27 junho 2011

HORÁRIOS DAS LOJAS DE CONVENIÊNCIA


Foi publicado no Boletim Municipal nº 905, do passado dia 24 de Julho, o edital nº66/2011 que coloca em discussão pública uma proposta de limitação do horário de funcionamento (estabelecendo o periodo  compreeendido entre as 8 e as 19 horas, todos os dias da semana), para os “estabelecimentos integrados no grupo 1 dos Regulamentos que não correspondam a estabelecimentos de restauração e/ou bebidas, ou seja, que não disponham de alvará sanitário, licença de abertura, licença ou autorização de utilização para efeito de restauração /bebidas e que procedam à venda de bebidas alcoólicas.”

Como se afirma logo na introdução estas limitação do horário visa, nomeadamente, as designadas lojas de conveniência, “estabelecimentos que asseguram predominantemente a venda de bebidas alcoólicas a retalho, fazendo-o em garrafas de vidro, que os consumidores transportam e consomem na via pública.”

Clicando sobre a imagem pode consultar, na íntegra, o edital.

O período de audição pública é de 15 dias, existindo para o efeito o e-mail emdiscussaopublica@cm-lisboa.pt.

23 junho 2011

PATRIMÓNIO HUMANO - 1

São muitas as celebridades, da política, das artes, e da cultura que têm o seu nome ligado ao Bairro Alto, constituindo um património humano ímpar. Alguns exemplos:










Luísa Todi (1753-1833) uma das grandes cantoras líricas do seu tempo, reconhecida em todas as cortes europeias, habitou e morreu na antiga Travessa da Estrela nº 2 – 2º, actual Rua Luísa Todi. 



Almeida Garrett (1799-1854) viveu no nº 49-59 da Rua da Barroca (palácio da Baronesa de Almeida, hoje Galeria Zé dos Bois)) tendo ali organizado um verdadeiro centro de ideias liberais, realizando encontros e debates que se sucederam ao longo de todo o século XIX, motivo suficiente para muitos intelectuais se instalarem no bairro, distinguindo-se entre eles Ramalho Ortigão (1836-1915) e Oliveira Martins (1845-1894).
 

O poeta e pedagogo Feliciano Castilho (1800-1875) nasceu na Rua de S. Pedro de Alcântara, a 20 de Janeiro de 1800. 



José Estêvão (1809-1862), notável orador político, viveu e faleceu no nº 121 da Rua do Século.

Camilo Castelo Branco (1825-1890), vulto maior do romance português do século dezanove, Camilo nasceu em Lisboa, no segundo andar da Rua da Rosa, nº 9, no coração do Bairro Alto, a 16 de Março de 1825, filho natural de Manuel Botelho Castelo Branco e de Jacinta Rosa do Espírito Santo… A família depressa se mudou para a Rua da Oliveira. Dois anos depois, morre a mãe e, em 1830, vemos Camilo a frequentar fugazmente o mestre-escola José Inácio Luís Minas, na Rua dos Calafates, hoje do Diário do Notícias.

( CONTINUA )

15 junho 2011

I LOVE BAIRRO ALTO COMEMORA 1º ANIVERSÁRIO


O website www.ilovebairroalto.com, que comemora o primeiro aniversário de hoje até sábado (clique na imagem para consultar o programa), agrega "mais de 500 agentes locais, desde restaurantes, bares, galerias de arte ou lojas" e divulga gratuitamente toda a informação do que se passa na sétima colina lisboeta, mais precisamente no Bairro Alto, na Bica, no Cais do Sodré, no Chiado, no Príncipe Real e no Rato.
O responsável pelo projeto Cláudio Garrudo disse à agência Lusa que "atualmente, o I Love Bairro Alto [Eu amo o Bairro Alto] tem mais de 6000 fãs no Facebook e 30 mil páginas vistas por mês no website", contribuindo assim "para a divulgação da sétima colina de Lisboa e dos seus agentes locais".

13 junho 2011

Os avozinhos de "A Bola"



por António Mendes Nunes

O jornal "A Bola", desportivo diário e um dos periódicos portugueses de maior tiragem, tem sede, desde 1945, na Travessa da Queimada, ao Bairro Alto.
 O prédio tem o número 20 como entrada principal e pouco o diferencia de tantos na zona. É uma construção meio banal, mas ainda se notam pormenores aristocráticos nas cantarias das janelas, por exemplo, pela utilização de materiais do antigo palácio que ali existiu mais de dois séculos.
 Era o Palácio Rebelo Palhares, família que o construiu, no século xvii, e o habitou muitos anos. Em meados do século xix começou a ser alugado, no seu conjunto, a outras famílias ilustres e depois de 1872 lá se instalaram diversas empresas, dividindo as salas e demais cómodos.
 Entre elas destaque para os jornais com muito boa cotação na época "Diário Ilustrado", que ali funcionou de 1872 a 1910, e "Correio da Europa", publicação mensal fundada pela mesma altura e que terminou a sua atribulada vida já nos anos 20, então muito virada para o mercado brasileiro. Ali trabalharam grandes jornalistas - Carlos José Caldeira (meio-irmão de Casal Ribeiro), Pedro Correia Baptista, Luiz Francisco Leite, Albano Coutinho e Pedro Corrêa.
 O ilustrador de maior nomeada foi o gravador espanhol Francisco Pastor, que acumulou funções com as de director artístico das publicações de 1873 até à sua morte, em 1920. Em 1900 o visconde de Almeida Araújo mandou fazer o prédio que hoje podemos ver, aproveitando muitos elementos arquitectónicos e depositando no Museu do Carmo a bela pedra de armas que embelezava a porta principal. Tem muitos genes de imprensa aquele prédio da Travessa da Queimada.
Aqui

