28 agosto 2008

OS BONS NOVOS TEMPOS

O rejuvenescido jardim e miradouro de S.Pedro de Alcântara recuperou neste Verão a dinâmica e o movimento de outros tempos. Contando com a vigilância constante da Polícia Municipal, o jardim passou a dispor de um novo quiosque e esplanada, o ”Portugês Café”, que muito tem ajudado à requalificação da zona.
Mesmo em frente, na Rua de S. Pedro de Alcântara (nº 65 a 69), assinalamos a abertura de “Txacoli”, restaurante espanhol.

20 agosto 2008

VIDEOVIGILÂNCIA

Câmaras recorrem ao vídeo

Joana Moura

A videovigilância vai ser uma realidade, já no próximo ano, em algumas das mais problemáticas autarquias da área metropolitana de Lisboa. Loures, Amadora e Sintra estão a preparar a instalação de câmaras de video em algumas zonas, depois do Porto ter sido o pioneiro e de Lisboa já ter avançado com essa intenção para a Baixa e o Bairro Alto. O objectivo é prevenir os crimes violentos.

O Plano Nacional de Videovigilância, da responsabilidade do Ministério da Administração Interna (MAI), existe desde 2005 para incentivar as autarquias a utilizarem câmaras de video para prevenir o crime “em locais onde exista razoável risco da sua ocorrência”, explica o Secretário de Estado-Adjunto do MAI, José Magalhães, ao Diário Económico. Até agora ainda não tinha sido apresentado “qualquer projecto que envolva qualquer zona dos chamados bairros críticos”, garante o secretário de Estado, mas o Diário Económico sabe que as autarquias referidas já estão a estudar a instalação de câmaras de video. Para já os planos ainda estão em estudo, mas o objectivo é ter o modelo de vigilância a funcionar, na maioria dos casos, já em 2009. Depois dos tiroteios entre gangues rivais dos bairros da Quinta da Fonte e da Quinta do mocho, a Câmara de Loures aprovou “a abertura de concursos públicos para a aquisição de equipamentos, instalação e manutenção”. E a Câmara da Amadora, a autarquia com mais bairros críticos do país, está a ultimar um estudo para apresentar à Comissão Nacional de Protecção de Dados que prevê a instalação de mais de 100 câmaras de video. O projecto “incidirá, sobretudo, nas estações e paragens dos transportes públicos, nas entradas de alguns bairros degradados - como a Cova da Moura, 6 de Maio ou Santa Filomena -, mas também no interior de alguns bairros problemáticos de realojamento, como o que existe no Casal da Mira”, explica Joaquim Raposo. Um investimento de mais de um milhão de euros que, “apesar de não ser um factor decisivo para acabar com a criminalidade, é um instrumento da PSP para ajudar a combatê-la”.

O Governo tem vindo a incentivar as autarquias a apostarem na videovigilância. Já no final do ano passado, o ministro Rui Pereira dizia ao Diário Económico que este é um método de prevenção eficaz “em locais públicos onde exista o risco de prática de crimes muito frequentes”. Na semana passada, foi assinado um protocolo entre o MAI e a Associação Nacional de Municípios Portugueses, de forma a que estes beneficiem de contratos Locais de Segurança, que podem passar pelo policiamento de proximidade, mas também pela videovigilância. Inicialmente, o MAI pretendia que estes contratos obrigassem as autarquias a instalarem câmaras, mas no final, o protocolo que define as regras gerais não menciona essa obrigação. Isto significa que o MAI deixou ao critério de cada autarquia esta decisão.

Certo é que, com a criminalidade violenta a aumentar e a ganhar mediatismo, “as necessidades de segurança das populações”, também já levaram a Câmara de Sintra “a estudar a possibilidade de instalar câmaras de video em algumas zonas do concelho”, diz o presidente Fernando Seara.


José Magalhães, Secretário de Estado do MAI
“O MAI tem privilegiado o envolvimento das autarquias quanto aos projectos de instalação de videovigilância”, diz o secretário de Estado. Ainda assim, “não foi proposto, até à data, qualquer projecto que envolva qualquer zona dos chamados bairros críticos.”

