Bairro Alto, mais um ataque ao comércio de proximidade", acusa a associação de comerciantes num comunicado divulgado ontem. "Passámos a trabalhar num gueto", criticam os representantes dos lojistas. Já a EMEL explica, através do seu porta-voz, que como "houve uma série de abusos ao longo do tempo" no acesso aos bairros com trânsito condicionado, se verificou a necessidade de "utilizar uma ferramenta que fosse mais clara". Essa ferramenta é o cartão Viva Viagem, que de facto tem um custo de 25 euros e é recarregável para permitir o estacionamento por um período máximo de cinco horas consecutivas, entre as 7h e as 20h. Mas Diogo Homem garante que esse formato se aplica apenas aos visitantes. Já os fornecedores têm de "comprovar que fazem cargas e descargas" num determinado bairro e requerer à EMEL um dístico, com um preço anual de 12 euros, explica, contrariando as declarações do presidente da associação de comerciantes. Esse dístico é entregue juntamente com o cartão Viva Viagem, que nestes casos "não tem de ser carregado".
Tal como até aqui, as cargas e descargas podem ser feitas entre as 7h e as 10h e entre as 15h e as 17h. Diogo Homem garante que os comerciantes foram avisados das alterações, mas Belino Costa diz que a única informação que teve foi um panfleto sobre o cartão Viva Viagem, no qual se dizia: "Uma versão especial deste cartão para comerciantes, garagens e cargas e descargas será progressivamente implementado".

Fonte: http://www.publico.clix.pt/Local/comerciantes-acusam-emel-de-sitiar-o-bairro-alto-ao-dificultar-cargas-e-descargas_1420385.

22 janeiro 2010

BAIRRO ALTO SITIADO


Apesar de o site da C.M.L/EMEL continuar a divulgar o regulamento de acesso ao Bairro Alto que inclui horários de cargas e descargas, na prática tal desapareceu. Foi banido.
Nos últimos dois dias, todos os fornecedores que se apresentaram para entrar no Bairro, dentro do horário de cargas e descargas, foram barrados à entrada e impedidos de entrar.
De acordo com os funcionários de serviço às entradas do Bairro tornou-se obrigatória a compra de um cartão de acesso, por 25 Euros, para que a viatura de qualquer empresa de distribuição, ou outra, tenha acesso ao Bairro Alto.

Porquê? pergunta-se. E não se compreende.

É mais um contributo oficial para a desertificação comercial diurna do Bairro Alto, mais um ataque à liberdade de comerciar e ao comércio de proximidade.

Na verdade o condicionamento do trânsito foi justificado por razões de segurança. O estacionamento caótico impedia a circulação de bombeiros e ambulâncias. A medida teve efeitos muito positivos no ordenamento do trânsito, no estacionamento e na segurança do Bairro. Por outro lado veio prejudicar a actividade comercial diurna, ajudando a isolar o Bairro Alto. Os mais prejudicados tem sido os comerciantes e as empresas que necessitam de distribuir os produtos que comercializam. O grande prejudicado tem sido o Bairro Alto, cada vez mais dependente das actividades nocturnas, enquanto o comércio de próximidade diurno vê as dificuldades redobradas.
Já tinhamos que passar por situações caricatas quando alguns funcionários da EMEL confundiam assistência técnica e situações de emergência, com cargas e descargas.
Por exemplo, se uma empresa vinha substituir o vidro de uma montra partido ou arranjar um qualquer aparelho avariado (arca frigorífica, ar condicionado, etc), seria natural que permitissem a entrada dos técnicos e equipamentos dentro de qualquer horário, mas não era certo, tudo dependia da discricionariedade ou do bom senso do funcionário que estivesse de serviço.

Agora é que não podem mesmo entrar. Precisam de comprar o cartão e pagar portagem.
Passámos a trabalhar num gueto.

O mais espantoso é que não tem existido motivos que justificam tal medida. Antes pelo contrário. Em Novembro/Dezembro o pilarete de entrada na Rua das Gáveas, ao Camões, esteve em baixo, criando-se assim um canal de entrada livre durante o dia. Resultaram daí problemas? Não.
Terminaram os engarrafamentos no Largo Camões, a actividade comercial do Bairro fluiu mais fácilmente e não se verificaram grandes abusos. Provou-se que, durante o dia, quem vem ao Bairro Alto entra, trata do que tem a tratar e vai-se embora.
Fechar o Bairro à sua dinâmica natural é condená-lo à desertificação diurna. É atraiçoar uma longa História. É fazer mal a Lisboa.


