Bairro Alto: comerciantes criticam tratamento
da câmara
Dizem estar a ser tratados «como se fossem lojas de conveniência»
Por: tvi24
| 16- 5- 2012 22: 10
A Associação de Comerciantes do Bairro Alto acusa a Câmara de Lisboa de
tratar estabelecimentos que vendem álcool «como se fossem lojas de
conveniência» e critica a suspensão da atribuição de licenças a até às 2:00
estes espaços, noticia a Lusa.
Em novembro, o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, publicou um despacho que dita o encerramento das lojas de conveniência do Bairro Alto às 20:00 a partir da próxima semana, uma medida que reduz em seis horas o horário de funcionamento destes espaços.
Em novembro, o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, publicou um despacho que dita o encerramento das lojas de conveniência do Bairro Alto às 20:00 a partir da próxima semana, uma medida que reduz em seis horas o horário de funcionamento destes espaços.
O objetivo foi acabar com o «botellón», uma tendência espanhola que junta
jovens em espaços públicos com bebidas compradas em supermercados ou lojas de
conveniência e que está a atrair cada vez mais notívagos portugueses,
principalmente os do Bairro Alto.
Seis meses depois desta medida, a Associação de Comerciantes do Bairro Alto
(ACBA) - das primeiras a opor-se ao «botellón» - acusa a Câmara de «seguir uma
interpretação muito aleatória» do despacho, tendo «dado orientações à Polícia
Municipal para passar a ser severa na fiscalização dos horários dos
estabelecimentos do grupo três».
Neste grupo incluem-se estabelecimentos com seções acessórias de bebidas,
como a Livraria Ler Devagar (nascida no Bairro Alto), cujo horário de
encerramento definido é a meia-noite, indica a associação, em comunicado.
«São esses mesmos que a câmara e a Polícia Municipal estão a perseguir,
aparecendo nos estabelecimentos antes de encerrarem e intimidando-os. Estão a
tratar os comerciantes como se vendessem vidro para a rua», disse à agência
Lusa o presidente da ACBA, Belino Costa.
Recordando que era «prática comum» que a câmara atribuísse licenças até às
2:00 a estes estabelecimentos, a associação critica que «numa questão de dias,
sem explicação ou aviso prévio e contrariando toda a prática anterior», tenha
sido decidido que «não haveria mais prolongamentos de horário».
Os comerciantes descrevem situações como a entrada da Polícia Municipal nos
espaços cinco minutos antes da meia-noite, dando ordens para o encerramento
pontual «com os clientes na rua».
Considerando que a Câmara de Lisboa está a «criar dificuldades de
sobrevivência a muitas empresas familiares e trabalhadores», a associação
considera que a situação é «grave e lamentável».
Os comerciantes criticam ainda a atuação da Polícia Municipal, opondo-se à
«pedagogia da repressão e do proibicionismo», que tem expulsado clientes e
obrigado os espaços a estarem encerrados em cima da hora prevista.