António Costa, Presidente da Câmara de Lisboa
Também em Maio, depois da morte de um jovem de 20 anos no Bairro Alto, o presidente António Costa apoiou a Junta de Freguesia de São Nicolau na apresentação de um projecto ao MAI para instalar 32 câmaras de alta definição nas ruas da baixa e no Bairro Alto.

Joaquim Raposo, Presidente da Câmara da Amadora
Um milhão de euros é quanto a Câmara da Amadora prevê investir num plano para instalar câmaras de video que cubram os 23 quilómetros quadrados do concelho. Paragens de transportes público, bairros degradados e zonas de realojamento serão contempladas.

Carlos Teixeira, Presidente da Câmara de Loures
Ainda não estão definidas as áreas que vão ser vigiadas por câmaras de video, mas depois dos confrontos na Quinta da Fonte e da Quinta do Mocho, Loures já aprovou a abertura de concursos públicos para a aquisição de equipamentos, instalação e manutenção deste equipamento.

http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/edicion_impresa/politica/pt/desarrollo/1156659.html

11 agosto 2008

MUSEU DO EFÉMERO

Museu Efémero no Bairro Alto para destacar obras de arte na poluição visual



As paredes do Bairro Alto escondem um museu, efémero. O Movimento Acorda Lisboa (MAL) fez um levantamento das «obras de arte» e destaca na poluição visual os grafittis «que são verdadeiramente artísticos»

«Recolhemos ao todo cerca de 82 peças, e ficaram reunidas no portfolio do museu 33 obras de 33 artistas, nacionais e estrangeiros», contou à Lusa Daniel Oliveira do MAL, para quem não se coloca a questão de se graffitti é ou não arte.

«Grafitti é arte, ponto final. É um meio que acaba por estar profundamente vivo, com diferentes estilos, expressões e artistas, pertencentes a diferentes gerações. Há vários meios de aplicação e diferentes mensagens. No Bairro Alto vemos isso tudo junto. Temos peças de artistas que têm 20 anos e de outros de 50 e mais anos», defendeu.

No site do museu, www.museuefemero.com, está disponível para download um mapa, onde estão sinalizadas todas as obras, bem como um podcast, com explicações sobre as mesmas.

Numa das peças expostas, da Dalaiama, equipa de duas graffiters portuguesas, vemos gaivotas e circunferências estaladas. Daniel Oliveira explica que esta é uma obra «profundamente política».

«As gaivotas da liberdade e os ovos dos quais estala o capitalismo foram pintados à frente de centros comerciais. É uma expressão política de esquerda», esclareceu. O MAL começou por demarcar a zona do Bairro Alto, «que funciona como uma montra pela visibilidade que lhe está associada», mas é possível que o projecto seja ampliado a outras zonas da cidade. Incentivar o vandalismo não é o objectivo do Museu Efémero.

«Não é este projecto que vai incentivar o que quer que seja, a vontade está . O projecto serve mais para destacar a qualidade de certos trabalhos, para que não sejam tapados por tags ou cartazes», afirmou. Mas nem sempre é possível que isso aconteça. Uma das obras do museu, Girl with a teddy (menina com ursinho), do norueguês Dolk, um grafitti pintado em papel e posteriormente colado na parede, desapareceu há uns dias.

«Foi até agora a única baixa». Entre as peças mais antigas do museu está Amália, um stencil sobre papel do francês Jef Aerosol colocado numa parede da Travessa da Queimadacerca de dois anos. A obra, onde se Amália Rodrigues a tocar guitarra portuguesa, está à venda numa galeria de Lyon, em França, e foi espalhada pelo artista em vários locais de Lisboa, além do Bairro Alto.

O facto de Amália ter sobrevivido tanto tempo nas paredes do Bairro é, para Daniel Oliveira, «uma prova de que se distingue a verdadeira arte». O MAL fez o levantamento dos graffittis do Bairro Alto a convite da PAMPERO® FUNDACIÓN, «cujo objectivo é ajudar artistas com poucos recursos, mas criativos, a ganhar voz».