A Direcção da Associação de Comerciantes do Bairro Alto.
Lisboa, 21 de Janeiro de 2010.

19 janeiro 2010

PAVILHÃO CHINÊS


Inaugurado como bar a 18 de Fevereiro de 1986, o Pavilhão Chinês está localizado numa antiga mercearia do princípio do século XX, mantendo o mesmo nome de origem.

É um bar de grande destaque na cidade de Lisboa e, considerado por muitos como património de relevo da Lisboa romântica. A decoração das cinco salas é composta de milhares de objectos do séc. XVIII a XX de várias artes, como: medalhas, capacetes militares, modelos de aviões, quadros, canecas, bandeiras, bustos, peças únicas de Bordalo Pinheiro, etc., e foi da responsabilidade de Luís Pinto Coelho, também proprietário do bar. Este trouxe a tradição dos bares clássicos, quando ampliou o antigo espaço e recuperou todo o imóvel, incluindo a fachada e os estuques artísticos.

O que distingue o Pavilhão Chinês é o seu serviço hoteleiro requintado, os chás puros e os cocktails, todos de confecção artesanal. Desde 1986, ano em que abriu as portas como bar, já foi palco de filmagens, reuniões de congressistas, provas de vinho, entrevistas e inúmeras reportagens sobre Lisboa. Cardoso Pires no seu livro sobre Lisboa escreve “Guardou-lhe o nome de Pavilhão Chinês, respeitou-lhe a fachada, somou-lhe relíquias, sinais das guerras e dos senhores reis, pôs em altar uma colecção de manguitos Zé-povinho (Bordalo, outra vez) e fez-se bar.”

Pavilhão Chinês
Rua D. Pedro V nº89
TELF: 21 3424729

http://barpavilhaochines.blogspot.com/

17 janeiro 2010

PASSMÚSICA DESCE TARIFÁRIOS


Os valores da licença da Passmúsica para o ano de 2010 são inferiores aos de 2009, tendo sofrido uma descida de 1,5%.
Os novos tarifários poderão ser consultados aqui.

10 janeiro 2010

CRAVO E CANELA REST



Para entrada, queijinhos de cabra panados e bolinhas de morcela com doce de framboesa, seguindo-se risotto de farinheira com couve portuguesa e polvo no forno com chutney de manga. Estes são alguns dos pratos servidos no restaurante Cravo e Canela no Bairro Alto, em Lisboa.
Lasanha de maçã, mousse de requeijão com doce de framboesa e gelado de limão com champanhe e vodka, são algumas das sobremesas. Estas não as provei todas, mas certamente serão de babar.
Candelabros, espelhos, esculturas orientais e poltronas, fazem parte da decoração deste restaurante extremamente acolhedor. O Cravo e Canela passa um pouco despercebido no bairro, até à primeira vez em que lá se entra.
Cravo e Canela
R. da Barroca, 70
Bairro Alto - Lisboa
21 343 18 58

Fonte: http://poraipontocom.blogspot.com/2009/12/cravo-canela.html

06 janeiro 2010

CAFÉ LUSO: SEM ENFADO


SEM ENFADO!!
Postado Por: Praia do Encanto


Lisboa. Dia 2. O show de fado na Casa Luso, no Bairro Alto, foi uma agradável surpresa. Mas há um pulo do gato que pode fazer a diferença dependendo do público. As apresentações são divididas em duas partes. A primeira começa às 20h30 e segue até as 22h. Trata-se de um show misto, com seis cantores de fado (três homens e três mulheres – cada um com dois números), que se alternam com apresentações folclóricas, que lembram nossa quadrilha, com adereços e passos portugueses. Para assistir a essa parte o espectador tem de consumir um mínimo de 25 euros no restaurante, o que não é difícil, pois os preços são mais elevados que os de restaurantes comuns. Uma entrada pode custar 20 euros e um prato principal cerca de 40. Aí está embutido o merecido couvert artístico dos fadistas, músicos e bailarinos. É um show turístico de muito boa qualidade, acompanhado de comida igualmente boa e com a presença de grupos de turistas às vezes barulhentos. Fui com a imagem de Amália Rodrigues ou do Madredeus na cabeça e fui surpreendido por dois homens: Marco Rodrigues, com uma belíssima voz (e jeito de galã) e o gerente do restaurante, Felipe Acácio, que no final sobe ao palco e dá um show ao lado de Marco.
Os músicos também são excelentes. E o grupo de folclore distrai – e dá um toque kitsch à aventura, que se revelou uma descoberta da boa música que é o fado.
O pulo do gato é que depois das 22h30 começa um show mais intimista, fora do palco, no meio das mesas do restaurante.

