13 junho 2011

Os avozinhos de "A Bola"



por António Mendes Nunes

O jornal "A Bola", desportivo diário e um dos periódicos portugueses de maior tiragem, tem sede, desde 1945, na Travessa da Queimada, ao Bairro Alto.
 O prédio tem o número 20 como entrada principal e pouco o diferencia de tantos na zona. É uma construção meio banal, mas ainda se notam pormenores aristocráticos nas cantarias das janelas, por exemplo, pela utilização de materiais do antigo palácio que ali existiu mais de dois séculos.
 Era o Palácio Rebelo Palhares, família que o construiu, no século xvii, e o habitou muitos anos. Em meados do século xix começou a ser alugado, no seu conjunto, a outras famílias ilustres e depois de 1872 lá se instalaram diversas empresas, dividindo as salas e demais cómodos.
 Entre elas destaque para os jornais com muito boa cotação na época "Diário Ilustrado", que ali funcionou de 1872 a 1910, e "Correio da Europa", publicação mensal fundada pela mesma altura e que terminou a sua atribulada vida já nos anos 20, então muito virada para o mercado brasileiro. Ali trabalharam grandes jornalistas - Carlos José Caldeira (meio-irmão de Casal Ribeiro), Pedro Correia Baptista, Luiz Francisco Leite, Albano Coutinho e Pedro Corrêa.
 O ilustrador de maior nomeada foi o gravador espanhol Francisco Pastor, que acumulou funções com as de director artístico das publicações de 1873 até à sua morte, em 1920. Em 1900 o visconde de Almeida Araújo mandou fazer o prédio que hoje podemos ver, aproveitando muitos elementos arquitectónicos e depositando no Museu do Carmo a bela pedra de armas que embelezava a porta principal. Tem muitos genes de imprensa aquele prédio da Travessa da Queimada.
Aqui

06 junho 2011

6.º ANIVERSÁRIO DA HEMEROTECA DIGITAL




O tempo voa! Celebramos hoje o sexto aniversário da Hemeroteca Digital (HD), a biblioteca digital da Hemeroteca Municipal de Lisboa (HML) criada em 2005. É tempo, pois, de balanço. Não será exagero se dissermos que, actualmente, a HD é já um sítio de referência no que aos periódicos em linha diz respeito – motivo de satisfação, mas também uma grande responsabilidade para com os nossos utilizadores, a razão de ser deste projecto.
Alguns dados estatísticos:
i) entre 2005 e 2010, a HD foi visitada por 733.317 utilizadores, que consultaram mais de 17 milhões de páginas;
ii) colocámos em linha dezenas de títulos de jornais e revistas, caídos em domínio público, dando prioridade ao Fundo Institucional da CML, isto é, às publicações periódicas publicadas pela autarquia alfacinha, como, por exemplo, os Anais das Bibliotecas, Arquivo e Museus Municipais (1931-1936), as duas séries da Revista Municipal de Lisboa (1939-1973/1979-1988), ou o Boletim Cultural e Estatístico (1937) – fontes preciosas para conhecer a actividade do município no século XX;
iii) numa segunda linha de trabalho, privilegiámos as colecções do Fundo Local da HML, constituído por periódicos da maior importância para o estudo e conhecimento da cidade de Lisboa, como é o caso da Revista Universal Lisbonense (1841-1859), d’A Semana de Lisboa (1893-1895), da Feira da Ladra (1929-1943), entre outros;
iv) numa terceira linha de trabalho, ocupámo-nos do Fundo Histórico da HML, que reúne uma das mais importantes colecções nacionais de jornais e revistas dos séculos XVIII e XIX, de crucial relevância para o estudo de Portugal neste período, de que são exemplo a Gazeta de Lisboa (1715–1716; 1810), o jornal humorístico O António Maria (1879-1899), de Rafael Bordalo Pinheiro, e o jornal literário O Panorama (1837-1844), de Alexandre Herculano.
v) associámo-nos às comemorações nacionais do centenário da República, colocando em linha periódicos publicados entre 1910 e 1926, e, desta forma, disponibilizamos aos estudantes, professores, investigadores e historiadores fontes primárias que são fundamentais para a elaboração de novos estudos e trabalhos sobre este período histórico, como é o caso da revista O Ocidente (1878-1915), do jornal A Capital: diário republicano da noite (1910-1938), e da Ilustração Portuguesa (1903-1923), esta última um verdadeiro repositório iconográfico da sociedade portuguesa da I República;
vi) os novos títulos que foram colocados em linha na HD foram acompanhados das respectivas fichas históricas, verbetes que nos ajudam a contextualizar e a “ler” melhor estes periódicos, como testemunhos de um determinado tempo – hoje, em resultado da soma destas fichas históricas, estamos a criar na HD um autêntico dicionário electrónico da imprensa periódica portuguesa;
vii) criámos novas secções (Leis de Imprensa e Raridades bibliográficas), assinalámos várias efemérides, disponibilizámos novos conteúdos e produtos, enriquecendo a HD com outros recursos informativos complementares das suas colecções digitais e da actividade cultural e educativa da HML;
viii) ao todo, são 116 os títulos de periódicos e monografias que podem ser consultados electronicamente, correspondendo a cerca de 300.000 imagens, disponibilizadas em dois formatos: html e pdf.
ix) integrámos a nossa colecção em iniciativas de cooperação nacional e internacional: os recursos da HD encontram-se já disponíveis na Europeana (Biblioteca Digital Europeia) e, em breve, no RNOD – Registo Nacional de Objectos Digitais.
Mas para que esta data não fique pela mera enumeração de um conjunto de dados, terminamos com uma surpresa: criámos um índice cronológico de publicações periódicas, que lhe permite saber, para cada ano, o número de jornais e revistas que já estão acessíveis em linha na HD. Espreite aqui e fique a par deste novo produto criado a pensar em si.