Lusa/SOL

http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Cultura/Interior.aspx?content_id=105095

03 agosto 2008

DIZ O "JORNAL DE NOTÍCIAS"

Confronto marca reforço policial no Bairro Alto

Comerciantes pagam dispositivo extra da PSP mas não escondem receio de represálias.

Nuno Miguel Ropio

A primeira madrugada de policiamento extra no Bairro Alto, em Lisboa, acabou em confrontos numa das ruas. Mas os comerciantes, que suportam os gastos com os agentes da PSP, dizem que o reforço é para continuar.

Um grupo de jovens, que provocava desacatos na Rua do Diário de Notícias, levou nove agentes a intervir e a identificar os autores de alguns actos violentos contra transeuntes que, ontem de madrugada, se encontravam no Bairro Alto. Este foi o primeiro incidente a envolver o reforço de segurança nocturna, que arrancou ontem, pago pelos comerciantes instalados naquela área.

O Comando Metropolitano da PSP garante que só a partir de amanhã poderá ser feito um balanço da acção do dispositivo durante este fim-de-semana. Também a Associação de Comerciantes do Bairro Alto, que patrocinou a medida, contactada pelo JN, apenas se mostrou disponível para avaliar o reforço de policiamento nos próximos dias.

"Notou-se que os traficantes já não rondam as ruas. E os agentes não passaram despercebidos aos nossos clientes", admitiu, ontem, um dos cerca de 70 proprietários de estabelecimentos comerciais, entre bares e restaurantes, que financiam a medida. "Não quero problemas, por isso não ponha fotos minhas nem o meu nome", pediu o empresário, enquanto um dos vendedores de estupefacientes se senta no passeio, em frente a ele, de uma forma intimidatória.

O aumento dos episódios de violência no Bairro Alto, que atinge tanto a "movida" como os moradores, levou em Junho três proprietários de bares a contactar os restantes para se avançar no reforço policial. Segundo o empresário Leonídio Marques, a clientela dos restaurantes começou a mostrar desconforto perante a insistência dos traficantes de estupefacientes. "Assaltos sempre houve e violência também. Mas os clientes já começam a ser importunados a um ponto, que até são puxados para comprar essas coisas [droga]", explicou, não escondendo o receio de represálias. De quem? "É muito complicado explicar. Mas eles andam aí e a polícia sabe quem são", respondeu.

Perante as queixas a Câmara de Lisboa garantiu este ano um reforço de segurança, com base num protocolo existente entre a autarquia, o Ministério Público e a PSP. Mas a morte de duas pessoas e ferimentos em outras tantas, recentemente na zona, levou os proprietários a avançar com a medida - a que nem todos aderiram -, pagando cada um 120 euros mensais. Entre as 20 horas e a meia noite, o contigente policial conta com cinco agentes, elevando-se para nove até às quatro da manhã.

"Uns 120 ciganos, que nem são violentos, conseguiram afastar os africanos e agora lideram as ruas. De vez em quando há disputa entre eles", denunciou outro empresário. "Não sabia de nada e achei estranho tanto polícia, para cima e para baixo. Só percebi do que se tratava depois da confusão na Rua do Diário de Notícias. Mas acho anormal que o direito à segurança tenha de ser pago", admitiu, por outro lado, Paulo Alexandre, um morador.

Em Setembro, de acordo com a Câmara, avança uma limpeza dos prédios vandalizados com grafitos. Serão depois distribuídos kits a comerciantes e moradores, para garantirem a manutenção das fachadas após a acção de limpeza.

In Jornal de Notícias

02 agosto 2008

MAIS POLÍCIAS

Mais polícias no Bairro Alto


A reportagem da Renascença foi ao Bairro Alto recolher opiniões sobre o policiamento reforçado pago pelos donos de estabelecimentos daquela zona de Lisboa.

Mais de uma centena de proprietários de bares e restaurantes decidiram pagar do próprio bolso para ter mais polícias nesta zona de diversão, mas algumas dezenas optaram por ficar de fora.

Uns argumentam que o Governo tem o dever de garantir a segurança, outros não tiveram conhecimento da iniciativa, alguns por razões financeiras e há mesmo quem coloque em causa o objectivo final desta acção.