A essa altura os grupos já se foram – tanto os gregos barulhentos, quanto os japoneses ávidos por cumprimentar os cantores. Nessa parte a consumação mínima cai para 16 euros. A dica é comer pela redondeza (o Bairro Alto é o boêmio da cidade e as ruas ficam lotadas, com muitas mesas nas calçadas) e depois ir beber no Luso, ouvindo a um ótimo fado. Felipe e Marco também cantam nessa segunda parte e autografam CDs das fãs. Há um garçom brasileiro, Cláudio, que também dá boas dicas.
Na saída é gostoso explorar as ruelas do Bairro Alto, com sua agitação – da Travessa da Queimada, onde fica o Luso, até a Praça Luís de Camões há muito o que ver. Os mais jovens e sozinhos vão ser abordados por traficantes bem diretos: quer experimentar cocaína?, perguntam. É só dizer não e seguir em frente. A noite do Bairro Alto, do fado à gastronomia, é bem diversa e descontraída.
Sobrevivi sim e Lisboa tem muito mais a ser explorado.
Ah sim: em meio às festividades juninas (todos os santos do mês ganham festas enormes em Portugal), Lisboa também se abre para a diversidade sexual: amanhã ocorre aqui a Parada Gay de Lisboa… Terá até um arraial GLS programado na Praça do Comércio, com DJs e barraquinhas.

Artur Luiz Andrade

23 dezembro 2009

DESPACHO AUTORIZA VIDEOVIGILÂNCIA

Ministério da Administração Interna - Gabinete da Secretária de Estado da Administração Interna
Quarta-feira, 23 de Dezembro de 2009
247 SÉRIE II ( páginas 51759 a 51759 )

TEXTO :
Despacho n.º 27484/2009
Autoriza a instalação e a utilização de um sistema de videovigilância no Bairro Alto, Lisboa

1 - Nos termos e para os efeitos do n.º 1 do artigo 3.º da Lei n.º 1/2005, de 10 de Janeiro, aprovo o Plano de Videovigilância do Bairro Alto, Lisboa, que foi proposto pelo director nacional da Polícia de Segurança Pública, o qual poderá ser de imediato executado e deve, no mais curto prazo, ser activado em todas as componentes autorizadas, nos termos seguidamente delimitados.
2 - Tendo o Plano sido submetido, nos termos da lei, à Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD), foi por esta emitido parecer parcialmente positivo, no qual a CNPD considerou que os meios a utilizar são adequados e necessários para a prossecução de relevantes finalidades de prevenção criminal e reforço da segurança, não se mostrando excessivos (parecer n.º 68/2009, de 26 de Outubro).
3 - Tendo a CNPD precisado os termos e condições em que a actividade de videovigilância pode ser desenvolvida, que pelo presente despacho acolho na íntegra, o sistema deve observar as seguintes condições:
a) Apenas poderá estar em funcionamento entre as 22 e as 7 horas;
b) Não é admitida nem a recolha, nem a gravação de som;
c) Garanta dos direitos de acesso e eliminação, em conformidade com o disposto no n.º 1 do artigo 10.º da Lei n.º 1/2005, de 10 de Janeiro;
d) Apenas se permite a utilização de câmaras fixas;
e) Deverá prever o barramento dos locais privados, de molde a não focar locais privados (portas, janelas, varandas, etc.);
f) Não se permite a utilização de câmaras ocultas;
g) Não se admite a utilização de capacidade técnica de busca inteligente para identificação de pessoas;
h) Os procedimentos de segurança a adoptar pela entidade responsável devem incluir seguranças lógicas de acesso ao sistema;
i) Apenas poderá ser utilizado pelo período de seis meses, findo o qual deverá ser feita uma nova reavaliação dos pressupostos que determinaram a concessão do parecer pela CNPD;
j) A CNPD deverá ser notificada da data do início do funcionamento do sistema.
4 - Dê-se conhecimento do presente despacho ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa, ao director nacional da PSP e aos presidentes das juntas de freguesia da Encarnação, Mártires, Mercês, Sacramento, Santa Catarina, São José e São Paulo.

4 de Dezembro de 2009. - A Secretária de Estado da Administração Interna, Maria Dalila Correia Araújo Teixeira.

