26 abril 2010
NINE LIVES EM FESTA
Na próxima quinta-feira, dia 29, a Volcom vai apresentar a sua nova colecção, Five Speed Fever.
É já no dia 29 de Abril, próxima quinta-feira, na loja Nine Lives do Bairro Alto que a Volcom irá apresentar a sua nova colecção, a Five Speed Fever, e, juntando o útil ao agradável vai dar uma festa. No nº 6 da Rua das Salgadeiras o bar vai ser aberto, ao som da guitarra acústica de Sam Alone.
Ainda poderás ganhar três pares a calças grátis. Para tal só tens de dar uma hipótese aos teus velhos jeans (Give You Jeans a Chance) levando-os, e quem sabe não sairás de lá com uns novinhos em folha! Com isto ainda ajudarás a Casa Pia e os sem-abrigo da Comunidade Vida e Paz.
A Volcom irá ainda oferecer um desconto de 15% em qualquer peça da nova colecção durante a festa!
25 abril 2010
O MEU 25 DE ABRIL
POR LUIZ PACHECO
.
[Luiz Pacheco, in Diário Remendado, Dom Quixote, 2005]
.
Estou na cama de manhã e aproveito para apontar na Agenda o tempo que passa. Tinha ficado na véspera em casa a rever provas. O puto fora para o liceu. Resolvo ir à rua beber uma cerveja e continuar a revisão. Ao pé do chafariz, o barbeiro atira com esta: «então, o Marcello e o Thomaz lá foram ao ar...» Não percebo logo. Nem acredito como. Mas ele confirma: a Emissora Nacional não funciona, só o Rádio Clube Português é que dá música e de vez em quando comunicados breves. Já mais convencido, convido-o logo a festejar na tasca da Laurentina que era para onde eu ia. E depois, ainda duvidoso, vou com ele à barbearia a ver se oiço algum comunicado. Música ligeira, sem nada de marcial. Canções populares portuguesas, pouco mais. (Até a Amália, parece-me!). Mas passados minutos um comunicado do Comando das Forças Armadas. Aí, adquiro a certeza que é, deverá ser a repetição do golpe das Caldas, mas com outra amplitude. Refere que o público tem ocorrido às lojas, em tentativas de açambarcamento, e manda fechar o comércio. Aconselha a população a manter-se nas suas casas e as forças militares e militarizadas a recolherem aos quartéis e não oferecerem resistência à tropa. A coisa é grave. Parece que não há comboios e para lá de Sete Rios não se passa. Tenho algum dinheiro e resolvo logo ir ver (foi o melhor que fiz: ver para crer). Desço acelerado e vou a casa do Fernando Paços, perguntar se ele sabe alguma coisa. Se sabe não diz. Mas confirma. Acompanho-o à farmácia de Queluz Ocidental e depois (ele aconselha-me que não vá a Lisboa, pois não conseguirei passar – mas eu conheço outro sítio para entrar, ou sair, da minha terra e caminho acelerado. Muitos carros, em fuga discreta?) para cá. Em Queluz, já vejo lojas fechadas, outras a fechar à pressa e uma data de tontos a abastecerem-se para o ano todo... oiço que um tal comprou mais de cem pães. Rica açorda (ou negócio) deve ter feito com eles. Cafés fechados. Há comboios. Meto-me num para a Amadora, depois sigo a pé. No Bairro do Bosque (sempre o intenso movimento de carros a saírem), ainda consigo meter um copo. Não há jornais. Rostos, com as janelas fechadas, assomem entre cortinas. Tudo me dá a ideia de receio (mas em Queluz vi alguns magalas a planar, o que me deixou intrigado). Venho a pé até às portas de Benfica e o ambiente é o mesmo: fila de carros a safarem-se, comércio encerrado, mulheres com sacos de plástico cheios, tensão. Meto-me num autocarro da Carris, de Benfica para o Chile e fico-me um tanto a rir do Paços, que em Lisboa e a andar para o centro já eu vou. No Chile, só uma taberna aberta: bebo mais um copo, estou nas lonas. Animação. Um tipo ao meu lado compra oito maços de Português Suave, também está a açambarcar ou a fumar aquilo diariamente habilita-se a um cancro nos pulmões em beleza e rápido. Aparece gente com jornais (A Capital) e sei que estão a vender para os lados do Império. Vou logo lá, sento-me num degrau e sei as primeiras notícias. Tá bem! Resolvo ir a casa do Henrique, ver