Hemeroteca Municipal de Lisboa, Rua de S.Pedro de Alcântara nº3
hemeroteca@cm-lisboa.pt    telf: 213 246 290

28 maio 2011

SHAKESPEARE NO BAIRRO

'O Sonho de uma Noite de Verão'

Parece um espectáculo para crianças mas não é. O encenador António Pires destina a sua versão de ‘O Sonho de uma Noite de Verão’, de William Shakespeare, que acaba de estrear no Teatro do Bairro, em Lisboa, a todo o público.

Por: Ana Maria Ribeiro

Será, então, um espectáculo feito a pensar na criança que há em nós: leve e divertido, este ‘Sonho’ sublinha os aspectos lúdicos do texto shakespeariano original – que levou uns quantos cortes e outras tantas adaptações –  e resulta numa proposta para um serão prazenteiro.
Se o cenário (de Joana Villaverde) reproduz uma espécie de jogo de crianças – o famoso puzzle de cubos – e os figurinos (Luís Mesquita) parecem roubados de um conto de fadas, o encenador explica que escolheu o texto porque, além de ser uma comédia, é uma peça em que o teatro é também protagonista.
“Quis que neste primeiro ano de funcionamento do Teatro do Bairro produzíssemos três espectáculos que falam do teatro, numa espécie de homenagem a esta arte e aos seus intérpretes – os actores”, explica António Pires, que volta a reunir a sua equipa habitual, mais ‘convidados’ como Alexandra Rosa ou João Cabral, com quem trabalhou no passado. Rita Brütt e Sandra Santos – que dão corpo às protagonistas femininas – foram suas alunas.
“Como isto era assente no jogo dos actores, queria que toda a gente se conhecesse muito bem”, explica António Pires. “Isso conseguiria emprestar ao espectáculo aquela energia de conjunto, de coesão, que nem sempre é fácil de conseguir em todos os projectos...”
‘Sonho de uma Noite de Verão’, que corresponde, também, a uma vontade do encenador de “nos ajudar a ultrapassar tempos difíceis” com gargalhadas, é para ver de quarta-feira a sábado, sempre às 21h00.
 
Jn Correio da Manhã

24 maio 2011

VIDEOVIGILÂNCIA ESTÁ ATRASADA

O sistema de videovigilância no Bairro Alto, em Lisboa, está atrasado e a câmara municipal espera lançar em breve o concurso público internacional para instalação do equipamento, disse hoje o vereador da Proteção Civil, Manuel Brito (PS).

“Tivemos alguns atrasos. Mas vai ser lançado o concurso público internacional”, disse o vereador à agência Lusa, sem especificar quando será lançado. A 15 de dezembro passado, Manuel Brito tinha adiantado que o concurso iria ser aberto até meados de janeiro.

Contactado pela Lusa, o presidente da Associação de Comerciantes do Bairro Alto, Belino Costa, disse que “tudo se atrasou imenso”, mas afirmou que, segundo a Câmara de Lisboa, “ainda se vai instalar o sistema este ano”. Belino Costa disse ainda que, ao contrário do que tinha sido anunciado em janeiro pelo presidente da autarquia, António Costa (PS), as câmaras de videovigilância ainda “não estão instaladas” no Bairro Alto.

O vereador Manuel Brito também confirmou esta informação.

Em janeiro, o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa (PS), anunciou que o Bairro Alto estava já a receber câmaras de videovigilância e que o sistema estaria em funcionamento “dentro de alguns meses”. Segundo o vereador da Protecção Civil, vão ser instaladas 27 câmaras no Bairro Alto e estima-se que a colocação da infraestrutura e das câmaras custe entre 250 a 300 mil euros.

Quanto à videovigilância na Baixa de Lisboa, Manuel Brito reiterou que está a ser elaborado um novo processo para análise da Comissão Nacional de Protecção de Dados, que chumbou o primeiro.