ANTES E DEPOIS: BRINQUEDOS


Brinquedos do passado alargam oferta natalícia em lojas de Lisboa

Por Sara Picareta

«As prendas de Natal para as crianças podem não ser os objectos feitos em série dos shoppings. No Bairro Alto ainda há brinquedos feitos à mão

Bonecos que começaram por ser desenhos de um blogue

Quem entrar no Antes e Depois, no Bairro Alto, vai sentir-se numa viagem ao passado dos brinquedos. Móveis e candeeiros antigos, recolhidos na rua, e uma carpete vermelha, que remete para os anos 70, contribuem para essa percepção. É um dos sítios de Lisboa em que se encontram prendas que não são obrigatoriamente fabricadas em série para as crianças.

Paulo Rebelo, um dos responsáveis da loja, revela que a ideia surgiu por acaso. "Começámos quase por brincadeira", afirma. "Eu e o meu sócio, Carlos Ferreira, gostamos muito das coisas antigas. Às vezes íamos às feiras e começámos a falar dos brinquedos que já não existem."

A partir daí tudo foi mais fácil. Pegando numa onda de revivalismo dos anos 80, os dois criaram uma loja de brinquedos antigos [Travessa da Espera 47]. Mas não só. A Antes e Depois vende também brinquedos novos. "Podem ser brinquedos novos, desde que tenham o espírito dos antigos. Não são certamente os brinquedos que se encontram nos hipermercados", explica. No fundo, a ideia foi a de "abrir uma loja com alguma quantidade de brinquedos e preços acessíveis, desde um euro até cerca de vinte euros".

Os brinquedos ali vendidos são como que transportados no tempo, pois estão como novos. Alguns não foram usados, vêm de armazéns, de stocks antigos das fábricas. "Vendemos com as embalagens originais."

Mas os brinquedos não vêm só de armazéns. Visitas a papelarias e o método porta a porta também funcionam. Às vezes "é uma questão de sorte", pois esta tarefa de recolha não é fácil e junta-se à pouca disponibilidade dos dois sócios, que têm outros empregos. Paulo salienta: "Já não há muita coisa e não há muita informação sobre o brinquedo português."

Manter uma grande diversidade não é fácil. Por isso, só agora, um ano depois, é que vão começar a ser vendidos brinquedos de corda, como robots ou esquilos. "Tínhamos esta ideia desde o início, mas só agora começou a ser concretizada", confessa. Para além disso, a Antes e Depois está a começar a adquirir mais trabalhos de artesãos, feitos à mão.

"Cada vez temos mais brinquedos diferentes. Há já um problema em expor tudo", explica. Isso acontece também pelo facto de a loja não vender só brinquedos portugueses. Carros e motos em chapa, de origem africana, também estão disponíveis.

"Há brinquedos que são um sucesso e isso é uma surpresa. É o caso das gaiolas de plástico para grilos ,que têm esgotado constantemente." Mas a lista continua: os tambores pequeninos e os trapezistas em madeira, as pandeiretas, os peões e as ardósias também ocupam um lugar cimeiro. Aliás, a loja conta com brinquedos em chapa tradicionais, como o fogão, que são feitos da mesma forma desde os anos 20. A fábrica já fechou há anos, mas ainda há algum stock.

"Já tive raparigas histéricas a gritar porque descobriram um telefone. E uma pessoa a chorar na loja, porque viu um brinquedo que já não se lembrava", revela Paulo. Este profissional de cinema considera que estas situações ocorrem porque "os brinquedos têm uma ligação muito forte à infância e mexem muito com os sentimentos mais profundos".

Não é só no produto em si que a Antes e Depois inova. O horário da loja, das 14h às 20h, pode causar estranheza. "O Bairro Alto funciona muito bem à tarde e à noite", explica.»

Fonte: Público (23/12/2009)

16 dezembro 2009

GALERIA: SER PORTUGUÊS










          

Na Travessa da Queimada nº 28, no mesmo local onde José Maria da Costa e Silva (Almarjão) fundou, em 1956, a Livraria Histórica e Ultramarina, abriu no passado dia 14 uma galeria que se expande por vários pisos e inclui um jardim interior. “Ser Português” é o nome do novo espaço que se oferece, exclusivamente,a artistas e produtos portugueses.
Quatro artistas, ALS, Francisco Ramos, Laranjeira Santos e Paulo Braga, partilham uma única designação, “Intimidades”. As propostas são diversas, ainda que a escultura tenha papel primordial nesta mostra inaugural.




