29 outubro 2007

PEDRAS E PEDRADAS


A situação não é nova mas começa a assumir proporções preocupantes. As pedras e os paralelepípedos que se vão soltando das calçadas, ou que vão sobrando dos arranjos (sempre que algum buraco é arranjado sobram pedras que são diligentemente encostadas à parede mais próxima), estão espalhadas um pouco por toda a parte, havendo em algumas esquinas pequenos montes que não param de crescer.
É mais uma contribuição para o desmazelo do bairro, mas que encerra uma componente perigosa. É que pedras e paralelepípedos podem ser utilizadas como armas de arremesso. Por enquanto ainda não se deu qualquer batalha campal, apesar de alguns estabelecimentos já terem visto o seu interior apedrejado por aqueles que, perante o alheamento das autoridades, quase diariamente espalham o terror. A actual situação de violência já é muito grave, mas com tanta pedra espalhada por ruas e travessas pode tornar-se calamitosa.
O alerta aqui fica. Antes que seja tarde!

18 outubro 2007

TRÂNSITO CONDICIONADO: É TEMPO DE AVALIAÇÃO

Um artigo, possivelmente com origem na Lusa já que foi publicado em vários jornais, veio levantar de novo a questão do condicionamento de trânsito no Bairro Alto e outros bairros históricos. Aqui o reproduzimos parcialmente, aproveitando para referir que subscrevemos as palavras da Presidente da Junta da Encarnação. Também esta Associação considera ser fundamental que se faça uma avaliação da medida e se identifiquem os principais problemas.

É fundamental que se renove a oferta de lugares de estacionamento para moradores e comerciantes.
É fundamental que o actual regulamento da EMEL seja revisto em alguns pontos. São muitos os comerciantes com queixas, nomeadamente os que, dada a natureza da sua actividade, utilizam veículos na distribuição dos produtos que comercializam. O levantamento dessas queixas é necessário, para que “uma boa medida” não acabe por liquidar empresas e a dinâmica comercial da zona.
É fundamental acabar com o excesso de burocracia. Exemplo: Para alterar uma matrícula na Via Verde basta uma carta, mas para fazer o mesmo na EMEL já é necessário repetir todo o processo burocrático inicial e apresentar um novo role de fotocópias.
É fundamental que os funcionários que controlam as entradas tenham formação e saibam gerir as situações que se lhes deparam, descendo do pedestal em que, por vezes, se colocam. Exemplo: Familiares de um morador chegam pela manhã de domingo a uma das entradas do bairro. Pelo monitor são informados que o acesso está reservado a moradores. Explicam que estão de visita a familiares, que trazem alguns presentes na bagageira e no banco traseiro uma senhora cansada. Mas nem a rogos conseguem que lhes seja facultada a entrada. Fará isto sentido? Será a letra do regulamento um Dogma?
Muitos são os exemplos e seria bom que os responsáveis da EMEL não fizessem ouvidos moucos. E quem fala em EMEL diz Câmara Municipal de Lisboa, que é quem tem a responsabilidade política, tanto pela medida como pela sua execução.

Condicionamento ao trânsito nos bairros históricos continua a gerar polémica


“O condicionamento do trânsito nos bairros históricos de Lisboa, medida tomada em 2002, continua a gerar contestação por parte de moradores e comerciantes, mas a EMEL pretende manter a iniciativa

Em Dezembro de 2002, o Bairro Alto torna-se a primeira zona histórica, de Lisboa, a ver algumas das suas ruas com trânsito condicionado, seguindo-se os bairros de Alfama (Agosto 2003), as zonas da Bica e de Santa Catarina (Maio de 2004), e a freguesia do Castelo (Setembro de 2006).Cinco anos depois, Maria Figueira, presidente da Junta de Freguesia da Encarnação, no Bairro Alto, considera que a medida de condicionamento «podia ser mais positiva», e que é «muito urgente fazer uma avaliação da mesma, junto dos moradores e comerciantes».Aponta «dificuldades de comunicação com a EMEL» nos pontos de entrada na freguesia, e exemplifica que se um morador pretender descarregar compras em sua casa, já depois das horas de autorização, o controlador da EMEL não o deixa entrar na área condicionada.Quanto aos lugares de estacionamento, disponíveis para os moradores na Encarnação, cita que «não são suficientes», e adianta que só existem na freguesia lugares para um terço dos moradores.A solução passa, defendem, por uma melhor comunicação entre os moradores e comerciantes do bairro e a EMEL. Dulce Galhardo, 29 anos, é moradora e comerciante na zona da Bica (Bairro Alto), e lamenta «condicionar a sua vida aos horários da EMEL», referindo ainda que a «atribuição de lugares nalguns parques exteriores é feita por sorteio».«Quando fecharam não nos perguntaram nada», frisa Paulo Ribeiro, comerciante de 43 anos na Rua da Atalaia, também no Bairro Alto.Já para António Mestre, 50 anos, igualmente comerciante do bairro, o local «está melhor do que antes», e «o único inconveniente é os carros de apoio ao comércio não poderem entrar depois da hora limite».Vítor Manuel, 53 anos, é lacónico: «É da pior ordinarice que houve». Para este morador e dono de um café, «o comércio está a morrer» no bairro, apontando o dedo à EMEL.
A notícia pode ser lida na íntegra aqui.