Também apanhados de surpresa foram os vendedores “sem tecto” que apregoam pelas ruas do bairro alto substâncias ilegais.

O reforço de policiamento arrancou esta sexta-feira e está à experiencia até Setembro. Até lá, cada comerciante desembolsa por mês 120 euros para ter mais policias no Bairro Alto.

Ouça a reportagem aqui.

RV/António José Soares

http://www.rr.pt


TUDO NORMAL

Rui Pereira considera normal que comerciantes contratem polícias


O ministro da Administração Interna considerou, esta sexta-feira, normal que comerciantes do Bairro Alto tenham decidido contratar policiamento extra à PSP para aquele local. Rui Pereira fez questão de frisar que a PSP garante a segurança em todo o país.

O ministro da Administração Interna encarou, esta sexta-feira, com normalidade o facto de mais de 70 comerciantes de restaurantes e bares do Bairro Alto terem decidido contratar policiamento extra à PSP para aquela zona de Lisboa.

O reforço policial está previsto entrar em funcionamento esta sexta-feira, com um dispositivo de nove elementos, oito agentes e um oficial superior, estando cada estabelecimento comercial a pagar 120 euros por este reforço, com vista a garantir a segurança da zona durante a noite.

O ministro Rui Pereira recusou encarar esta medida como uma insuficiência policial, afirmando que a PSP «assegura a necessidade de segurança de todos os cidadãos, incluindo os do Bairro Alto».

No entanto, continuou, «há situações específicas em que são necessárias prestações acrescidas de segurança», como espectáculos desportivos ou estabelecimentos comerciais, para os quais existe um esquema de remuneração, no qual «entidades privadas» pagam por «essas prestações de segurança especiais».

O governante sublinhou que esse «esquema deve-se ao reconhecimento de que a segurança é para todos os cidadãos, sendo que quando algumas entidades «carecem de prestações especiais» de segurança podem «fazer uma comparticipação reforçada».

Rui Pereira proferiu estas declarações à margem da inauguração das novas instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) em Portimão.

http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=974302

POLICIAMENTO PAGO

Lisboa: Reforço policial pago por comerciantes arranca hoje no Bairro Alto

01 de Agosto de 2008, 13:21

Lisboa, 01 Ago (Lusa) - Mais de 70 proprietários de restaurantes e bares do Bairro Alto, em Lisboa, estão a pagar policiamento extra, que entrará hoje em vigor, para assegurar a segurança da zona durante a noite.

O reforço policial está previsto entrar hoje em funcionamento, com um dispositivo de nove elementos, oito agentes e um oficial superior, estando cada estabelecimento comercial a pagar 120 euros por este reforço, pagamento que já estará realizado há cerca de uma semana.

"Achamos uma boa ideia [o reforço do policiamento] porque há sempre problemas nesta zona", explicou José Fernandes, gerente de um dos restaurantes que aderiram a esta iniciativa.

"Já pagámos esta semana os 120 euros e acho que já deve estar em funcionamento, disseram-nos que seria no dia 1 de Agosto", disse à Lusa.

Mas nem todos os comerciantes aderiram a esta iniciativa, discordando mesmo do seu fundamento.

"Estar a pagar por um direito que nós temos? Não, já me chega o dinheiro que pago ao segurança. Estão uns 70 bares a pagar 120 euros cada para andarem no bairro todo uns 9 polícias. Nem pensar", afirmou à Lusa, Filipe Sequeira, proprietário de um bar no Bairro Alto.

Também Omar Salcedo, gerente de um restaurante, explicou que costuma ter alguns "problemas na esplanada" mas que o seu patrão decidiu não aderir à iniciativa.

Questionado se considerava necessário este reforço, Omar é peremptório: "Eu sim, claro que sim. Mas o meu patrão não quer e ele é que manda".

Apesar de ter sido garantido em Abril deste ano, o reforço do policiamento da zona no âmbito de um protocolo já existente entre Ministério Público, PSP e CML que visa melhorar a eficiência das forças policiais ao tráfico de droga, serão os comerciantes a pagar do "próprio bolso" a segurança na zona.

NYM.

Lusa/Fim.