01 dezembro 2009

Adega Machado: 72 anos de Fado






Marisa, com sete anos


Florinda Maria, Amália e Alfredo Duarte Jr


Dia de Reis, o célebre bolo com a prensa de um machadinho em ouro. Frente ao bolo Beatriz Costa, á dtª Maria de Lourdes Machado, Ada de Castro e Florinda Maria, atrás Alfredo Duarte Júnior e os músicos da casa. (fonte)


Século Ilustrado, 15 de Março de 1952







ADEGA MACHADO : OS FUNDADORES

Por Vítor Duarte Marceneiro

O violista Armando Machado nasceu em Lisboa, em 1899, cidade onde veio a falecer em 1974. Começou a tocar viola nos solares e nas festas em Lisboa e arredores. Em 1924 profissionaliza-se, tendo tocado praticamente em todos os recintos com Fado da época.


Em 1937 fundou a Adega Machado no Bairro Alto, que foi a segunda casa do género no bairro, mas a primeira a dar espectáculos diários.
Foi autor de vários temas musicais para Fado, tais como, Fado Súplica, Fado Cunha e Silva, Fado Licas, Fado Maria Rita, Fado Lourdes e o celebre Bolero Cigano da Fronteira.
Conheceu e casou-se com uma linda moça, Maria de Lourdes, de profissão enfermeira, natural de Lisboa, onde nasceu em 1915, na freguesia do Socorro, tendo falecido também em Lisboa em 1999.
Maria de Lourdes Machado e Armando Machado, tiveram 5 filhos, 4 rapazes e uma rapariga, o Armando José (Licas) que era afilhado do Gonçalves dono do “ O Ginjal” a Maria Rita, era afilhada da Amália, o Filipe teve como padrinho Filipe Nogueira (pai) e o Carlos Manuel foi apadrinhado por Adelina Ramos e seu marido, o António Tomaz Machado, (o Tricas para a família e amigos) era afilhado do artista plástico Tomaz de Melo (TOM) e também da Amália.

Maria de Lourdes Machado abandona a sua carreira de enfermeira para cuidar dos filhos e fica também, ao lado do marido na gerência da Adega Machado, tendo começado a cantar Fado, logo com grande sucesso, pois tinha uma bonita voz, presença e cantava muito bem.
Quando o seu filho mais velho o Armando José (apelidado carinhosamente como Licas), foi mobilizado para o Ultramar, Maria de Lourdes pede a João Linhares Barbosa, que lhe escreva um poema que exprima a sua dor de mãe, que teve o título de (Fé e Coragem Meu Filho). O pai Armando Machado faz a música já referida, Fado Licas.

Armando Machado e Maria de Lourdes foram grandes amigos de meu avô, tendo sido padrinhos de baptizado do meu tio mais velho, Rodrigo Duarte.
Na Adega Machado cantaram todas as gerações de Marceneiro. Houve muitas noites que chegámos a cantar os três, eu, o meu pai, e o meu avô, o dueto “A Lucinda Camareira”, com grande agrado dos presentes, que nos distinguia com calorosas ovações.
A Adega Machado foi a última casa onde meu pai cantou contratado e lá se reformou.

Pela Adega Machado, passaram praticamente todos os grandes nomes do Fado, quer fadistas quer tocadores.

Eu desde muito miúdo que conheço a Adega Machado, fui sempre muito acarinhado por toda a família, que dedicava também grande carinho a meu avô, que era visita diária da casa.
Estive contratado cerca de um ano como segunda ocupação, e era uma das casas que mais frequentava com os meus amigos.
A Adega Machado que tem as suas paredes praticamente forradas com fotos das figuras de relevo de Portugal e de todo o mundo que por lá passaram, o que a torna num autêntico museu de recordações de Fado. Este trabalho iniciou-se pelas mãos de Maria de Lourdes, que possuía um grande sentir iconográfico.

Vitor Duarte Marceneiro
Fonte: http://lisboanoguiness.blogs.sapo.pt/186123.html



30 novembro 2009

Fado de luto por Adega Machado

De lágrimas nos olhos, a fadista Argentina Santos solta um desabafo: "Foi como se tivesse morrido uma pessoa." Apesar de ser gerente da casa Parreirinha de Alfama há 60 anos, viu com tristeza o fim da concorrente Adega Machado, símbolo das casas de fado lisboetas, que fechou portas há uma semana.