se ele estará. Na Carlos Mardel, uma senhora num 1º andar pergunta-me onde vendem jornais. Digo e ofereço-lhe o meu. O marido, que vinha à rua, fica com ele e eu fico reduzido a 30$00. Começo com sede e angústias. Estou em jejum e já andei um bom bocado. Penso ainda ir ao Manaças (António) mas desde a última vez, desde a nossa última conversa, ele não me está a apetecer. E depois, o importante deve estar a acontecer na Baixa. Enfio ao Montecarlo (fechadíssimo) mas consigo topar um tipo a bater à porta da Mourisca (também fechada) e entrar. É que há gente. Vou, bato, o Costa Loiro está a forrar vidros por dentro com papel, talvez com receio dalgum obus. Peço-lhe vintes e ele despacha-me. Meto à Rua Viriato e vou até ao quartel de Santa Marta (todas as tascas fechadas até ali). Dá-me vontade de rir ver os cabeças de nabo reunidos lá dentro, a falarem uns com os outros (é que obedeceram às ordens?). Mas logo ao lado há uma tasca restaurante, porta meio aberta, com gente e muito movimento (guardas a beber, outro a telefonar para casa e sossegar a mulher (?), diz que não há azar). Bebo uma Sagres e como uma sandes. E avanço para a linha de fogo, que não sei onde é. Metros andados, ouvem-se ao longe tiros e rajadas de metralhadora. Tipos que fogem. Mas onde será o tiroteio? Como a coisa parou, continuo a andar. Até que encontro, já não sei onde, o Almeida Santos e um tipo que é revisor no Diário de Lisboa ou Popular, já não sei. Metemo-nos num táxi que sobe pela Calçada do Carmo. Mas logo populares avisam (ah, entretanto, perto do Tivoli, já tinha comprado um Diário de Notícias, com mais informes) que a rua está bloqueada. O carro faz marcha-atrás e mete (por onde?) para o Bairro Alto. Bebemos não sei o quê numa tasca, o revisor vai à vida, o Almeida Santos pira-se e eu avanço para os lados do Carmo. Na Rua da Misericórdia, muita gente, tropa e um tanque de respeito. Da janela da Redacção da República, o Vítor Direito e o Afonso Praça (aquele grita-me: «estás muito bonito hoje!», eu levava o sujíssimo albornoz que me deu o Artur), noutra varanda o Álvaro Belo Marques, a quem pergunto: «como é que se entra para aí?», porque a porta da escada da República está fechada. «Vai pelas traseiras!». Vou mas também está fechada e logo à esquina aparece um vendedor com a última da República. É um verdadeiro assalto. Aí fico a saber dos chefes (Costa Gomes e Spínola) e o alvoroço é enorme. Já não sei bem: se vim ao Rossio, se de repente notei uma grande correria para o Terreiro do Paço. Sem perceber nada do que se passa, sigo a onda. No Terreiro do Paço, começa a chover. Há correrias e encontro uma rapariga que me conhece muito bem mas não topo logo. É a Maria João, a engenheira química, amiga do Henrique, com outro rapaz. Ficámos abrigados da chuva debaixo das arcadas, depois convenço-os a irem beber um copo ao Terreiro do Trigo (Campo das Cebolas?), não sei já se estava aberto se não. Ela tem o carro no Camões e para aí vamos. Mas o Chiado está cheio de gente, que quer assaltar a Pide. Já não sei se ouvi tiros. Vi ainda as (uma?) ambulâncias, depois quase à porta da Brasileira um rapaz ou homem com a mão cheia de sangue (seco?), que tinha agarrado num rapaz ou rapariga. Começam a chegar fuzileiros, há mais correrias, a Maria João e o rapaz perderam-se de mim. Cheira-me que já chega. Agarro um táxi e arranco para casa da Ção. Pela TV vi depois o resto. Foi bonito e foi rápido. Já posso morrer mais descansadinho.
[Luiz Pacheco, in Diário Remendado, Dom Quixote, 2005]
21 abril 2010
A SIC RADICAL VEM AO BAIRRO
A SIC Radical vem visitar o Bairro Alto na próxima sexta-feira, dia 23. O canal temático vai distribuir pelas ruas do Bairro Alto pulseiras, que darão acesso a um passatempo que levará os vencedores ao festival Optimus Alive. Pedro Boucherie Mendes, Jel, Rui Pego, Diogo Valsassina, Diana Bouça-Nova e Carolina Torres são alguns dos participantes na acção.