14 outubro 2007

FIM-DE-SEMANA ALUCINANTE

Na noite de sexta -feira a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) usou de grande aparato para inspeccionar alguns estabelecimentos do bairro que, no sábado, foi literalmente cercado pela PSP. Ana Mafalda Inácio, no “Diário de Notícias”, descreve a operação policial:

15 detenções e mais de 20 mil euros em coimas.

Madrugada de sábado. Bairro Alto à pinha. Jovens de copo na mão enchiam as ruas. Alguns, já de caminhar torcido, denunciavam os excessos cometidos. A noite corria "fixe", admitiam. A temperatura amena ajudava. E nada fazia esperar um controlo policial, muito menos no bairro. "Não me lembro de haver aqui stops. Eles (polícias) andam a mudar de sítios", diziam. Na rua, três oficiais, cinco chefes e 42 agentes de várias esquadras da Divisão de Trânsito da PSP. Ao todo, 50 homens, 15 veículos ligeiros, 12 motos e uma carrinha transformada em posto móvel, onde estava instalado o Sistema de Contra-Ordenação de Trânsito (SCOT), com o cadastro do condutor. Às 02.00 a operação estava no terreno. Cinco postos controlavam várias saídas do Bairro Alto - Cais do Sodré, Chiado, Príncipe Real, São Mamede e Praça da Alegria/Restauradores. Resultado: 160 viaturas fiscalizadas, 15 detenções, 12 por álcool e três por condução ilegal, seis avisos de apresentação, sete viaturas sem inspecção, duas sem luzes, uma com vidros fumados e uma desobediência (fuga), o que pode dar mais de 20 mil euros em coimas, sem contar com as custas de tribunal. No entanto, e segundo o responsável da operação, subcomissário João Pinheiro, o balanço está longe de recordes de outros tempos (68 detenções em 2003).
"Continua-se a apanhar muito álcool, mas menos pessoas. O ideal seria não apanhar ninguém, por haver consciência dos riscos que se corre", comentou. Dos 160 testes, 114 deram negativos, até 0.50g/l. Os positivos chegaram a atingir 2.02 g/l. Alguns dos valores máximos eram de mulheres (1.80 g/l), o que dá pena de prisão até um ano. Há quem defenda: "Hoje são as melhores clientes" do balão. Não há carro que seja "perdoado". Ana, 20 anos, foi barrada no Cais do Sodré, quando levava a casa uma amiga que fazia 23 anos e se sentia mal disposta. "Nunca tinha sido parada. Bebi quatro copos de vinho, acusou 0.79g/l, mas sinto-me bem. Tenho que pagar 250 euros. Não queria era ficar sem carta". O grupo de amigas reagia: "Olhe, sabe o que isto é? Uma palhaçada. Eu quero um polícia na rua quando sou assaltada e não há. Mas para a caça à multa é vê-los aos montes". O subcomissário Pinheiro sabe ser esta a imagem dos cidadãos, mas acredita que a punição pode servir de emenda.
João, na faixa etária dos 30, não esquece a última noite do B.leza, em Junho. Ia para casa de moto e foi parado na Avenida 24 de Julho. "O teste deu 1.46. Chocou-me saber que era um crime. Sentia-me bem. Não imaginava que o valor fosse elevado. Fui a tribunal, paguei cem euros e cumpri 40 horas semanais de trabalho comunitário. Nunca mais!". Agora, é a namorada que guia. Fez o teste e nada acusou. Na zona do Chiado, havia quem tentasse escapar ao controlo pela Rua Vítor Cordon, mas sem sorte. Na zona, estava um dos postos, duas viaturas e seis agentes, um deles mulher, a quem cabia a função mais pedagógica, verificar inspecções, seguros, coletes, triângulos e cintos dos bancos traseiros. Em minutos, encostaram dois Mercedes e um BMW, conduzidos por gente jovem. Um médico dizia não ter receio do teste, mas acusou 1.24 g/l.Na Rua da Escola Politécnica, a subcomissária Angelina informava que tudo corria dentro da ordem. Até às 03.00, apenas duas detenções e uma infracção por falta de inspecção. Junto dos agentes, Alexandre, 21 anos, pede para fazer o teste. "Bebi e quero saber se estou em condições de conduzir", disse. Alexandre não revelou valores acima dos 0.50, podia seguir. A atitude repetiu-se em vários postos.
No Largo da Misericórdia, onde foi instalado um posto só da esquadra de motos, um dos agentes tentava adivinhar as taxas de condutores que se ofereceram voluntariamente para fazer a triagem. Quase sempre acertou. O ambiente era animado e aliviava a operação. Nem sempre é assim, mas "às vezes, apanha-se gente engraçada", admitiam os agentes. O posto dos Restauradores foi o que teve mais sucesso: cinco detenções, quatro por álcool e uma por condução ilegal. Registou-se aqui a taxa mais elevada. Um jovem com 2.02, que amanhã será presente a tribunal também por desobediência. Após o teste, pediu para ir ao carro buscar fazer uma chamada. Acabou por fugir. Uma hora depois estava a ser detido à porta de casa. A operação terminou pouco depois das 05.00, já junto das Docas e com mais uma detenção. Um jovem que aceitou conduzir porque a amiga tinha bebido, mas que estava sem carta e sem documentos. O motorista "improvisado" foi levado para a esquadra de Santa Marta. Amanhã é ditada a sentença aos detidos. E como dizia um dos chefes mais antigos da divisão: "O dia será das 09.00 às 22.00 no tribunal."
In Diário de Notícias