Entre Alfama e o Bairro Alto, a reacção é a mesma: espanto e já saudade por um espaço aberto há 72 anos e que deixou agora 28 pessoas no desemprego.

Na mais antiga de todas, a quase já centenária Adega Mesquita, a crise também se sente e só a paixão do gerente Paulo Gomes, 70 anos, mantém a casa de portas abertas e aspecto renovado: "Há subsídios para tudo, mas para a canção nacional não há. A Adega Machado era badalada, mas aqui já vi várias outras fecharem", contou ao CM.

Com casa cheia, o gerente de O Faia, António Ramos, vê também com pena o encerramento da casa de fado fundada em 1937 e lembra que a fórmula do sucesso passa por perceber as mudanças: "Temos de nos ir actualizando. As casas de fado não podem envelhecer", diz.

Com uma clientela essencialmente estrangeira, a maioria dos espaços do centro de Lisboa sentiu a crise global. No caso do Clube de Fado, em Alfama, apesar de alguns clientes reduzirem no consumo, o sentimento é de optimismo: "A depressão existe, mas tenho uma casa feliz. Num país onde toda a gente gosta de se vitimizar, vou bem de saúde", diz o guitarrista e gerente Manuel Pacheco.

"ERA O NOSSO GANHA-PÃO"

Dídia Pereira, 44 anos, estava de férias no Algarve com o marido, Diamantino, quando soube do encerramento do espaço onde ela servia à mesa e ele tratava da contabilidade: "Sempre sentimos esta casa como nossa. Era o nosso ganha-pão", conta ao CM. O fecho da Adega Machado por dívidas à Segurança Social, ao Fisco e a fornecedores, apanhou de surpresa os 28 trabalhadores, agora no desemprego. "Há casas aí a funcionar com muito menos condições do que esta e estão de portas abertas", conta a fadista Maria Portugal. Fundada em 1937 na rua do Norte, pelos artistas Armando e Maria de Lourdes Machado, era um símbolo das casas de fado do Bairro Alto.

REACÇÕES

"Estou desempregada e quando soube julguei que não estava a ouvir bem. Onde vou arranjar emprego agora? Quem tem gente em casas de fado não os vai despedir.": ANA CARVALHO Fadista

"Fiquei espantada com o fim da Adega Machado. Nunca pensei que uma sala com aquela categoria fechasse. Era um símbolo e passou por lá muita gente importante.": ANITA GUERREIRO Fadista


Rui Pedro Vieira

26 novembro 2009

Câmaras vão vigiar zona durante seis meses

Comerciantes congratulam-se com videovigilância no Bairro Alto

A Associação de Comerciantes do Bairro Alto, em Lisboa, congratulou-se hoje com a utilização do sistema de videovigilância na zona, defendendo o seu enquadramento num “esquema de policiamento” global dissuasor de actos criminais.


A associação de comerciantes reclamou a videovigilância há cerca de ano e meio, dois anos. Foi na sequência desse pedido que se iniciou todo este processo”, sublinhou o presidente da associação, Belino Costa, à agência Lusa.
A Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) autorizou a utilização do sistema de videovigilância na zona do Bairro Alto, em Lisboa, apenas por seis meses, impondo várias restrições à proposta apresentada, segundo um parecer de Outubro.
Para Belino Costa, “tendo em vista as características” do Bairro Alto, com “milhares de visitantes todas as noites”, a videovigilância “poderá servir um esquema de segurança” que proteja os “visitantes, comerciantes e moradores” do bairro.
O responsável da Associação de Comerciantes do Bairro Alto assinala que o sistema de captação de imagens vídeo deve funcionar integrado num esquema de policiamento “de proximidade” e enquanto “medida preventiva” de crime e violência. “Muitas vezes a questão não é de crime, é de violência gratuita, e nessa perspectiva pode ser muito importante a videovigilância”, nota.
Belino Costa ressalva, contudo, que se o objectivo da colocação de câmaras for “meramente gravar imagens”, o efeito da medida será “muito diminuto”. “Só por si a videovigilância não resolve nada. Tem de ser um instrumento ao serviço de uma política de segurança. É apenas mais um meio que pode melhorar a situação”, frisou o presidente da associação.