06 junho 2011

6.º ANIVERSÁRIO DA HEMEROTECA DIGITAL




O tempo voa! Celebramos hoje o sexto aniversário da Hemeroteca Digital (HD), a biblioteca digital da Hemeroteca Municipal de Lisboa (HML) criada em 2005. É tempo, pois, de balanço. Não será exagero se dissermos que, actualmente, a HD é já um sítio de referência no que aos periódicos em linha diz respeito – motivo de satisfação, mas também uma grande responsabilidade para com os nossos utilizadores, a razão de ser deste projecto.
Alguns dados estatísticos:
i) entre 2005 e 2010, a HD foi visitada por 733.317 utilizadores, que consultaram mais de 17 milhões de páginas;
ii) colocámos em linha dezenas de títulos de jornais e revistas, caídos em domínio público, dando prioridade ao Fundo Institucional da CML, isto é, às publicações periódicas publicadas pela autarquia alfacinha, como, por exemplo, os Anais das Bibliotecas, Arquivo e Museus Municipais (1931-1936), as duas séries da Revista Municipal de Lisboa (1939-1973/1979-1988), ou o Boletim Cultural e Estatístico (1937) – fontes preciosas para conhecer a actividade do município no século XX;
iii) numa segunda linha de trabalho, privilegiámos as colecções do Fundo Local da HML, constituído por periódicos da maior importância para o estudo e conhecimento da cidade de Lisboa, como é o caso da Revista Universal Lisbonense (1841-1859), d’A Semana de Lisboa (1893-1895), da Feira da Ladra (1929-1943), entre outros;
iv) numa terceira linha de trabalho, ocupámo-nos do Fundo Histórico da HML, que reúne uma das mais importantes colecções nacionais de jornais e revistas dos séculos XVIII e XIX, de crucial relevância para o estudo de Portugal neste período, de que são exemplo a Gazeta de Lisboa (1715–1716; 1810), o jornal humorístico O António Maria (1879-1899), de Rafael Bordalo Pinheiro, e o jornal literário O Panorama (1837-1844), de Alexandre Herculano.
v) associámo-nos às comemorações nacionais do centenário da República, colocando em linha periódicos publicados entre 1910 e 1926, e, desta forma, disponibilizamos aos estudantes, professores, investigadores e historiadores fontes primárias que são fundamentais para a elaboração de novos estudos e trabalhos sobre este período histórico, como é o caso da revista O Ocidente (1878-1915), do jornal A Capital: diário republicano da noite (1910-1938), e da Ilustração Portuguesa (1903-1923), esta última um verdadeiro repositório iconográfico da sociedade portuguesa da I República;
vi) os novos títulos que foram colocados em linha na HD foram acompanhados das respectivas fichas históricas, verbetes que nos ajudam a contextualizar e a “ler” melhor estes periódicos, como testemunhos de um determinado tempo – hoje, em resultado da soma destas fichas históricas, estamos a criar na HD um autêntico dicionário electrónico da imprensa periódica portuguesa;
vii) criámos novas secções (Leis de Imprensa e Raridades bibliográficas), assinalámos várias efemérides, disponibilizámos novos conteúdos e produtos, enriquecendo a HD com outros recursos informativos complementares das suas colecções digitais e da actividade cultural e educativa da HML;
viii) ao todo, são 116 os títulos de periódicos e monografias que podem ser consultados electronicamente, correspondendo a cerca de 300.000 imagens, disponibilizadas em dois formatos: html e pdf.
ix) integrámos a nossa colecção em iniciativas de cooperação nacional e internacional: os recursos da HD encontram-se já disponíveis na Europeana (Biblioteca Digital Europeia) e, em breve, no RNOD – Registo Nacional de Objectos Digitais.
Mas para que esta data não fique pela mera enumeração de um conjunto de dados, terminamos com uma surpresa: criámos um índice cronológico de publicações periódicas, que lhe permite saber, para cada ano, o número de jornais e revistas que já estão acessíveis em linha na HD. Espreite aqui e fique a par deste novo produto criado a pensar em si.

Hemeroteca Municipal de Lisboa, Rua de S.Pedro de Alcântara nº3
hemeroteca@cm-lisboa.pt    telf: 213 246 290