REI DO BAIRRO ALTO
Pedro Abrunhosa - Longe - Rei do Bairro Alto
Aqui
Vou de costas mas vou indo
Onde outros descem eu vou subindo
O meu casaco de pele e o meu porche vermelho
Se eu puxar do papel já não me sinto tão velho
Estou bem se os outros vão eu vou também
Gosto que me vejam o decote em janela
Aprendi esta pose já tenho um pé na novela
Olha bem pra mim já viste alguém assim
Não há ninguém tão bom e nada me vai deter
Vou dar o salto
Vou ser o rei do Bairro Alto
Entro de lado no porto inteiro
Conheço o dono e o porteiro
Tenho o vestido de malha e um olhar que não falha
Vi na revista do cabeleireiro
Vou a pé levo a guitarra e o djambé
E se há coisa que me oprime é não ter um moleskine
Filosofia de rodapé
Olha bem pra mim já viste alguém assim
Não há ninguém tão bom e nada me vai deter
Vou dar o salto
Vou ser o rei do Bairro Alto
Ai espelho meu eu na terra e o sol céu
Vou dormir ao som da fama
Este país é por mim que chama
Vou dar o salto
Vou ser o rei do Bairro Alto
Um pouco mais de espaço por favor…
Aqui
Vou de costas mas vou indo
Onde outros descem eu vou subindo
O meu casaco de pele e o meu porche vermelho
Se eu puxar do papel já não me sinto tão velho
Estou bem se os outros vão eu vou também
Gosto que me vejam o decote em janela
Aprendi esta pose já tenho um pé na novela
Olha bem pra mim já viste alguém assim
Não há ninguém tão bom e nada me vai deter
Vou dar o salto
Vou ser o rei do Bairro Alto
Entro de lado no porto inteiro
Conheço o dono e o porteiro
Tenho o vestido de malha e um olhar que não falha
Vi na revista do cabeleireiro
Vou a pé levo a guitarra e o djambé
E se há coisa que me oprime é não ter um moleskine
Filosofia de rodapé
Olha bem pra mim já viste alguém assim
Não há ninguém tão bom e nada me vai deter
Vou dar o salto
Vou ser o rei do Bairro Alto
Ai espelho meu eu na terra e o sol céu
Vou dormir ao som da fama
Este país é por mim que chama
Vou dar o salto
Vou ser o rei do Bairro Alto
Um pouco mais de espaço por favor…
15 abril 2010
PEDRO DAS ARÁBIAS
O restaurante Pedro das Arábias fica situado no coração do Bairro Alto na Rua da Atalaia, portanto escusado será dizer que (especialmente às Sextas e Sábados) os acessos e o estacionamento perto é uma miragem. O Bairro Alto não é uma zona que nos seduza particularmente, além da normal dificuldade no acesso, a decadência dos edifícios e das fachadas, uma certa “fauna” que por lá anda, tudo isso seria dispensável… no entanto a oferta cultural, gastronómica e de bares e discotecas torna este pitoresco bairro incontornável.
Assim, depois de um espectáculo no teatro (fraquinho) da Trindade e de um prévio aquecimento na cervejaria da Trindade avançámos cheios de fome para este restaurante de comida do Norte de África. À entrada o acolhimento é muito bom, com o Pedro das Arábias em jallaba a sentar-nos prontamente. Impressionante a capacidade de memória do Pedro que ainda se lembrava do telefonema da reserva e da última vez que lá jantámos (isto há um bom par de anos).
A sala é relativamente pequena, o que conjugado com a luz suave propicia um ambiente intimista. A música ambiente e as tagines são as poucas referências à cultura árabe, e é pena porque o universo árabe e especialmente magrebino têm tantos e tantos objectos propícios à decoração de um restaurante…
As entradas são interessantes, pão marroquino, umas azeitonas (umas mais picantes que outras), beringela com yogurte e umas rodelas de cenouras, mas mais uma vez, ficam bastante aquém da verdadeira experiência marroquina, visto que um dos fortes é efectivamente as entradas (especialmente na diversidade da oferta).
Para pratos principais escolhemos o típico Couscous com carne picada e especiarias e uma Tagine de frango temperado com limão. Os pratos estavam medianos, infelizmente não se pode dizer que estavam deliciosos, mas também não estavam maus. De assinalar que as porções são bastantes generosas e que pelo menos em quantidade se come bem. Acaba por não ser uma surpresa, visto ser um padrão que se repete neste restaurante, dar um “cheirinho” de graça marroquina/mediterrânica e depois não concretizar a 100%.
Concluindo, vale a pena ir pontualmente para matar as saudades de uma viagem (que foi épica) a Marrocos. A comida podia ser muito melhor, e o ambiente muito mais elaborado e agradável, por outro lado o atendimento é muito simpático. Deixa-nos com água na boca porque é um conceito que merecia mais.
Custo médio por pessoa: 20 euros
Comida: Razoável
Atendimento: Muito simpático
Pedro das Arábias
Rua da Atalaia, 70
Telf: 21 346 8494
Publicado por Restaurantes Lx
11 abril 2010
BOTA ALTA
Comida tradicional portuguesa a um preço razoável. Tipicamente a refeição começa com um queijo seco de ovelha de Nisa, pão caseiro e uma tigela de azeitonas decentes acompanhadas por um vinho da casa em conta. Siga a sugestão do empregado e experimente o cremoso Bacalhau à Brás: uma mistura de bacalhau desfiado, batata frita em palitos e ovos mexidos. É um dos mais antigos e adorados restaurantes do Bairro Alto e vale a pena reservar com antecedência para provar o chouriço caseiro, os bifes marinados em vinho tinto e o peixe grelhado.
Travessa da Queimada 37. Tel: 21 342 7959, Aberto de segunda a sexta-feira das 12h30 às 15h e das 19h30 até tarde. Encerrado ao domingo e ao sábado ao almoço.
In:http://www.strawberry-world.com/pt/portugal/lisboa/comer-fora/bairro-alto-chiado.html
08 abril 2010
SOULBIZNESS NO FRÁGIL
Os Soulbizness estão de regresso com o segundo EP da série Collectables. 2nd Shake é lançado a 9 de Abril no Frágil, Bairro Alto. Os temas foram gravados e produzidos por Duarte Ornelas, numa edição independente
Subscrever:
Mensagens (Atom)