No parecer relativo ao Bairro Alto, a CNDP restringe o funcionamento do sistema de videovigilância ao período entre as 22h00 e as 07h00, recusa a recolha e gravação de som e permite apenas a utilização de câmaras fixas.
O funcionamento de 27 câmaras no Bairro Alto é autorizado apenas por seis meses, findos os quais “deve ser feita uma nova reavaliação dos pressupostos que determinaram a concessão deste parecer” e a CNPD deve ser notificada do início do funcionamento deste sistema.
Para o parecer “parcialmente positivo” contribuiu a fundamentação da proposta apresentada, que levou a CNPD a concluir que a “criminalidade vem registando aumentos progressivos” naquela zona da cidade, caracterizada por inúmeros estabelecimentos de restauração e bebida.

VEM AÍ A VIDEOVIGILÂNCIA

A  instalação de  videovigilância, no Bairro Alto, recebeu o parecer positivo da Comissão Nacional de Protecção de Dados, em resposta ao pedido que lhe foi enviado pelo Ministério da Administração Interna. A partir de agora será apenas uma questão de tempo para que o sistema fique operacional.

24 novembro 2009

HOJE HÁ ELEIÇÕES

Lista concorrente à eleição dos corpos gerentes da Associação de Comerciantes do Bairro Alto




LISTA A



Comissão Administrativa

Presidente - Belino Costa (Ulitro)

Vice-Presidente -Vitor Castro (Sinal Vermelho)

Vogal – João Pedro (Luso)



Assembleia Geral

Presidente - João Gonzalez (Maria Caxuxa)

Vice-Presidente – Carlota Carneiro (Mercearia da Atalaia)

Vogal – Rui Paulo (Groove)



Conselho Fiscal

Presidente – Rita Galveias (Galveias, Cont. e Gestão)

Vice-Presidente – Hilário Prego de Castro (Alfaia)

Vogal – Paulo Cassiano (Bota Alta)



ASSOCIAÇÃO DE COMERCIANTES DO BAIRRO ALTO

(DINAMIZADORES DE SECTOR)


Álvaro Roquete (Antiquários)

Anselmo Ortega (Roupa e acessórios)

Carlota Carneiro (Alimentar)

Cátia Lourenço (Bares/discotecas)

Dino Alves (Moda)

Pedro Castro e Silva (Livreiros/alfarrabistas)

Rita Galveias (Galerias)

Ricardo Tavares (Marketing)

Vitor Castro (Restauração)

18 novembro 2009

ASSEMBLEIA GERAL ELEITORAL

Convocatória


Assembleia Geral Eleitoral



Nos termos legais e estatutários, o Presidente do Conselho de Administração, convoca os associados da Associação de Comerciantes do Bairro Alto, para se reunirem em Assembleia Geral Eleitoral no dia 24 de Novembro, entre as 15H00 e as 17H00, nas instalações do Clube Rio de Janeiro, à rua da Atalaia, para a eleição dos novos órgãos sociais.


Lisboa, 16 de Novembro de 2009

O Presidente do Conselho de Administração

Belino Costa

13 novembro 2009

VENDE-SE IGREJA

Quem quer comprar uma igreja?


Lisboa, 13 Nov (Lusa) - Mais de 30 anos depois de ter sido desafecta ao culto, uma antiga igreja do Bairro Alto (Lisboa), actualmente licenciada para comércio e serviços, está agora à venda por dois milhões de euros - e já há interessados.

Integrada no denominado Convento dos Inglesinhos, construído no século XVII para acolher um seminário inglês, a Igreja de São Pedro e São Paulo possui uma única nave com área de coro, altares laterais, tecto em abóbada e um órgão barroco e ganhou nos últimos anos uma cozinha, aquecimento central, estacionamento e arrecadações.

O espaço foi desactivado pela Igreja Católica em 1976 (três anos após o encerramento do convento e o regresso dos seus habitantes a Inglaterra) e foi adquirido na década de 1990 pela Chamartín Imobiliária, então denominada Amorim Imobiliária, que transformou todo o complexo num empreendimento de luxo.

09 novembro 2009

"BOTELHÃO" COMEÇA A TOMAR CONTA DO BAIRRO ALTO


Comerciantes dizem que o fenómeno se deve à redução dos horários e à crise


TELMA ROQUE

Moradores e comerciantes do Bairro Alto, em Lisboa, garantem que o consumo de bebidas na rua aumentou de forma assustadora. Atribuem o fenómeno ao facto de os bares fecharem mais cedo e ao contexto de crise económica.
Há um ano que os bares e discotecas do Bairro Alto - espaço boémio que junta anónimos, figuras públicas e muitos turistas - deixaram de estar abertos até às quatro horas da madrugada. Por determinação da Câmara, ordenou-se o encerramento duas horas mais cedo, mas perante o coro de críticas, a medida acabou por ser revogada oito meses depois.

