Lê-se e até custa acreditar. A Junta de Freguesia da Encarnação em resposta aos pedidos de vários estabelecimentos que, de acordo com o despacho camarário, solicitaram o respectivo prolongamento de horário, vem dizer em carta assinada pelo tesoureiro, Domingos Alvarez, que só reapreciará (?) tais pedidos “a partir de Janeiro”.
Numa altura em que uma terrível crise assola a economia nacional e muito especialmente o Bairro Alto, a Junta de Freguesia da Encarnação em vez de ser célere a cumprir o Despacho do senhor Presidente António Costa, não só questiona a decisão camarária como, assumindo uma total parcialidade num processo que deveria intermediar, revela uma grande insensibilidade social.
Numa altura em que uma terrível crise assola a economia nacional e muito especialmente o Bairro Alto, a Junta de Freguesia da Encarnação em vez de ser célere a cumprir o Despacho do senhor Presidente António Costa, não só questiona a decisão camarária como, assumindo uma total parcialidade num processo que deveria intermediar, revela uma grande insensibilidade social.
Com este adiamento não só está a boicotar a aplicação do Despacho como a dar um contributo decisivo para a falência das empresas e o aumento do desemprego que irá fatalmente deprimir toda a vida económica do Bairro. Os moradores, e muitos são comerciantes e trabalhadores no comércio local, irão fatalmente sofrer com esta tomada de posição que revela uma enorme falta de respeito pelo Bairro Alto e pela democracia. Até porque há muitos moradores a subscreverem nos pedidos de prolongamento de horário de alguns estabelecimentos.
Assim não!
È por causa de uma hora á sexta e sabado que os bares vão á falencia? ou é menos um dinheirinho para os BMW´s e casas nos condominios privados onde podem dormir descansados? no maximo dispensam um colaborador de fim de semana, que nem sequer tem contrato nem descontos nem nada disso.
ResponderEliminarProlonguem o horario até as 3 sexta e sabado, e reduzam para a 1 da manha durante a semana, para que os moradores tb possam conservar o seu posto de trabalho..DESCANSANDO!!!
Sim. Pode ser por causa de mais essa questãozinha. Pode ser, porque a decisão sobre o que fazer no tempo livre baseia-se, consciente ou inconscientemente, numa análise custo/benefício. Por custo refiro-me tanto a factores económicos como psicológicos e benefícios são aquilo que se pretende retirar de uma experiência. Entre estes estão o conforto, a socialização e a participação - que são os mais valorizados por quem prefere sair à noite.
ResponderEliminarOra, custos e benefícios:
Ir de carro implica horas para estacionar, pagar estacionamento e depois táxi; ou então autocarro ou metro e táxi ou só táxi (caro).
Beber, exceptuando nesses dos BMWs e dos Condomínios privados que servem baldes de cerveja ao preço da chuva, de forma acrítica, e que só querem dinheiro de "jovens inconscientes", quem quer mais do que apanhar uma bebedeira estúpida e sem sentido, paga.
Se for fumador (e muitos dos que saem à noite são) não tem onde estar confortavelmente, porque tem que vir à rua para fumar (não foi dada muita opção nem aos fumadores que nunca se importaram de estar num ambiente "mortífero", nem aos comerciantes que mesmo sabendo que os seus clientes fumam, não têm condições arquitectónicas e económicas para lhes dar essa oportunidade).
O estado amorfo e acrítico de muitos (desses dos BMW, por exemplo) que só querem o dinheiro, permitindo que se grite, game, estropie e vandalize e assedie desde que se pague o balde de cerveja, tornou muitas ruas do BA intransitáveis às pessoas com dois dedos de testa.
Os tempos não estão para grandes gastos.
E para fechar com a chave de ouro, se decidir sair, tem uma hora e pouco para conviver, porque a partir das 2h - sem excepção - tudo fecha (ou seja, para que quando a fiscalização chegue às 2h - e essa sim aparece sem que seja preciso pagar - os bares têm que mandar os clientes embora antes das 2h).
Para onde ir? De táxi ou a pé para locais concebidos unicamente para dançar, onde mal dá para conversar, onde não se pode sair para a rua livremente, onde só entra quem tem sorte ou amigos e onde nada mais se faz a não ser beber no escuro.
Pesando tudo...pois...Se calhar foi mais um contributo para a falência.
O que esta besta desta Presidente da junta de Freguesia da Encarnação precisa é de juizo!
ResponderEliminarO que é triste é o POVÃO não perceber que há autoridades que tem responsabilidades de fiscalização, se existem abusos e alguns ficam mesmo no nariz das Juntas de Freguesias, é da responsabilidade dessas autoridades ou só tem autoridade para mandar fechar?!
ResponderEliminarOs abusos q ficam perto da junta ( pseudo-garrafeiras)etc etc ..sao do mesmo clube da Presidente da mesma!
ResponderEliminarComo não sei como funcionam estas coisas, pergunto:
ResponderEliminar1. Existe (ia) diferença de preços entre as licenças até às 2 horas e as até às 4h?
2. Supondo que uma licença até às 4h fosse mais cara (como imagino que fosse), desde a aplicação deste despacho, quem tinha licenças dessas passou a pagar menos ou foi caso esquecido? Porque o despacho não menciona estas situações, referindo-se apenas à caducidade dos mapas de horários "não conformes" com a lei...
Essa redução verificou-se ou nada disto se aplica?
Curioso este mundo e este país que cada vez mais lhe pertence!!!
ResponderEliminarEste despacho invoca os direitos dos moradores a terem qualidade de vida, e tal e tal. Ok. Podemos pensar nessa questão e ficamos sem muitos argumentos, pois não temos dados que comprovem quer a sua necessidade quer o contrário. Diz a Câmara que tem essas queixas e que são muitas.
Já aqui a coisa é curiosa. 3500 moradores segundo o despacho, logo, seria preciso reunir queixas de 1750 moradores para tornar a coisa justa (é certo que direito é direito e há coisas que a maioria não precisa de ser invocada), mas também é preciso perceber que o número de queixas não significa nº de moradores. O que talvez possa também não querer dizer que em todas as ruas haja gente a queixar-se justificando o fecho de todos os "números de polícia" de todas as ruas do Bairro.
Na eventualidade de as imensas queixas (não especificadas no documento) virem todas de uma determinada zona, se calhar o problema resolve-se a nível local e não global, porque senão fechavam todos os espaços do país e começávamos a ter recolher obrigatório, pois também eu me queixo que no meu bairro há barulho quando eu preciso de dormir. E recolher obrigatório é algo a que associo a outros tempos que ouvi falar.
Também curioso é que este motivo invocado obriga ao sentimento de culpa que não nos permite lutar. Podemos ter a certeza que os bares sempre conviveram com moradores, e se a coisa está diferente é porque alguma coisa aconteceu, sendo que os horários sempre foram estes. O que pode ter acontecido foi o tipo de bares que começou a surgir para dar resposta aos únicos clientes que não se importam com o desconforto que todas as alterações (trânsito e estacionamento, tabaco, redução de espaços culturais e de conversa amena...) provocaram.
Mas ainda mais interessante, e sem dúvida que isto para mim foi estranhamente muito interessante, é que no mesmo momento em que se aplicou cá esta lei, invocando queixas de moradores contra o barulho, no Brasil, a mesmíssima lei começou a vigorar, invocando...claro está! a violência e a insegurança. Como poderia o brasileiro agora estar contra aquilo que contesta e sente? Ficou sem argumento, tal como nós.
Agora não se fuma, não se sai, não se bebe, e temos recolher obrigatório...
Há aqui gato, gato grande!!! Tigre ou leão...