Autorizada já em 2010 pela Comissão Nacional de Protecção de Dados para um período experimental de seis meses, a videovigilância no Bairro Alto, local de forte afluência a bares e restaurantes, será gerida nas instalações da PSP. No parecer da Comissão Nacional, o funcionamento do sistema foi restringido ao período entre as 22:00 e as 07:00, recusando-se a recolha e gravação de som e permitindo-se apenas a utilização de câmaras fixas.

Destak/Lusa

23 maio 2011

ON STAGE: ABRIU UMA NOVA GALERIA


ON STAGE Bairro Alto é galeria de arte, club, espaço de concertos e muito mais.

Num espaço que antes funcionava como galeria de arte, no Bairro Alto, nasce agora um novo projecto que surge como um autêntico laboratório de ideias, um espaço de bom gosto e descontracção e um ponto obrigatório de paragem para iniciar ou terminar uma noite mais enriquecedora.

ON STAGE é o iniciar de um conceito que pretende unir várias áreas da cultura e do lazer num só local. ON STAGE é galeria de arte, club com música ao vivo, actuação de Djs, local para apresentação de projectos literários e musicais, espaço para vivenciar novas experiências culturais: prova de vinhos, exposições de pintura, fotografia, peças de design, ou simplesmente um local de encontro depois de um dia de trabalho onde pode desfrutar de um cocktail ao som do piano ou um ponto de encontro para uma reunião de trabalho.

O On Stage procura novos artistas de video, pintura, fotografia, teatro.

Este é o palco onde podes apresentar livremente a tua arte.

ON STAGE bairro alto

TODOS OS DIAS das 14h – 2h

Rua Luz Soriano nº18

onstage.bairroalto@gmail.com

T. 913 188 889

12 maio 2011

VAMOS VENCER A CRISE


ESTRATÉGIAS PARA VENCER A CRISE. VENHA PARTICIPAR NUMA FORMAÇÃO DE EMPREENDEDORISMO DIRIGIDA AO COMÉRCIO DO BAIRRO. INSCRIÇÕES GRATUITAS.
VAGAS LIMITADAS.
LOCAL: RUA DO TEIXEIRA Nº13.
INSCRIÇÕES ABERTAS ATÉ 23 DE MAIO.


Telf:  21 193 7976


09 maio 2011

REI DO BAIRRO ALTO


O Bairro Alto segundo Pedro Abrunhosa. Veja o vídeo aqui.

I LOVE BAIRRO ALTO – 1º ANIVERSÁRIO

15 a 18 de Junho de 2011


Para celebrar o 1º aniversário os dinamizadores da site I Love Bairro Alto estão a preparar um conjunto de actividades, envolvendo a comunidade local e criando uma dinâmica que engloba diversas áreas de actuação.

Gastronomia:

Menu especial "I Love Bairro Alto" nos restaurantes aderentes.

Design:

Exposição de design com os melhores cartazes "I Love Bairro Alto" (Para aceder ao regulamento clique aqui)

Arte de rua:

Stuck pinta ao vivo fachada de edifício

Comércio:

Rua do Norte com animação e descontos especiais

Música:

Concerto do pianista Ruben Alves

Arte contemporânea:

Os artistas Joanna Latka, Jaime Vasconcelos e Helena Gonçalves apresentam 3 obras originais "I Love Bairro Alto" em exclusivo na Galeria das Salgadeiras

Festas nos bares e discotecas aderentes

01 maio 2011

O MISTÉRIO DA RUA DA ROSA


por António Mendes Nunes 

Uma das ruas principais do Bairro Alto é a Rua da Rosa que o atravessa de uma ponta à outra no sentido sul-norte.
Como se sabe a maior parte das ruas antigas de Lisboa foram buscar a designação às pessoas que aí moraram, pelos nomes ou pelos cargos, porque o costume moderno de crismar as vias com nomes de pessoas que pouco ou nada têm a ver com um sítio é coisa de finais do século XIX.
Durante muitos anos procuraram os olissipógrafos um rasto da tal Rosa, vasculhando cartórios de igrejas, assentamentos de casamentos, escrituras e toda uma sorte de documentos, sem que dela houvesse rasto.
E aqui começa a maior graça desta história, provavelmente facto pouco conhecido dos portugueses. O nome próprio Rosa não aparece em qualquer documento anterior quase ao final do século XVII, trazido nessa altura do Peru pela devoção que nos primeiros tempos se criara a Santa Rosa de Lima.
Não foi portanto, uma mulher chamada Rosa que deu nome à rua. Foi Gustavo de Matos Sequeira, outro ilustre olissipógrafo quem, em nota de rodapé à terceira edição de "O Bairro Alto" de Júlio de Castilho, nos esclarece que a designação derivaria de uma rosa-dos-ventos que por ali haveria a adornar o cunhal de um qualquer edifício ou, segunda hipótese, a escultura de uma rosa (flor) que servisse de marco divisório entre propriedades. No Bairro Alto já não se conhece nenhuma, mas nas escadinhas de S. Miguel, em Alfama, ainda existe uma dessas inscrições ao nível de um primeiro andar.