Em Julho passado, chegou-se a uma "solução de consenso" que se traduziu no fecho dos estabelecimentos de diversão pelas três horas, às sextas, sábados e véspera de feriados. Os moradores continuam a queixar-se do ruído, das drogas, dos grafitos e da falta de segurança. Quem tem comércio garante que o sector está na ruas da amargura e que os horários e a crise fizeram disparar os negócios de "vão de escada" e o chamado fenómeno do "Botelhão", ou seja, o consumo de álcool na rua.

"De manhã, nem à rua consigo sair. A soleira da porta está cheia de copos e garrafas. Nem o parapeito da janela escapa. Limito-me a abrir a janela e a atirar tudo para o chão", confessa Maria Helena Silva, que habita um rés-do-chão na Rua da Barroca.
Quando se pergunta à idosa se o Bairro Alto mudou neste último ano, a mulher solta um longo suspiro e desfia um rol de queixas. "O ruído é uma calamidade. Os bares fecham e a rapaziada fica na rua até às tantas. As paredes são limpas e voltam os rabiscos", afirma.
António Dias, outro morador opta por destacar "o triste espectáculo" e do consumo de bebidas " a metro" na rua e o tráfico de droga "à descarada". Na sua óptica, o problema é complexo e combate-se com "mais polícias".
Para Belino Costa, presidente da Associação de Comerciantes do Bairro Alto, há o risco de o "Botelhão" se tornar "num negócio dominante". Em Espanha, o fenómeno atingiu tal dimensão que foi proibido em certas zonas residenciais e turísticas. Este será uma das preocupações que levará à Câmara de Lisboa, em Maio de 2010, data em que as medidas serão reavaliadas. A segurança será outro tema a debater.
Paulo Cassiano, proprietário de um restaurante, junta-se aos protestos. Revela que, quando se aproxima o fecho dos bares, os jovens compram bebidas em larga escala para beberem na rua. Aponta ainda para a degradação crescente no Jardim de São Pedro de Alcântara, que se transformou "num espaço de consumo", e de depósito de garrafas e copos.

Jornal de Notícias
2009-10-31

04 novembro 2009

THE HOOD COM NOVA AMBIÊNCIA

Na próxima sexta-feira, dia 6 de Novembro, entre as 24h00 e as 02h00, o Bairro Alto, em Lisboa, vai encher-se de ténis. Mantendo a temática da renovação, revolução e inovação constante, a The Hood apresenta a sua nova ambiência inspirada na inovação, na tecnologia e no design.


Em Junho de 2008, inaugurou no Bairro Alto um espaço de vanguarda que desde então faz as delícias dos fãs de sneakers e seguidores de novas tendências artísticas e de moda. The Hood (abreviatura para neighbourhood) abriu portas no nº 65 da Rua do Norte, com o objectivo de conciliar a arte urbana com os modelos exclusivos da Nike.
Mais do que uma loja, a The Hood propõe-se a ser uma galeria. As suas paredes funcionam como telas que de três em três ou de quatro em quatro meses servem de base às intervenções de diferentes artistas. A última intervenção esteve a cargo de Fill & Bill – os famosos Cortez Brothers, e dos Cortez de 1972. Nesta estação, o mote é dado pelos Air Max1, e pela jornada “Max to Maxim. Evolution of the revolution”.
Criados em 1987, com o intuito de oferecer aos praticantes de atletismo mais estabilidade e amortecimento, através das revolucionárias unidades de ar visível integradas na sola, os Air Max1 representam a inovação e o nascimento de uma nova silhueta no universo dos ténis. Revolução que parte não só das “caixas-de-ar visíveis”, mas também da introdução do vermelho como principal cor num modelo de ténis, criando-se então mais um ícone da história do footwear.
Além da reedição da primeira versão do modelo Air Max1, nesta estação a Nike Sportswear lança os Air Maxim 1. O mesmo design, mas com mais qualidade e conforto graças à redução de 30% ao peso original, conseguida através da substituição do tradicional mesh pelo Acespan Mesh e pelo Flywire, e da tradicional borracha da sola pelo Phylon.

Para celebrar a nova imagem da The Hood e os novos lançamentos da Nike Sportswear, na noite de 6 de Novembro os Air Max1 e os Air Maxim1 vão invadir o Bairro Alto.

Publicada por ASSOCIAÇÃO MODALISBOA