09 outubro 2007

BURACOS!


Aqui ficam mais dois exemplos de buracos nas calçadas do bairro a pedirem uma intervenção urgente. Muitos outros existem, a maioria de pequenas dimensões, justificando a intervenção de uma equipa de cantoneiros, antes que as chuvas do Inverno ajudem ao aparecimento de verdadeiras crateras.
Das fotos que agora publicamos não podemos deixar de destacar o buraco da Rua das Salgadeiras no encontro com a rua da Atalaia, porque já é uma constante na vida do bairro. Todas as reparações até agora feitas (e têm sido várias) não resistem por muito tempo. A inclinação da rua, a curva apertada e as rodas dos muitos veículos que diáriamente ali passam são um seguro de vida para o buraco dos buracos. Já é tempo de os técnicos pensarem numa solução duradoira.

04 outubro 2007

ACBA EM REUNIÃO

Os órgãos sociais da ACBA reuniram pelas 15 horas do passado dia 2 de Outubro. Estiveram presentes todos os membros da Comissão Admnistrativa e Assembleia Geral (Belino Costa , Vitor Castro, Raul Diniz, João Gonzalez, Maria João Bernardo e Ricardo Pinho ) enquanto o Conselho Fiscal não se fez representar, dado que faltaram todos os seus membros (João Pedro , Rafael Fonseca e Helena Aires).

Depois de debatidos alguns pontos prévios e trocadas informações entrou-se no primeiro ponto da ordem de trabalhos. Foi decidido que a Associação irá, ao longo do corrente mês, desenvolver contactos com a Junta de Freguesia da Encarnação e Câmara Municipal de Lisboa no sentido de sensibilizar tais autoridades para a necessidade de uma intervenção urgente nas calçadas do bairro, onde os múltiplos buracos e pedras soltas têm provocado muitas quedas e são um inadmissível e perigoso sinal de desleixo. Foi igualmente decidido confrontar aquelas duas instituições com a necessidade de se disciplinar a colocação do lixo nas ruas e divulgar devidamente os horários de recolha, assim como os procedimentos mais adequados a seguir por todos.

A violência crescente e a questão dos “dealers” que enxameiam as ruas foi outro dos temas abordados, tendo sido decidido estabelecer contactos com a polícia, dando conta das nossas preocupações e solicitando informações, nomeadamente sobre o “ projecto de vídeo-vigilância”. Foi igualmente decidido solicitar reuniões sobre esta questão junto do Governo Civil e órgãos autárquicos.

Entrou-se depois no segundo ponto da ordem de trabalhos onde se decidiu que os corpos gerentes da ACBA irão desenvolver esforços na captação de novos associados, e lançar novas acções de formação e esclarecimento. Até ao fim do corrente ano irá realizar-se uma sessão de esclarecimento sobre questões fiscais e contabilísticas. Logo que possível será divulgado o mapa de acções que se poderão realizar ao longo do próximo ano.

Deu-se depois início ao debate sobre a necessidade da Associação promover, no decorrer de 2008 (ano em que cumpre 15 anos), uma grande acção de divulgação e promoção do Bairro Alto e de todas as actividades comerciais e culturais que aqui têm lugar. Neste sentido foram distribuídas tarefas, tendo ficado acordada a necessidade de se estabelecer um programa de acção devidamente estruturado até ao próximo mês de Dezembro. E pedir para este a colaboração de todos.